Para abrilhantar a minha coluna gostaria de expor algumas idéias sobre a caminhada espiritual baseada na exposição de Annie Besant: Do recinto externo ao santuário interno.
A caminhada espiritual não encontramos no mundo físico, apesar de ser representada por muitos caminhos, entre eles, o Caminho de Santiago de Compostela, onde o peregrino deverá percorrer quilômetros de estrada com paradas determinadas para o descanso. Deverá levar na sua mochila apenas o essencial, começando desde o início a trabalhar o desapego. Após percorrer diversos quilômetros que levará em torno de 35 dias, o peregrino atinge sua meta totalmente transformado.
Annie Besant retrata a caminhada espiritual como “uma grande montanha situada no espaço, com um caminho que vai girando em torno dela até atingir seu ápice. Quando traçamos o caminho que sobe por aquela trilha em espiral, vemos que ele termina no topo da montanha, e leva a um majestoso Templo, como que feito de mármore, de uma brancura radiante, e que ali se ergue, cintilando contra o azul etéreo.”
A meta é chegar ao topo da montanha, onde podemos adentrar no Templo. Ela continua: “Ao longo daquele caminho que dá voltas à montanha, vasta massa de seres humanos vai de fato subindo, mas subindo vagarosamente, passo por passo. Às vezes, tem-se a impressão de que cada passo para frente corresponde a um passo para trás, e embora a tendência de toda aquela massa seja para subir, a ascensão é tão lenta que os passos mal se fazem perceptíveis.”
A multidão sobe a montanha lentamente “não andam diretamente para frente, atentos ao que fazem, mas perambulam como crianças, correndo atrás de uma flor ali, tentando apanhar uma borboleta acolá. Assim, temos a impressão de que todo seu tempo é desperdiçado, e apenas um pequeno avanço chega a ser conquistado quando a noite cai sobre eles e o dia de marcha termina.”
Da mesma maneira todos nós encarnamos e reencarnamos, vivenciamos diversas situações tendo como origem destas situações, as nossas escolhas e nos perdemos, ainda, nos caminhos do ilusório. Deixamos passar anos marcando passo no crescimento espiritual.
As borboletas e as flores correspondem à importância que damos ao poder, ao status, a beleza exterior. Como consequencia a alma continua acorrentada ao egoísmo, ao ciúme, a ganância e ao desamor.
Mas chega um momento na subida da montanha que por um lapso de tempo deixamos de olhar as borboletas, as flores e as pedrinhas e olhamos para cima. Vemos a luz cintilante que vem do Templo e banha o topo da montanha.
A partir deste momento não seremos mais os mesmos, saberemos qual é a finalidade da subida e a meta.
A alma, num relancear de olhos, vê o destino final que a aguarda, e deixando de lado a distração decide por pegar um atalho que a leve ao topo da montanha, percorrendo, então, em poucas vidas, o que a maioria da humanidade faz em inúmeras vidas.
Passamos, então, a ter consciência e compreensão da vida. Os verdadeiros tesouros não são do mundo ilusório. O objetivo é a transformação, a redefinição do propósito de vida e esta transformação e redefinição se dará dentro de cada alma.
Começamos a trabalhar a renovação do nosso templo interno, mas para chegar ao ápice da montanha, precisamos, além, de nos despirmos de todos os sentimentos inferiores, ajudar, por amor, aquelas almas retardatárias.
Ensinando-as a olhar para cima e mostrar o verdadeiro objetivo das encarnações, passar o conhecimento junto com o exemplo.
Assim cada alma será conduzida ao caminho de retorno, ao lar, enfim, voltarão ao Pai.
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