terça-feira, 29 de abril de 2014

PEQUENA ANÁLISE SOCIOLÓGICA DO RITUAL

Conquanto se possa, movido por desejo de rigor etimológico, fazer distinção entre rito, ritual, ritualística e liturgia, ao analisar os conceitos referentes ao cerimonial em Loja optamos aqui pelo termo ritual que, conforme o Aurélio, pode ser usado sem prejuízo como sinônimo de todos os demais.
Minha atenção sobre o ritual foi mais agudamente despertada pelo comentário de um Irmão sobre como era curioso que homens adultos e razoáveis se prestassem a participar de cerimônias tão pouco usuais quanto as que praticamos em nossas Lojas, com todos seus sinais, símbolos, diálogos e movimentações tão esquisitos a um olhar profano.
Refletindo sobre esse comentário, quero crer, hoje já bem distante do fato, que o mesmo expressasse uma certa inadaptação ao grupo. O ser humano é essencialmente ritualístico e toda nossa vida é um participar de cerimônias socialmente estabelecidas para os vários momentos fortes da existência, tenham caráter religioso ou profano: nascimento, batismo, namoro, casamento, formatura, morte. Se pudéssemos olhar nossas práticas culturais com o mesmo distanciamento com que olhamos as práticas alheias (dos índios e dos estrangeiros de uma forma geral), veríamos que são tão estranhas quanto, a princípio, possa nos parecer nossa ritualística maçônica.
Ainda assim, apesar dessa constatação mais geral, há algo na pergunta que realmente solicita uma resposta: os ritos sociais se cumprem e se mantêm apenas porque cumprem uma função social, sejam os atores conscientes ou não disso. Ao não cumprirem mais qualquer função, as práticas sociais se enfraquecem e tendem ao desuso. Nesse sentido estrito, a pergunta: "o que leva pessoas mentalmente sãs, adultas e razoáveis a praticarem rituais, mesmo quando se dão conta de sua excentricidade", se transforma na questão: "que função ou funções sociais ou psicológicas cumprem nossos rituais maçônicos para que continuemos a praticá-los?".
Pretendemos neste trabalho ensaiar uma resposta a essa questão. Considerando que o ser humano tanto vivencia uma instância material (a "realidade concreta") quanto uma ideacional (suas interpretações, símbolos, ideais, valores, mitos, etc.), partimos do axioma de que o ritual é uma dramatização que, por sua natureza humana, ocorre como interseção entre a idealização e a realidade. Isso pode ser mais "visível" nos rituais religiosos que nos profanos: naqueles, a miscigenação de nossas esperanças com nossas realidades concretas é tal que encontramos dificuldade em separar o "crer" do "saber". Esse estado de "dúvida latente" é condição sine qua da existência dos rituais. Nesse sentido, o ritual é uma transfiguração simbólica que permite, ainda que no plano do imaginário, transformar a realidade em ideal e o ideal em realidade.
Mesmo nos rituais profanos esse caráter está presente: o casamento, por exemplo (que é hoje em maioria um ritual social e não religioso, apesar de realizado num templo), "atualiza" o futuro, "garantindo" no cerimonial que se cumpra a felicidade que se almeja.
Mas no ritual maçônico, especificamente, que condições estão presentes a fim de permitir essa transfiguração simbólica entre o real e o ideal? Cremos que existem três condições necessárias a essa alquimia que se dá em nossas liturgias:
a) uma condição espacial: a cerimônia se dá num espaço geograficamente isolado (o templo) que separa o "mundo lá de fora" do "nosso mundo", como se num círculo mental "mágico" que impede a contaminação pela realidade social concreta. Essa separação repete no espaço a divisão conceitual do mundo entre "sagrado" e "profano", tão necessária à relação dialética entre o ideal e o real.
b) uma condição temporal: o drama representado é a-histórico no sentido de que, por se vincular a um passado mítico e tradicional, é estático, permitindo, assim, que a atualização dos ideais se realize apenas simbolicamente, sem um necessário compromisso com a efetiva transformação da realidade histórica concreta. Não que essa condição seja determinante de um descompromisso social, mas, por sua própria natureza, tanto permite uma opção transformadora da realidade quanto uma de reconstrução apenas simbólica do mundo, no sentido de transformar-se em apenas um belo discurso.
c) uma condição ambiental: o cenário compartilhado, composto de objetos e símbolos que remetem a um contexto congelado no passado, reforça a idéia de comunhão na tradição. Isso permite o encontro de pessoas social e ideologicamente diferentes como se fossem semelhantes.
A proibição de se trazer a discussão de certos temas para a Loja tem por função evitar que
esses objetos e símbolos reassumam seu caráter real e passem a dividir o que, no plano simbólico, unem de maneira ideal e não real. Da mesma maneira, esses temas trazem o perigo de contaminar o sagrado pelo profano e historicizar o mito, exigindo uma tomada de posição concreta frente à realidade, desmitificando o rito.
Nossa liturgia é, então, estruturalmente alienante? Creio que não e voltarei ao assunto. No momento importa ainda considerar outra questão: apontamos as condições que permitem ao nosso ritual situar-nos entre a realidade material e a ideacional. Mas que funções tal condição atende, fazendo com que tiremos prazer de, semanalmente, participarmos desse cerimonial com reverência e seriedade?
 Em primeiro lugar, a nível pessoal, a participação numa comunidade que, mesmo simbolicamente, realiza a união dos diferentes, é catártica, aliviando nossas frustrações, redimindo nossas culpas e reavivando nossas esperanças num mundo mais justo.
 A nível social, o sentimento de pertinência a um movimento universal, por sua vez, fortalece nosso sentimento de poder, mesmo que vicariamente. Isso não é pouco num mundo onde a auto-estima dos indivíduos anda pelas sarjetas.
Voltemos, então, à questão da alienação: nossa liturgia é fatalmente alienante? A resposta mais ponderada é: não mais que qualquer outra. A alienação é uma condição possível do homem e, portanto, potencialmente presente em qualquer situação humana.
Até aqui falamos da face simbólica e mítica do ritual. Nossos encontros, contudo, são fatos
sociais reais, interpenetrados pela vida concreta com todas as suas contradições e que não se esgotam na dramatização ritualística. Do ponto de vista social, por ser organizador, tanto externa quanto internamente, o ritual realimenta as energias psíquicas e as relações interindividuais; por sua utopia constantemente reafirmada, a participação ritualística reaviva as crenças e as esperanças, mobilizando, mais cedo ou mais tarde, o indivíduo; por sua própria função de transcender, ainda que simbolicamente, a contradição entre o real e o ideal, acaba por explodir suas próprias fronteiras, produzindo a extrapolação de atitudes e comportamentos a outros níveis do social (familiar, religioso, político, etc.), produzindo uma participação no sistema que ora é conservadora, ora é revolucionária, mas que sempre é socialmente relevante, como a história tem freqüentemente anotado.


In "Pedra por Pedra" - página 86
Francisco Cezar de Luca Pucci

segunda-feira, 28 de abril de 2014

MAÇONARIA NA ARQUITETURA

MAÇONARIA NA ARQUITETURA


- Arte Gótica -

Construção de uma Catedral

Os Pedreiros Livres e as catedrais góticas
A catedral, na tradição cristã, deve ser a casa de Deus na terra e, como tal, “reflexo da ordem e da beleza que resplandecem em Seu trono”.
Os construtores medievais, grupos de Pedreiros Livres que desempenhavam seu ofício em toda a Europa, foram os criadores dos mais fascinantes testemunhos de inteligência e fé no final da Idade Média, as catedrais góticas. Essas obras revelam a genialidade dos mestres construtores e algumas de suas técnicas.
A catedral era, seguindo uma visão hierárquica das igrejas, meramente uma moradia para bispos e sua assembléia religiosa. Porém, com o clima de grande disputa no início do período gótico, essas catedrais assumiram grandes proporções, tornando-se verdadeiros monumentos.
A construção de uma catedral gótica formigava com dúzias de trabalhadores dispostos em times de trabalho e que recebiam por aquilo que faziam. Cada construção era supervisionada por um mestre construtor e por volta de 30 artesãos especialistas. Esses especialistas e alguns de seus mais habilidosos trabalhadores se moviam de função em função, aplicando lições aprendidas e passadas de um a um.
O mestre construtor atuava como um projetista, um artista e ainda como um artesão. Com o auxílio de réguas, compassos, esquadros e outras poucas ferramentas geométricas, ele fazia as plantas da catedral.
Aí está a origem das Lojas Maçônicas modernas, que aproveitaram a estrutura das lojas de construtores medievais, suas ferramentas e algumas práticas e a isto associaram conhecimentos iniciáticos milenares, patrimônio intelectual da humanidade, anterior ao cristianismo.
 
Construção de uma Catedral Gótica


Construção das abóbadas

Amiens Cathedral
A planta básica da catedral gótica pouco diferia das encontradas em catedrais de períodos anteriores. Sob a forma de uma cruz, a catedral se dividia basicamente em: nave, transeptos  e coro.
Na parte inferior da cruz se situava a nave central, circundada por naves laterais; na faixa horizontal existiam os transeptos e o cruzeiro, e na base da nave tinha-se a fachada principal; existiam ainda torres, porém de localização variada.
Legenda:
1. Capela Radial
2. Deambulatório
3. Altar
4. Coro
5. Corredores laterais do coro
6. Cruzeiro
7. Transepto
8. Contraforte
9. Nave
10. Nave lateral
11. Fachada, portal.


A fundação das catedrais tinha por volta de 9 metros de profundidade e era formada por camadas de pedras (blocos de calcário), assentadas com argamassa cuidadosamente dosada de areia, cal e água, sobre a terra argilosa no fundo da escavação.


Fundação da Catedral 

Devido ao custo, os andaimes eram mínimos, assim os trabalhadores confiavam sua alma a Deus e andavam sobre flexíveis plataformas. Um perigoso momento para os trabalhadores ocorria quando as paredes atingiam suas alturas finais e os troncos de madeira para o telhado deviam ser elevados a essas alturas.


Construção dos arcobotantes 

O telhado era colocado antes da construção das abóbadas. Auto-portantes, os telhados serviam de plataforma para a subida do maquinário empregado na construção das abóbadas de pedra.


Construção dos arcobotantes e telhado 

Assim, com o telhado pronto, podia-se iniciar a construção das abóbadas. Uma a uma, as pedras talhadas das nervuras eram colocadas sobre os cimbres de madeira e firmadas pelos pedreiros. Entre os cimbres eram instaladas tábuas de madeira, as quais funcionavam como base para o assentamento das pedras durante a secagem da argamassa. Após a secagem da argamassa, aplicava-se sobre as pedras uma camada de dez centímetros de concreto (buscando evitar fissuras entre as pedras). Estando o concreto seco, as tábuas eram retiradas, seguidas pelos cimbres, finalizando-se a abóbada (vide sistema estrutural).


Construção da abóbada 


Sistema Estrutural de uma Catedral Gótica
As catedrais românicas possuíam um sistema estrutural baseado em espessas paredes e abóbadas semicirculares localizadas logo abaixo do telhado. Dispostas como indicado na figura, as paredes tinham que ser espessas e com poucas aberturas, pois resistiam tanto aos esforços verticais, quanto aos esforços horizontais gerados pelo vento, abóbadas e telhado.


Estrutura de uma catedral românica

De acordo com a finalidade espiritual buscada no estilo gótico, as catedrais deveriam possuir elevadas alturas, grande luminosidade e uma plena continuidade entre o início de seus pilares e o cume de suas abóbadas.


Esquema dos elementos estruturais 





Vista interna de uma catedral gótica 

Assim, em 1180, na construção da Catedral de Notre Dame, um novo sistema estrutural foi projetado, tornando possíveis todos esses requisitos. Formado por um complexo sistema de abóbadas ogivais (diferentemente das semicirculares românicas, eram pontiagudas, mais flexíveis e de maior adaptação), arcobotantes, esbeltos pilares e contrafortes, a estrutura da catedral gótica venceu elevadas alturas e extensos vãos.




Esquema dos esforços em uma catedral gótica 

Como se desejava que as paredes da nave central tivessem pouca espessura e fossem cobertas por vitrais para dar luminosidade à catedral, os esforços horizontais não poderiam ser resistidos por essas paredes. A solução encontrada foi transferi-los por meio de arcobotantes a grandes e pesados contrafortes colocados na periferia da igreja. Os esforços horizontais provenientes do telhado e das abóbadas eram recebidos pelos arcobotantes (já fora da catedral) e transferidos aos contrafortes, que os descarregavam sobre a fundação. Desta forma, com os elementos resistentes aos esforços horizontais colocados longe das paredes, estas não precisavam ser baixas e espessas (como nas catedrais românicas), possibilitando a presença de grandes e belos vitrais (busca da grande luminosidade), grande altura e garantindo a plena continuidade da catedral, desde o início de seus pilares até o cume de suas abóbadas..


Estrutura de uma catedral gótica


Exemplos de vitrais 

Também no “canteiro” da catedral estavam presentes os artesãos especialistas em fazer e juntar pedaços de coloridos e brilhantes vidros para completar os buracos deixados entre as pedras e formar enormes e belos vitrais. Várias cores eram obtidas unindo óxidos de metais e vidro fundido. O vidro era soprado e trabalhado em forma de cilindro e, após resfriado, cortado com a ajuda de um instrumento à base de ferro quente, em pequenos pedaços, geralmente menores que a própria palma da mão. Desta forma, a permanência intacta da maioria das catedrais góticas, sua beleza e grandiosidade atestam o desenvolvido conhecimento de princípios estruturais detidos pelos mestres construtores e, além disso, mostram uma capacidade maior dos mesmos: o ilusionismo, pois até os dias de hoje parecem construções realizadas em outro mundo.
                                                                                 



Embora estivesse preso ao juramento de silêncio em não revelar os segredos de Arte Operativa aos não-iniciados, Matthauss Röriczer, falecido em 1492, quebrou o mesmo publicando muitos detalhes que até então permaneciam escondidos nos livros de anotações reservados dos mestres construtores. Embora a única obra publicada por Matthäus Röriczer fosse um pequeno panfleto, ela tem importância fundamental por ser a única sobrevivente da geometria sagrada maçônica medieval.

Essa obra, intitulada On the Ordination of Pinacles, forneceu a solução de como erigir um pináculo de proporções corretas a partir de uma dada planta baixa. O liberi muratori, equipado com esse esquema e utilizando-se da régua e compasso, podia tomar uma dimensão como ponto de partida e fazer a sua geometria chegar ao plano do tamanho natural.




























Museu do Louvre, em Paris, um Templo maçônico?
Em 6 de Maio de 1791 foi aprovado um projeto-lei determinando que o Palácio do Louvre passaria a funcionar como Museu permanente, graças às iniciativas do Marquês de Marigny, superintendente geral dos edifícios do Rei, e do seu sucessor, o Conde de Angivillier, ambos membros ativos da Franco-Maçonaria em Paris, com papel destacado na Revolução. É aqui que aparece pela primeira vez, após as reformas arquitetônicas do palácio para ser adaptado a museu, a referência singular da planta estrutural do Louvre ser idêntica à planta de uma Loja Maçônica. Isto porque o Louvre está ordenado em três partes distintas, tal qual um templo maçônico, para as quais não faltam inclusive símbolos decorativos exportados da Maçonaria.
Tal como um templo maçônico, que tem o formato dum duplo quadrado ou retângulo, também o Louvre possui estrutura quase retangular e reparte-se em três alas tal qual aquele está ordenado:
– A Ala Richelieu, ao Norte, corresponde ao lugar dos Aprendizes. Representa o vestíbulo exterior da Loja, onde os não-iniciados são recebidos, e que é assim uma espécie de “espaço profano”, tal qual o adro das igrejas onde se reúne o povo.
– A Ala Denon, ao Sul, corresponde ao lugar dos Companheiros. Representa a nave ou “espaço sagrado” da Loja, onde os iniciados se reúnem.
– A Ala Sully, a Oriente, sendo o lugar dos Mestres. Expressa o centro da Loja, o “lugar secreto” correspondendo ao “Santo dos Santos” (Sanctum Sanctorum), onde os iniciadores se reúnem.


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As Colunas que decoram os Templos Maçônicos
Os Templos Maçônicos Modernos são decorados em seu interior por uma série de variadas colunas, mas, antes de descrevermos os tipos de cada uma, vamos primeiro conceituar o que vem a ser uma coluna.
Uma coluna é um elemento arquitetônico destinado a receber as cargas verticais de uma obra de arquitetura (arco, arquitrave, abóbada) transmitindo-as à fundação. Embora tenha a mesma função de um pilar, este é geralmente mais robusto e de secção quadrada, (o que poderia corresponder genericamente ao corpo da coluna). A coluna costuma ser caracterizada por uma estrutura mais esbelta e esguia em prumo (tradicionalmente de secção cilíndrica podendo também ser poligonal) e que acarreta um significado histórico, decorativo e simbólico mais acentuado.
Os materiais de construção podem variar entre a pedra, alvenaria, madeira, metal ou mesmo tijolo atingindo-se uma grande variedade formal e decorativa que se pode observar desde a antiguidade. A presença física das mesmas nos Templos Maçônicos variam conforme o rito ou a potência adotada pela Loja, mas de uma forma geral podemos apresentar os estilos mais usados na construção dessas colunas.
De estilo Grego: As Colunas Dórica, Jônica e Coríntia;
De estilo Latino: A toscana;
De estilo Egípcio: A papiriforme com capitel em gomo florado.

A ordem dórica é a mais rústica das três ordens arquitetônicas gregas. Dentre suas características é possível citar as colunas desprovidas de base, capitel despojado, arquitrave lisa, friso com métopas e tríglifos, e mútulos sob o frontão.


Coluna de Ordem Dórica

A Ordem Jônica é uma das ordens arquitetônicas clássicas. Suas colunas possuem capitéis ornamentados com duas volutas, altura nove vezes maior que seu diâmetro, arquitrave ornamentada com frisos e base simples.


Coluna de Ordem Jônica

A Ordem Coríntia é a mais ornamentada das três ordens arquitetônicas gregas. As colunas de ordem coríntia têm de 9 a 11 vezes a medida do diâmetro da base. Exemplos de templos de ordem coríntia são: Templo de Zeus (Atenas), Templo de Apolo (Olímpia). Foi tendência no final do século V a.C. e o início do século IV a.C.


Coluna de Ordem Coríntia

A Ordem Toscana é desenvolvida na época romana e trata-se de uma simplificação de mesmas proporções do dórico. A coluna dispõe de base e apresenta sete módulos de altura, o fuste é liso, sem caneluras, e o capitel simples.


Coluna de Ordem Toscana

Em relação às Colunas gregas e à Latina toscana, a papiriforme é a que apresenta as diferenças mais gritantes, pois as colunas egípcias tiram em geral suas formas das palmeiras ou dos papiros, com suas nervuras e seu movimento impetuoso para o alto (CHEVALIÉ, 2002).

Capitéis de Colunas em estilo Papiriforme

No R:.E:.A:.A:., por exemplo, se diz que em cada lado da entrada do templo, encostada na parede do Ocidente ficam duas colunas papiriformes, proporcionais à altura da porta, estando as mesmas situadas dentro do Templo. No mesmo Rito, mas só que sendo praticado em uma Loja que esteja filiada ao GOB, as mesmas colunas encontram-se no exterior do templo ao lado da porta de entrada.


Coluna papiriforme em um Templo Maçônico

As colunas em estilo grego encontram-se distribuídas no interior do templo. Nos templos em que se trabalha no R:.E:.A:.A:., as mesmas fazem-se presentes sobre as mesas do Ven:. M:., do 1º Vig:. e do 2º Vig:., sendo assim distribuídas: na mesa do Venerável Mestre fica uma coluneta em estilo Dórico, sendo que na mesa do 1º Vigilante fica uma coluna em estilo Jônico e na do 2º Vigilante uma em estilo Coríntio.
No Grande Oriente do Brasil não se utilizam tais colunetas nas mesas do Venerável e de seus Vigilantes, mas nos demais ritos maçônicos aceitos e reconhecidos pelo Grande Oriente do Brasil, elas são encontradas, os Ritos Brasileiro e Schröeder ainda as utilizam, e que o Rito Adonhiramita, ao invés de se utilizar de colunas egípcias no pórtico do templo, se vale de duas colunas gregas em estilo coríntio.
Por último, a Coluna toscana talvez seja a menos utilizada na decoração de Templos Maçônicos, uma vez que a única referência encontrada sobre a mesma é no R:.E:.A:.A:. praticado nas Grandes Lojas, em que se diz que ao lado do sólio devem estar presentes duas colunas deste estilo, sendo uma à direita e a outra à esquerda.


GRAVURAS


Coluna de Ordem Coríntia


Coluna de Ordem Jônica


Capitéis de Ordem Jônica



Capitéis de Ordem Coríntia




Bases de colunas


Pórticos – Arcadas


Pórtico de Ordem Dórica – Arcada


Pórtico de Ordem Jônica – Arcada


Construção de acordo com a Proporção
          Humana de Diego de Sagredo



ALGUNS EXEMPLOS


Vila Romana com pavimentos mosaicos


Convento de Cristo, Tomar - Vestígio da primitiva Maçonaria Operativa



Mosteiro da Batalha - O Mestre Construtor no canto angular



Edifício em Washington, Estados Unidos da América


Casa Branca, Washington, Estados Unidos da América


Capitólio, Washington, Estados Unidos da América


Casa do Templo, sede da Maçonaria americana,
Washington, Estados Unidos da América


Duomo, Milão, Itália



Capela Rosslyn, Edimburgo, Escócia


A Capela de Rosslyn, ou Catedral de Rosslyn, foi construída em 1446, em Roslin, na Escócia. Foi fundada por William Sinclair, conde de Caithness, com o nome de Collegiate Chapel of St.Matthew. É atravessada pelo meridiano de Paris. Diz a lenda que ela foi construida pelos Cavaleiros Templários para proteger o Santo Graal, que, como se diz, está em baixo da rosa. Rosslyn é a linha rosa original, por isso a tal lenda. Foi popularizada no romance O Código da Vinci pelo autor americano Dan Brown.


Igreja em Michigan, Estados Unidos da América






Museu Imperial em Petrópolis (RJ)


Catedral de Petrópolis (RJ)


Casa em Paraty (RJ)


Praça em Israel



Loja Maçônica Estrela, em Rio Claro (SP)


Igreja a São Manoel, em Piquete (SP)




Túmulo maçônico no cemitério de Almudena

 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

LOJA ABERTA HOJE

Hoje teremos a primeira Loja aberta de 2014, momento propício àqueles interessados em conhecer um pouco da maçonaria. Neste dia teremos uma palestra com o tema INICIAÇÃO.
A forma tradicional de ingresso numa Loja maçônica é pela proposta de algum Mestre Maçom do seu quadro de membros ativos. Em nossa Loja criamos uma outra forma: pela participação em nossas Lojas abertas.

Então fica o convite. Nosso endereço é na rua Barão de Tramandaí, nº 23, Passo D'Areia, Porto Alegre, RS. Procure chegar entre 19:45 e 20:00 horas. 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

A ARTE REAL

Uma das coisas mais mencionadas em Maçonaria, é que somos cultores da Arte Real. Como "descendentes" dos Arquitetos medievais, nos orgulhamos disso. Mas será que meditamos o suficiente sobre essa afirmação para que extraiamos dela o profundo significado que ela encerra?
Um dos processos sociais mais atuantes e mais perigosos no mundo atual (um dos mais perigosos inimigos de Hiram na atualidade), é sem dúvida o apelo à individualização. É um chamado paradoxal, pois numa sociedade de massas, de consumidores, esse chamado na verdade é um convite apenas à heteronomia(11), pois o que esse canto de sereia entoa é, na verdade, "Todos vocês devem se tornar indivíduos". É como se a sociedade nos dissesse: "seja diferente; torne-se um igual".
Dessa forma, devemos ser todos homens de sucesso, consumidores, executivos, criativos, etc. Por isso, num mundo onde parece haver o culto do indivíduo, o que realmente assistimos é uma "macdonaldização", isto é, uma padronização que salta aos olhos na moda, nos símbolos de status, nos comportamentos dos adolescentes, etc.
O fenômeno que está por trás dessa padronização, e que a torna grave, é o da idealização do coletivo. Ao idealizar a sociedade (grupo, empresa, classe social, Rotary, Maçonaria), ao transformar o coletivo em ídolo, em coisa capaz de me dizer o que fazer, como ser, como ser recompensado ou punido, enfim, ao adquirir uma identidade coletiva, eu renuncio à possibilidade de possuir uma identidade real, minha, decorrente não apenas da minha pertinência social, mas, principalmente, de minha reflexão sobre meu existir.
É essa reflexão, essa capacidade de "desviar" do padrão coletivo, que me é solicitada como missão ao ser iniciado no Segundo Grau. Após ter estudado e compreendido minhas forças e fraquezas, minhas possibilidades e limites, agora sou desafiado a retomar meu "Eu", a deixar a "individualização" e a começar o processo de individuação – que não se confunde com aquele.
Ao deixarmos de nos identificar no coletivo, deixamos também de idolatrar esse coletivo. Dessa forma, não mais seremos brasileiros, católicos, empresários, ou maçons, mas seremos um "Eu" que busca sua senda através de sua cultura, de sua religião, de sua atividade profissional, de seu caminho iniciático.
São coisas muito diferentes e compreender essa diferença é essencial para chegarmos a Mestres (de nós mesmos). Quando a compreendemos, começamos a ser realmente adeptos da Arte Real. Isso tem um profundo significado filosófico, psicológico e social. Deixemos falar os Artistas:
Dizia HUNDERTWASSER a seus alunos: "Se vieram para aprender, é ainda pior, porque vão aprender coisas que não lhes são próprias, que não correspondem a vocês e que estragarão
suas vidas. A única maneira de se encontrarem enquanto artistas é através de sua própria ação criadora, e isso pode ser feito somente em suas casas, não na escola"(12).
Paul KLEE escreve: "O que quero ensinar a meus alunos não é a forma fechada, imobilizada; é a formação, a gestação, o nascimento, o primeiro movimento indistinto da matéria, antes que ela se fixe em natureza morta".(13)
Victor SEGALEN aconselhava: "Evita escolher um lugar de asilo. Chegarás, meu amigo, não ao charco das alegrias imortais, mas aos remansos cheios de embriaguez do grande rio da diversidade".(14)
Como diz Eugène ENRIQUEZ no livro citado: "...não me interesso particularmente pela vontade que os grandes homens têm de transformar todas as variáveis do mundo (uma tal preocupação é de um espírito 'elitista'); levo a sério, em compensação, a vontade de cada um de fazer mudar as coisas (pequenas e grandes), e o desejo de criar, aqui e agora, uma novidade irredutível".
Eis do que se trata a Arte Real. Eis o que é ser artista, tornar-se Arquiteto de um mundo novo através da Maçonaria.

In "Pedra por Pedra" - página 12
Francisco Cezar de Luca Pucci

(11) Orientação do indivíduo por valores externos a ele. O contrário de autonomia.
(12) Psicossociologia – análise social e intervenção. Diversos Autores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2001, pp. 35ss.
(13) Idem.
(14) Ibidem.

terça-feira, 8 de abril de 2014

PALESTRA NO SÁBADO

Palestra
Conhecimento
&
Sabedoria

Por: Profª Marcela Jerez Castillo
Quando: Sábado-12 Abril-10 h

Onde: Templo Maçônico - Rua Humberto Campos, 464 (travessa da Bento Gonçalves)- Partenon

quinta-feira, 3 de abril de 2014

LOJA ABERTA DE 16-04-2014


Boa noite!
Dia 16-04-2014 teremos a primeira Loja aberta de 2014, momento propício àqueles interessados em conhecer um pouco da maçonaria. Neste dia teremos uma palestra com o tema INICIAÇÃO.
A forma tradicional de ingresso numa Loja maçônica é pela proposta de algum Mestre Maçom do seu quadro de membros ativos. Em nossa Loja criamos uma outra forma: pela participação em nossas Lojas abertas.
Então fica o convite. Nosso endereço é na rua Barão de Tramandaí, nº 23, Passo D'Areia, Porto Alegre, RS. Procure chegar entre 19:45 e 20:00 horas. Fico à disposição para esclarecimentos.
Sds,
Milton Lopes Teixeira

Ven.'. M.'.