quarta-feira, 31 de julho de 2013

HOJE LOJA ABERTA

Hoje teremos a realização de mais uma Loja aberta. Os visitantes serão convidados a entrar no templo por volta das 20:00 horas. O tema em discussão será Iniciação.

domingo, 28 de julho de 2013

CULPA - A BUSCA DA PERFEIÇÃO

Antônio Roberto Soares 
Por detrás de nossas tristezas e frustrações, de nossas insatisfações na vida, de nossos tédios e angústias, está um sentimento, o mais arraigado em nosso comportamento e responsável por grandes sofrimentos psicológicos, que é o sentimento de culpa. A culpa se estrutura nos alicerces do perfeccionismo. Alimentamos a ideia de que não seremos suficientemente bons se não fizermos tudo com perfeição. Esquecemo-nos, porém, de que todo o nosso comportamento é decorrente de nossa idade evolutiva e de que somos tão bons quanto nos permite nosso grau de evolução. A todo o momento, fazemos o melhor que podemos fazer, por estarmos agindo e reagindo de acordo com nosso “senso de realidade”. O “arrependimento” resulta do quanto sabíamos fazer melhor e não o fizemos, enquanto que a culpa é, invariavelmente, a exigência de que deveríamos ter feito algo, porém não o fizemos por ignorância ou impotência.
O sentimento de culpa é o apego ao passado, é uma tristeza por alguém não ter sido como deveria ter sido, é uma tristeza por ter cometido algum erro que não deveria ter cometido. O núcleo do sentimento de culpa são estas palavras: "Não deveria...". A culpa é a frustração pela distância entre o que nós fomos e a imagem de como nós deveríamos ter sido. Nela consiste a base para a auto-tortura. Na culpa, dividimo-nos em duas pessoas: uma real, má, errada, ruim, e uma ideal, boa, certa e que tortura a outra. Dentro de nós processa-se um julgamento em que o Eu ideal, imaginário, é o juiz e o Eu real, concreto, humano, é o réu. O Eu ideal sempre faz exigências impossíveis e perfeccionistas. Assim, quando estamos atormentados pelo perfeccionismo, estamos absolutamente sem saída. Como o pensamento nos exige algo impossível, nunca o nosso Eu real poderá atendê-lo. Este é um ponto fundamental.
Muitas pessoas dedicam a sua vida a tentar realizar a concepção do que elas devem ser, em vez de se realizarem a si mesmas. A diferença entre auto-realização e realização da imagem de como deveríamos ser é muito mais importante. A maioria das pessoas vive apenas em função da sua imagem ideal e este é um instrumento fenomenal para se fazer o jogo preferido do neurótico: a auto-tortura, o auto aborrecimento, o auto-castigo, a autopunição, a culpa.
Quanto maior for a expectativa a nosso respeito, quanto maior for o modelo perfeccionista de como deve ser a nossa vida, maior será o nosso sentimento de culpa. A culpa é a tristeza por não sermos perfeitos, é a tristeza por não sermos Deus, por não sermos infalíveis; é um profundo sentimento de orgulho e onipotência; é uma incapacidade de lidar com o erro, com a imperfeição; é um desejo frustrado; é o contato direto com a realidade humana, em contraste com as suas intenções perfeccionistas, com os seus pensamentos megalomaníacos a respeito de si mesmo. E o mais grave é que aprendemos o sentimento de culpa como virtude!
A culpa sempre se esconde atrás da máscara do auto-aperfeiçoamento como garantia de mudança e nunca dá certo. Os erros dos quais nos culpamos são aqueles que menos corrigimos. A lista de nossos "pecados" no confessionário é sempre a mesma. A culpa, longe de nos proporcionar incentivo ao crescimento, faz-nos gastar as energias numa lamentação interior por aquilo que já ocorreu, ao invés de as gastarmos em novas coisas, novas ações e novos comportamentos. Por isto mesmo, em todas as linhas terapêuticas, este é um sentimento considerado doentio. Não existe nenhuma linha de tratamento psicológico que não esteja interessado em tirar dos seus pacientes o sentimento de culpa. A culpa é um auto-desprezo, um auto-desrespeito pela natureza humana, por seus limites e pela sua fragilidade. A culpa é uma vingança de nós mesmos por não termos atendido a expectativa de alguém a nosso respeito, seja esta expectativa clara e explícita, ou seja, uma expectativa interiorizada no decorrer da nossa vida. Por isto é que se diz que, ao nos sentirmos culpados, estamos alienados de nós mesmos, e a nossa recriminação interna não é, nem mais nem menos, do que vozes recriminatórias dos nossos pais, nossas mães, nossos mestres ou outras pessoas que ainda residem dentro de nós.
Mas aquilo que nos leva a esse sentimento de culpa, aquilo que alimenta esta nossa doença auto-destrutiva, são algumas crenças falsas. Trabalhar o sentimento de culpa é, primordialmente, descobrir as convicções falsas que existem em nós, aquelas verdades em que cremos e que são errôneas, e nos levam a este sentimento. A primeira delas é a crença na possibilidade da perfeição. Quem acredita que é possível ser perfeito, quem acha que está no mundo para ser perfeito, quem acha que deve procurar na sua vida a perfeição, viverá necessariamente atormentado pelo sentimento de culpa. A expectativa perfeccionista da vida é um produto da nossa fantasia, é um conceito alienado de que é possível não errar, que é possível viver sem cometer erros.
Quanto maior for a discrepância entre a realidade objetiva e as nossas fantasias, entre aquilo que podemos nos tornar através do nosso verdadeiro potencial e os conceitos idealistas impostos, tanto maior será o nosso esforço na vida e maior a nossa frustração. Respondendo a esta crença opressora da perfeição, atuamos num papel que não tem fundamento real nas nossas necessidades. Tornamos-nos falsos, evitamos encarar as nossas limitações e desempenhamos papéis sem base na nossa capacidade. Construímos um inimigo dentro de nós, que é o ideal imaginário de como deveríamos ser e não de como realmente somos. Respondendo a um ideal de perfeição, nós desenvolvemos uma fachada falsa para manipular e impressionar os outros.
É muito comum, no relacionamento conjugal, marido e mulher não estarem amando um ao outro e, sim, amando a imagem de perfeição que cada um espera do outro. É claro que nenhum dos parceiros consegue corresponder a esta expectativa irreal e a frustração mútua de não encontrar a perfeição gera tensões e hostilidades, num jogo mútuo de culpa. Esta situação se aplica a todas as relações onde as pessoas acreditam que amar o outro é ser perfeito. Quando voltamos para nós exigências perfeccionistas, dividimo-nos neuroticamente para atender ao irreal. Embora as pessoas acreditem que errar é humano, elas simplesmente não acreditam que são humanas! Embora digam que a perfeição não existe, continuam a se torturar e a se punir e continuam a torturar e a punir os outros por não corresponderem a um ideal perfeccionista do qual não querem abrir mão.
Outra crença que nos leva à culpa, esta talvez mais sutil, mais encoberta e profunda, é acreditarmos que há uma relação necessária entre o erro e a culpa, é a vinculação automática entre erro e culpa. Quase todas as pessoas a quem temos perguntado de onde vêm os seus sentimentos de culpa, nos respondem taxativamente que vêm de seus erros. Acreditamos que a culpa é uma decorrência natural do erro, que não pode, de maneira alguma, haver erro sem haver culpa. Se acreditarmos nisto, estamos num problema insolúvel. Ou vamos passar a vida inteira tentando não errar para não sentirmos culpa - e isto é impossível porque sempre haverá erros em nossa vida - ou então passaremos a vida inteira nos sentindo culpados porque sempre erramos. Essa vinculação causal entre erro e culpa é profundamente falsa. A culpa não decorre do erro, mas da maneira como nos colocamos diante do erro; vem do nosso conceito relativo ao erro, vem da nossa raiva por termos errado. Uma coisa é o erro, outra coisa é a culpa; erros são erros, culpa é culpa. São duas coisas distintas, separadas, e que nós unimos de má fé, a fim de não deixarmos saída para o nosso sentimento de culpa. O erro é o modo de se fazer algo diferente, fora de algum padrão.
O que é chamado erro é a saída de um modelo determinado, que pode ser errado hoje e não amanhã, pode ser errado num país e não ser errado em outro. A culpa é um sentimento, vem de nós, vem da crença de que é errado errar, que não podemos errar, que devemos ser castigados pelas faltas cometidas; crença de que a cada erro deve corresponder necessariamente um castigo, de que a cada falta deve corresponder uma punição. Aliás, o sentimento de culpa é a punição que damos a nós mesmos pelo erro cometido. Não é possível não errar, o erro é inerente à natureza humana, ele é necessário a nossa vida. Na perfeição humana está incluída a imperfeição. Só crescemos através do erro.
As pessoas confundem assumir o erro com sentir culpa. Assumir o erro é aceitar que erramos, é nos responsabilizarmos pelo que fizemos ou deixamos de fazer. E isto é sadio. Mas quando acreditamos que a culpa decorre do nosso erro, tentamos imputar a outros a responsabilidade dos nossos erros, numa tentativa infrutífera de acabar com a nossa culpa. E isto é doentio.
A propósito do erro, há um texto interessantíssimo no livro "Buscando Ser o que Eu Sou", de Ilke Praha, que diz: "O perfeccionismo é uma morte lenta. Se tudo se cumprisse à risca, como eu gostaria, exatamente como planejara, jamais experimentaria algo novo, minha vida seria uma repetição infinda de sucessos já vividos. Quando cometo um erro, vivo algo inesperado. Algumas vezes reajo ao cometer erros como se tivesse traído a mim mesmo. O medo de cometer erros parece fundamentar-se na recôndita presunção de que sou potencialmente perfeito e de que, se for muito cuidadoso, não perderei o céu. Contudo, o erro é uma demonstração de como eu sou, é um solavanco no caminho que tracei, um lembrete de que não estou lidando com os fatos. Quando der ouvidos aos meus erros, ao invés de me lamentar por dentro, terei crescido".
Algumas pessoas nos perguntam: "Mas como avançar em relação a este sentimento, como arrancar de mim este hábito de me deprimir com os erros cometidos?". Só existe uma saída para o sentimento de culpa. Façamos uma fantasia: imaginemos por um instante que estamos à morte e nossos sentimentos deste momento são de angústia, tristeza e frustração por todos os erros cometidos, por tudo o que deveríamos ter feito e não fizemos; remorsos pelos nossos fracassos como pai, como mãe, como profissional, como esposo, como esposa, como religioso, como cidadão, mas, ao mesmo tempo, estamos com um profundo desejo de morrer em paz, de sair desse processo íntimo de angústia e morrer tranquilos. Qual a única palavra que, se pronunciada neste momento, sentida com todo coração, teria o poder de transformar a nossa dor em alegria, o nosso conflito em harmonia, a nossa tristeza em felicidade? Somente uma palavra teria essa magia. A palavra é: Perdão.
O Perdão é uma palavra perdida em nossa vida. O primeiro sentimento que se perde no caminho da loucura é o sentimento de perdão, o sentimento de auto-perdão. Se a culpa é a vergonha da queda, o auto-perdão é o elo entre a queda e o levantar de novo. O auto-perdão é o recomeço da brincadeira depois do tombo: "Eu me perdôo pelos erros cometidos, eu me perdôo por não ser perfeito, eu me perdôo pela minha natureza humana, eu me perdôo pelas minhas limitações, eu me perdôo por não ser onipotente, por não ser onipresente, por não ser onisciente, eu me perdôo por...". O perdão é sempre assim mesmo, é pessoal e intransferível.
O perdão aos outros é apenas um modo de dizermos aos outros que já nos perdoamos. Perdoarmo-nos é restabelecer a nossa própria unidade, a nossa inteireza diante da vida, é unir outra vez o que a culpa dividiu, é uma aceitação integral daquilo que já aconteceu, daquilo que já passou, daquilo que já não tem jeito; é o encontro corajoso e amoroso com a realidade.
Somente aqueles que desenvolveram a capacidade de auto-perdão conseguem energia para uma vida psicológica sadia. A criança faz isto muito bem. O perdão é a própria aceitação da vida do jeito que ela é, nos altos e nos baixos. O auto-perdão é a capacidade de dizer adeus ao passado, é a aceitação de que o passado é uma fantasia, é apenas saber perder o que já está perdido. O auto-perdão é um sim à vida que nos rodeia agora, é uma adesão ao presente, à única coisa viva que possuímos, que são nossas possibilidades neste momento. Não podemos abraçar o presente, a vida, o passado e a morte ao mesmo tempo. O perdão é uma opção para a vida, o auto-perdão é a paciência diante da escuridão, é o vislumbre da aurora no final da noite. O auto-perdão é o sacudir da poeira, é a renovação da auto-estima e da alegria de viver, é o agradecimento por sabermos que mais importante do que termos cometido um erro é estarmos vivos, é estarmos presentes.

Para encerrar este tema, quero sugerir-lhes uma reflexão sobre este texto escrito por Frederick Pearls: "Que isto fique para o homem! Tentar ser algo que não é, ter idéias que não são atingíveis, ter a praga do perfeccionismo de forma a estar livre de críticas, é abrir a senda infinita da tortura mental. Amigo, não seja um perfeccionista. Perfeccionismo é uma maldição e uma prisão. Quanto mais você treme, mais erra o alvo. Amigo, não tenha medo de erros, erros não são pecados, erros são formas de fazer algo de maneira diferente, talvez criativamente nova. Amigo, não fique aborrecido por seus erros. Alegre-se por eles, você teve a coragem de dar algo de si".

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A ABERTURA DA LOJA

O Ritual de Abertura, assim com o de Encerramento, dos trabalhos em Loja é, talvez, um dos mais importantes dentro do simbolismo maçônico. Ele dá os passos necessários para passar do mundo profano para um estado superior de existência ou, em outras palavras, passar da aparência à realidade, sempre e quando cumpramos com uma série de atitudes e disposições. É por isso que a palavra ritual significa “DE ACORDO COM UMA ORDEM”. É penetrar em um plano supra-espacial e atemporal, o qual vai sendo criado e desenvolvido no interior de cada um dos irmãos presentes à sessão, proporcionalmente ao grau de concentração que se tenha para esse momento.
Abrir os trabalhos é abrir nossa Loja Interior, é fazer uso das primeiras palavras do axioma hermético “Visita Interiora Terrae... (Visita o Interior da Terra...), mas para que isso seja possível devemos obter a calma interior, abstraindo-nos das preocupações profanas e fazendo Silêncio, para que o Venerável, então, possa dizer: Em Loja, meus Irmãos. O verdadeiro silêncio é o que permite alcançar o estado de atenção aberto à voz interior, ao conhecimento do Mistério (no sentido daquilo que não está acessível aos não iniciados), por isso se diz que a atenção provoca a lucidez. Não se trata aqui de uma atenção forçada, mas, sim, espontânea e voluntária, sobre algo que realmente nos interessa. É um estado de alerta em uma direção definida, o que o converte de fato em concentração (ir para o centro de si mesmo),  é o que encaminha para o conhecimento e a tomada de consciência da atemporalidade, quer dizer, do conhecimento Espiritual  surgido da profundidade e que desvela a Verdade. Em resumo, SILÊNCIO é a via para a Contemplação Espiritual (e em Loja).
Renè Guénon, em suas “percepções sobre a Iniciação”, nos diz que o Símbolo pode ser visual, sonoro ou estar em ritos e alegorias. É somente por meio de sua meditação, e especulação, que poderemos conseguir chegar ao Despertar do Homem Interior e ao alinhamento deste com os Poderes do Universo que o rodeia de maneira consciente e efetiva. Devemos viver e sentir com intensidade o que está se passando durante a Abertura dos Trabalhos, porque nessa ocasião está sendo levado a cabo um momento sagrado de expansão das nossas potencialidades, mediante forças cósmicas que nos permitirão aceder às instalações do nosso Templo Interior, e estar em contato com o mestre condutor que nos guiou e protegeu durante nossa iniciação. A criação da verdadeira Egrégora coletiva se dará na medida em que, todos os Irmãos, estejam conscientes de que estas coisas estão realmente se passando, não sendo um simples formalismo necessário para poder começar a Sessão.
O que se disse até agora? Que a Abertura não é mais que um estado de Meditação especial, que nos levará a uma Concentração tal que podemos nos colocar em contato com nosso Eu interno e sentir as vibrações energéticas que permitirão obter a Grande Obra hermética: a transmutação da matéria. Aqui entra em jogo a segunda parte do axioma.... “Invenies Ocultum Lapidem” (Encontrarás a Pedra Oculta). Para tanto, é de grande importância nos despojar de todos aqueles pensamentos e preocupações que podem desviar nossa atenção, e só deixar entrar aqueles pensamentos que possam servir-nos de obreiros, no mais íntimo de nossa consciência. Nenhum pensamento se acha sem influência sobre o caráter e a existência, senão que exerce segundo sua qualidade, uma obra construtora ou destruidora, tanto em uma como em outra.
A educação maçônica, bem como toda a educação individual, começa precisamente com o controle e a seleção inteligente dos pensamentos que se admitem em nossa mente. Como diz Aldo Lavagnini, não podemos evitar que aves voem sobre nossa cabeça, mas sim evitar que elas pousem e façam seu ninho sobre a mesma. Da mesma forma, temos que evitar que em nossa mente repousem aqueles pensamentos que não recebem a aprovação do nosso melhor critério e de nossa consciência mais elevada; isto corresponde à ordem que dá o Ven\M\ao 1º Vig.: para assegurar-se se estamos A COBERTO DAS INDISCRIÇÕES PROFANAS. Ritualisticamente, o G.: do Temp.: informa ao 1º Vig.:, e este ao Ven.: M.:, que se está cumprindo esta condição, mas aqui salta uma dúvida que deixamos no ar: Será que, realmente, estamos a coberto, quando vemos irmãos falando ou consultando seus relógios? Pitágoras dizia que, para obter a verdadeira iniciação, teríamos que passar por um processo de formação que permitisse ao iniciado ir desenvolvendo certas qualidades especiais. Assim podendo passar do virtual ao real, com isso querendo dizer que, para obter o Despertar da Consciência,  deve-se contar com certas qualificações. É por isso que o Ven.: M.: se certifica, por intermédio dos VVig.:, se todos os presentes são Maçons e estão à Ordem. Essa condição é necessária, mas não suficiente, já que se deve cumprir, ainda, com uma condição temporal (que Pitágoras denominava as Três P: Preparação, Purificação e Perfeição). Essa é a razão do Ven.: M.: perguntar o tempo necessário para terminar a Obra, que começa no momento em que se obtém o contato com nosso Mestre Interior, em Silêncio e em Loja, para que possamos receber a maior Iluminação Espiritual possível: que é ao Meio-Dia. O diálogo que se segue, entre o Ven.: M.:, os VVig.: e os DDiác.:, nos leva a especular sobre o ato cósmico que se está levando a cabo, onde se passa do tempo profano para um tempo sagrado, como já se disse anteriormente. Em outras palavras, é  fazer a correspondência entre o Micro e o Macrocosmo, necessária para a Criação e a Recreação do nosso Templo Interior, como o diz o 2º Vig.:. Isso fica corroborado quando o Ven.: M.:, em virtude dos PODERES DE QUE ESTÁ INVESTIDO, evoca o nome do G.: A.: D.: U.:, a Egrégora da Loja, gerada pela concentração dos irmãos presentes, e as forças superiores e transcendentais, representada por todos os irmãos ausentes, desde a noite dos tempos, os quais têm perpetuado a CADEIA INICIÁTICA, onde o Ven.: M.: é só um ente transmissor. Depois de conseguir essas correspondências atemporais é que podem ser declarados ABERTOS OS TRABALHOS.
O M.: de CCerim.: representa a ligação entre nós e o Princípio Superior e Divino que mora no nosso interior. É por meio dele que poderemos nos desenvolver DE ACORDO COM UMA ORDEM, pois é ele quem vigia para que tudo esteja de acordo, colocando a ORDEM NO CAOS. É com a ajuda desse Princípio, unido à prática do V.: I.: T.: R.: I.: O.: L.:, que se conseguirá a Iluminação (o acendimento das Luzes), que nos permitirá entender o Plano traçado pelo G.: A.: D.: U.: (leitura do Livro da Lei) e obter o equilíbrio entre a Matéria e o Espírito (o Esquadro e o Compasso). Abrir a Loja é escutar ao nosso Mestre Interior, que é a nossa Consciência, e isso pode levar muito ou pouco tempo, dependendo de conseguirmos entender quais os passos necessários a serem dados para chegar a esta meta, os quais deverão ser cumpridos conforme formos subindo na escada do Simbolismo.
Guayana, abril de 2009.
Trabalho de Autoria do Ir.: Antonio J. Velásquez
Membro da A.: R.: L.: S.: Hans Hauschildt Nº 175
Oriente de Ciudad Guayana
Bibliografía.
GONZÁLEZ, Federico. Introducción a la Ciencia Sagrada.
LAVAGNINI, Aldo. El Secreto Masónico.
VALE AMESTI, Fermín. Cuadernos Masónicos Nº 1.
Traduzido do espanhol pelo Ir.: José Carlos Michel Bonato

http://sophia60.org/index.php?option=com_content&task=view&id=190&Itemid=35

sexta-feira, 19 de julho de 2013

TEORIA E PRÁTICA

Diálogo entre Exu e Oxalá
O céu e a terra fundiam-se no horizonte distante, parecendo uma coisa só, como se não houvesse separação entre o mundo espiritual e o material, a consciência individual e a cósmica.
Sentado sobre uma pedra em uma enorme montanha, de cabeça baixa e olhos apenas entreabertos, Exu observava o fenômeno da natureza e refletia sobre o seu interminável trabalho.
Como é difícil a humanidade – pensou em certo momento – parece nunca estar satisfeita, está sempre querendo mais e, em sua essência egoísta desarmoniza tudo, tudo... Tudo que era para ser tão simples acaba tão complicado.
Com os olhos habituados a enxergar na escuridão e na distância, Exu observou cada canto daqueles arredores. Viu pessoas destruindo a si mesmas através de vícios variados, viu maldades premeditadas e outras praticadas como se fossem atos da mais perfeita normalidade. Viu injustiças, principalmente contra os mais fracos e indefesos. Com seus ouvidos, também atentos a tudo, ouviu mentiras, palavras de maledicência, gritos de ódio e sussurros de traição. Exu suspirou.
Todos os dias somos expostos a um bombardeio de informações. A maioria delas, infelizmente, sobre coisas desagradáveis. São tantas que temos dificuldade de guardá-las na memória. São os escândalos do senado e da câmara... O mensalão... Os atos secretos... Operação Satiagraha... Operação Rodin... As passagens aéreas dos deputados vendidas a particulares... Familiares usando telefones celulares da câmara em viagens... Deputados estaduais cobrando diárias dormindo na sua casa... Vereadores apresentando projetos de interesse de particulares... Falsos cursos para vereadores encobrindo viagens de turismo... Hospitais lotados... Pessoas esperando meses – quando não anos, por uma consulta no SUS... Buracos em rodovias fazendo aniversário. Trânsito caótico... Sistema coletivo parado nas horas de pico. Sistema de esgoto sem tratamento despejando toneladas de sujeira todos os dias nos rios... Escolas públicas de péssima qualidade. Prédios de escolas caindo aos pedaços... Servidores públicos mal pagos e desmotivados... Estradas estaduais desaparecendo... Etc,etc,etc. Tudo isto apenas no âmbito público. E no âmbito privado será que é diferente?
No âmbito privado podemos citar a sonegação de impostos generalizada – justificada pela péssima atuação de nossos governos... O desrespeito ao meio ambiente... O desmatamento desenfreado na Amazônia... Na mata atlântica... A matança de peixes nos rios por despejo de produtos tóxicos sem tratamento... O entupimento do sistema de esgoto pluvial por acumulo de lixo que jogamos na rua... O uso abusivo de embalagens... A participação fraudulenta de empresas em licitações... O oferecimento de propina a funcionários públicos... O desrespeito às leis de trânsito... O vantagismo de toda espécie... O furar a fila do ônibus... O ocupar os assentos dos idosos e gestantes, etc, etc, etc.
Quando nos propomos a fazer esta palestra pensávamos na distância que nos separa entre o que achamos que é o correto e aquilo que praticamos. Mesmo tendo pouco tempo de experiência no trabalho com a assistência da Choupana, pudemos notar que mesmo aqui, um espaço dedicado ao nosso relacionamento com o sagrado, mesmo aqui praticamos atos que na sua natureza não diferem daqueles que enumeramos há pouco. Infelizmente, há pessoas que na busca de alguma vantagem são capazes de mentir, de burlar as regras da casa, de forçar situações que colocam trabalhadores em atrito uns com os outros. Outros deixam lixo jogado pelo chão, jogam bitucas de cigarro em qualquer lugar, colam chicletes nos bancos. Alguns chegam a ficar furiosos por estarem na frente ou atrás no número das fichas.
Pensando em todos estes fatos ruins enumerados, cheguei a uma conclusão: tem alguma coisa errada conosco. Será que nós teremos algum amparo nas nossas pretensões e necessidades que apresentamos à espiritualidade agindo desta forma?
Lembro que na palestra que o Norberto apresentou antes de nossa segunda sessão de Exus ele falou muito sobre MERECIMENTO. Que todos nós trazemos uma carga cármica de outras encarnações para trabalhar nesta encarnação visando a nossa evolução. Que o carma que produzimos pode ser superado pelo MERECIMENTO, de tal sorte que nesta ou em outra encarnação estejamos numa situação melhor. Mas, com este nosso agir, estamos merecendo o quê? Nós temos consciência disso? Se temos, por que não agimos diferente? Se sabemos em teoria o que deve ser feito e o que não deve, por que insistimos numa prática que não leva ao MERECIMENTO?
Eu não gosto de ficar falando apenas sobre coisas ruis e então vou propor uma reflexão sobre algumas coisas que podemos fazer para nos mudar.
Antes de qualquer coisa, temos que ter CONSCIÊNCIA do que nos acontece e do porque estas coisas nos acontecem. Então, vamos fazer algo muito prático. Vamos nos dividir em quatro partes: o que nós pensamos; o que nós sentimos; o que nós falamos e o que nós fazemos. Estas são afinal as formas pelas quais nos relacionamos com a realidade.
O que nós estamos pensando?
Nós todos temos ouvido falar do poder do pensamento. A física quântica teoriza que o que existe só existe a partir da ação pensante de alguém, cumprindo a máxima hermética de que o universo é mental. Não há dúvida de que o pensamento cria, para o bem o para o mal, o que vai nos acontecendo individual e coletivamente. Mas vamos tratar mais do dia-a-dia. Nós acordamos e imediatamente o nosso pensamento voa: os compromissos do dia, os problemas a serem resolvidos na família e no trabalho. Somos uma máquina de pensar. O grande problema é que esta máquina de pensar tende a se voltar para as coisas negativas, para os riscos que corremos, nossos medos, nossas preocupações, nossas necessidades não atendidas, nossas dificuldades, etc, etc, etc. De tal sorte que passamos a maior parte do nosso tempo com pensamentos negativos. E isso é geral: a humanidade passa a maior parte do tempo assim. E o pensamento cria. A realidade acaba materializando nossos pensamentos.
Não importa se acreditamos nisso ou não: é uma lei. Certa vez li uma frase que me chamou a atenção: “Não importa o que você pense: você sempre tem razão.” E é isso mesmo que quer dizer: o que nós pensamos acaba virando realidade para nós. Você pensa: Veja a realidade como anda: violência, maldade, vícios... Como vou acreditar em Deus? Pronto: você tem razão. Deus para você não vai existir. Você mesmo criou esta realidade e vai vivê-la. Tudo dá errado comigo, não consigo um emprego, uma namorada ou namorado, na minha vida nada da certo. Pronto: você tem razão. Para você nada vai dar certo. Que coisa séria! Estou sempre doente, fraco, sem força, coitado de mim. Pronto: você tem razão. Você é e será um coitado.
Então o que podemos fazer se essa é a realidade do que pensamos? O simples: vamos mudar. Vamos buscar ocupar nossa mente com coisas boas para querer. Vamos ler bons livros, ouvir boa música, ir ao cinema ver bons filmes, namorar, viajar, passear, dançar, estudar e nos instruir, atividades enfim que mudem a polaridade do nosso pensamento. É fácil? Não, não é fácil. Dá certo? Pode crer que dá muito certo. Nossa mente vai para onde a levamos. Nós somos os condutores do nosso pensamento e da nossa vida.
E o que nós estamos sentindo?
Para tratar do que estamos sentindo vou voltar à física quântica e ao filme “Quem somos nós.” Neste filme foi demonstrado que nosso corpo tem uma usina de produtos químicos que nos fazem sentir coisas. Nós pensamos que estamos com fome. Imediatamente é produzida no hipotálamo uma química que é injetada na corrente sanguínea e que chega às células de nossos órgãos, tecidos, músculos, produzindo um sentimento: fome, saudade, medo, alegria, tristeza. A criação de um padrão mental acaba viciando nossas células e, em conseqüência, o nosso corpo. Viciamos na comida, nos antidepressivos, na bebida, no sexo, nas novelas, no futebol, etc. Então o que eu posso fazer para mudar essa situação? Mudar meus pensamentos. A partir do momento que meus pensamentos estão vibrando no positivo serei capaz de quebrar este círculo vicioso e meus sentimentos corresponderão aos meus pensamentos: sentimentos positivos se positivos os pensamentos, sentimentos negativos se negativos os pensamentos. É físico, é lei.
E o que nós andamos falando e fazendo?
Bem! O que nós pensamos e sentimos acaba se expressando na realidade através do que nós falamos e fazemos. Se tivermos bons pensamentos, teremos bons sentimentos. E nossas palavras e ações serão da mesma natureza que estes pensamentos e sentimentos.
Então qual é o ideal? O ideal é que consigamos que haja uma correspondência entre o que pensamos, o que sentimos, o que falamos e o que fazemos.  Se conseguirmos minimamente esta correspondência, seremos pessoas equilibradas, maduras e sadias. O que acontece quando não há esta correspondência? Nós vamos de alguma forma pagar o preço: enxaquecas, pequenas doenças, problemas emocionais, profissionais, vícios, etc. Lembrando sempre que o caminho começa em nós. “Então cuidemos bem dos nossos pensamentos, porque eles se transformarão em sentimentos; cuidemos bem dos nossos sentimentos, porque eles se transformarão em palavras; cuidemos bem de nossas palavras, porque elas se transformarão em ações; cuidemos bem de nossas ações, porque elas se transformarão em hábitos; cuidemos bem de nossos hábitos porque eles marcarão o nosso caráter; cuidemos bem de nosso caráter, porque ele determinará o nosso destino.”
É bom lembrar o seguinte pensamento: “nos preocupemos mais com o nosso caráter do que com a nossa reputação, pois a nossa reputação é o que os outros pensam de nós e o nosso caráter é o que realmente nós somos.”
Pensemos também sobre algo muito importante. Como nós agimos normalmente quando recebemos de outra pessoa uma notícia – para não dizer fofoca – que trata quase sempre sobre o caráter ou a falta de caráter de alguém? Como nós falamos mal dos outros facilmente. Como coisas que nem sabemos se são verdadeiras circulam como se verdade fossem. Por que essa nossa facilidade em espalhar a maldade, a desgraça, a difamação, sem o menor pudor?
Neste sentido, uma prática pode também ser bastante útil no nosso dia-a-dia: o uso das três peneiras de Sócrates. Quando alguém vier lhe falar sobre um assunto que não é bom, sobre a vida alheia, use as três peneiras. Primeira peneira: o que é tratado é verdade? Você tem certeza? Absoluta?  Segunda peneira: o que é tratado é bom? Faz bem a alguém? Se o assunto sobreviveu às duas peneiras iniciais, aplique-lhe a terceira peneira: o assunto em questão é útil para o quê? Resumindo, não sejamos veículos de coisas ruins, de maldades, de injustiças. Utilizemos o nosso precioso tempo na vida com o que é bom, bonito, verdadeiro, útil. Tratemos-nos bem para que o mundo nos trate da mesma forma. Vamos dar o exemplo. Vamos MERECER o que buscamos, pois o MERECIMENTO é o motor da evolução. É a união da teoria com a prática.
Do “Diálogo entre Exu e Oxalá.” Pelo Templo Tião D'angola e Boiadeiro Sete Porteiras.
Então, companheiro Exu, não temos porque lamentar. A ignorância em que vivem os homens é sinal de que ainda temos trabalho a realizar. A pouca sabedoria que possuem significa que ainda estão muito próximos ao ponto de partida e cabe a nós, não importa se chamados de “direita” ou “esquerda”, auxiliá-los em sua caminhada, que é muito longa ainda. Apenas contemplar as mazelas dos corações humanos não irá auxiliá-los em nada. Sou a luz que guia os olhos da humanidade e você é o movimento que não a deixa estática. Se pararmos por um segundo sequer, atrasaremos em séculos e séculos o progresso da raça humana, que tanto depende de nós.

sábado, 13 de julho de 2013

LOJA ABERTA DE JULHO

No dia 31-07-2013 teremos mais uma Loja Aberta, com exposição sobre o tema "Iniciação Maçônica", especialmente destinada àqueles interessados em serem iniciados em nossa Loja.
Por volta das 20:00 horas os visitantes serão convidados a adentrarem no templo.

terça-feira, 9 de julho de 2013

O PENSAMENTO E A FÍSICA QUÂNTICA


Professor Moacyr Costa de Araújo Lima

Antes do advento do paradigma quântico-relativístico, a ciência oficial nada tinha a declarar sobre o pensamento, sua possibilidade de transmissão e interferência na matéria. Acreditava-se que, no máximo, o pensamento poderia influenciar atitudes positivas ou não do pensador, podendo criar situações de autossugestão, com resultados sempre limitados e discutíveis. 
A ciência acadêmica nos descrevia um universo pronto e acabado, cabendo-nos apenas observar suas leis, sem que sobre elas tivéssemos a menor possibilidade de interferência. Essa posição é um corolário adotado pela concepção newtoniana do universo-máquina e consagrada nos postulados do materialismo realista. 
Entretanto, bem antes do exame filosófico dos postulados da Física Quântica, disciplinas científicas, como a parapsicologia, hoje conhecida como ciência noética, realizavam experiências, comprovadas por métodos estatísticos probabilísticos, demonstrando a possibilidade de transmissão do pensamento, o que restou catalogado como telepatia. 
Na década de 70, do século passado, as jornalistas americanas Sheila Ostrander e Lynn Schroeder 1, em viagem pela então União Soviética, relatam uma série de experiências na área chamada para normal, em que se verificava, independentemente de distância, a transmissão do pensamento. 
Hernani Guimarães Andrade 2 noticia interessantíssimo experimento realizado pelo pesquisador russo Leonid Vassiliev. Nessa experiência, conseguiu-se hipnose por telepatia, estando hipnólogo  e sensitivo em salas separadas, com as paredes feitas de chumbo e emendas em mercúrio. Vale dizer que nenhuma radiação eletromagnética conhecida poderia se transmitir de uma sala a outra. As primeiras conclusões apontavam para a possibilidade tetradimensional da chamada onda produzida pelo pensamento. 
Atualmente Dean Raskin, ph.D. 3, realiza experiências semelhantes. Coloca em salas separadas, com as mesmas características daquelas acima descritas, pessoas,  conhecidas  ou não, uma em cada sala, com suas cabeças ligadas a pet-scanners, aparelhos de alta sensibilidade, registradores das ondas cerebrais. Um dos sujeitos da experiência recebe uma série de flashes luminosos em seus olhos. Na outra sala, as ondas cerebrais do outro participante do experimento sofrem alterações, como se o cérebro houvesse recebido os estímulos correspondentes a setenta por cento dos recebidos pelo outro colaborador. 
Segundo Raskin, a experiência comprova, como tantas outras do mesmo gênero, que seria  exaustivo elencar, a lei fundamental da Física Quântica, segundo a qual nada no Universo está isolado, chamada Lei da Interconectividade ou do Emaranhamento. 
Raskin é também responsável pela criação dos chamados geradores aleatórios. São máquinas, colocadas em diferentes lugares que, ao longo do dia, emitem aleatoriamente os algarismos zero e um. Ao final de 24 horas, como num jogo de cara ou coroa, o número de algarismos, zero e um, deve ser praticamente o mesmo. No entanto, acontecimentos que envolvem grandes emoções, responsáveis pela emissão em bloco de pensamentos semelhantes, alteram a paridade dos algarismos. 
Essas máquinas foram instaladas no tribunal e em vários pontos dos Estados Unidos, por ocasião do julgamento do atleta O.  J. Simson. Assim, havia delas  em locais públicos, onde  as pessoas se reuniam para assistir ao julgamento televisado para quase todo o país. Nos momentos de maior impacto, de grande emoção e consequente liberação de energia, desaparecia o equilíbrio entre os algarismos emitidos, com larga predominância de um deles. 
Por ocasião do atentado às Torres Gêmeas, a verificação dos registros dos geradores mostrou que, desde que o plano foi posto em andamento, começou a se ampliar a diferença entre o número de algarismos emitidos, chegando essa diferença ao máximo por ocasião da colisão do primeiro avião com uma das torres. A Física Quântica, que trouxe definitivamente a consciência do observador como elemento atuante nos fenômenos físicos, nos demonstra o fato de ser o pensamento uma forma de energia, transmitida através de espaços com mais de três dimensões. 
Em 1935, foi realizada a experiência que revolucionou a lógica tradicional e os conceitos mais ortodoxos da ciência: a experiência da dupla fenda. Nela, elétrons lançados contra uma chapa com dois orifícios, às vezes se comportavam como onda, produzindo um padrão de interferência e, às vezes, se comportavam como partículas. 
As consequências técnicas surgiram de pronto. Mas muito tempo passou até que os cientistas tivessem a coragem de fazer a pergunta cuja resposta causava temor aos ortodoxos: O que é que faz o elétron assumir um comportamento ou outro? E chegaram à mais revolucionária conclusão da ciência contemporânea: “A consciência do observador”, o pensamento do observador. 
Os físicos começaram a falar em grau de consciência das partículas. O elétron, como consciência menor, tentando comportar-se de modo a satisfazer a expectativa de uma consciência maior. Uma confirmação das afirmações de Kardec 4, ao postular a existência de uma consciência em desenvolvimento, do átomo ao Arcanjo. 
Hoje sabemos que as partículas subatômicas mudam de comportamento ao passarem de não observadas para observadas. O simples ato de medir altera seu comportamento, logo não há mais um observador apartado do observado e sim uma interconexão. Esta, para Stuart Hameroff, diretor do Centro de Estudos da Consciência da Universidade do Arizona, é uma das melhores confirmações da espiritualidade. 
A respeito da  influência do pensamento sobre a matéria, encontramos em Fritjof Capra: “Minha decisão consciente sobre a forma como vou observar um elétron irá, até certo ponto, determinar-lhe as propriedades. Se eu fizer uma pergunta própria de partícula, ele me dará uma resposta de partícula. 
Se eu fizer uma pergunta própria de onda, ele me dará resposta de onda”. Para Capra, o observador não é necessário apenas para observar as propriedades de um fenômeno atômico, mas é necessário até para causar essas propriedades. 
William Tiller, ph.D., criou um aparelho eletrônico chamado holodeck. É um verdadeiro materializador de pensamentos. Assim, colocando meditadores próximos ao aparelho, concentrando-se no pensamento de que esse aparelho adquirirá a propriedade de fazer o ph da água baixar uma unidade, esse pensamento outorga ao equipamento a propriedade desejada. 
Vê-se, então, que para a Física Quântica, num universo entrelaçado, o pensamento é uma forma de energia que nos guindou da posição de meros observadores para participantes, utilizando a expressão do físico John Wheeler. Candace Pert 6 revelou que, através de nossos pensamentos e emoções, produzimos, no hipotálamo, químicos que irão alimentar nossas células de modo benéfico ou prejudicial. Por isso, o perdoar, 
mudar a faixa vibratória, é de extrema utilidade para quem perdoa, pois é este quem se beneficia e se liberta. A Física Quântica explica porque Jesus mandou perdoar. 
E os cientistas se interrogam: Quem é o observador? Quem produz o pensamento? E William Tiller, Fred Allan Wolf e Amit Goswami, entre outros, não titubeiam ao responder: O espírito. 


Referências: 
1. OSTRANDER, Sheila & SCHROEDER, Lynn. Experiências Psíquicas além da Cortina de Ferro. São Paulo, Ed. Best Seller, 1966 
2. GUIMARÃES ANDRADE, Hernani. Parapsicologia Experimental. Ed. Centro Espírita do Calvário,1967 
3. RASKIN, Dean. Entangled Minds. Ed. Harper Collins 
4. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Livraria Allan Kardec Editora. São Paulo. 
5. KAPRA, Fritjof. O Tao da Física. Ed. Cultrix. São Paulo, 1984 
6. PERT, Candace. Molecules of Emotion. Ed Scribner. New York. 2003. 

domingo, 7 de julho de 2013

OS SUBLIMES MISTÉRIOS

Os mistérios Druídicos 
Os druidas constituiram uma ordem sacerdotal de homens e mulheres instruídos, sob a direção de um Arquidruída, entre os antigos povos celtas na Bretanha, Irlanda e Gália (França). Cultuavam inúmeros deuses identificados com Mercúrio, Apolo, Marte, Júpiter e Minerva e sua origem dada dos ensinos de Orfeu. A lira de Apolo se tornou a harpa de Anjos, o deus do amor, e o culto a Deus se traduzia na divina beleza manifestada através da música.
Em seus mistérios eram submetidos homens e mulheres e exigiam muita purificação física e mental. A iniciação se dividia em períodos trimestrais, durante os equinócios e solstícios e compreendia três graus: Eubates, Bardos e Druidas. Os principais mandamentos impostos eram: obediência às leis divinas, interessar-se pelo bem-estar da humanidade e suportar com fortaleza todos os males da vida, durante o período probatório. Terminado este, o candidato devidamente vestido de branco, azul e verde era encerrado em uma tumba, onde, em jejum, permanecia durante três dias, no fim do qual estava pronto para a iniciação. Após a iniciação , o iniciado jurava guardar segredo desse mistério e era considerado como renascido do ventre da deusa Ceridiem, livre de todas as impurezas e de toda imperfeição. 

Os mistérios egípcios 
Estes mistérios eram instituições públicas, mantidas pelo Estados; eram centros de vida nacional e religiosa, os quais eram frequentados por todas as classes sociais. Eram constituídos de vários graus e duravam muitos anos. Os que passavam por todos os graus, homens e mulheres, eram considerados ocultos, pois adquiriam os conhecimentos deste mundo e uma nítida compreensão de seu futuro após a morte e das leis que regem os mundos superiores. Os ensinamentos internos e superiores permaneciam selados para o povo, ainda não suficientemente preparado para aprendê-los. Todavia, praticamente toda população egípcia sabia destes mistérios, de tudo que relacionava com a vida depois da morte e de como preparar-se para enfrentá-la corajosamente. Os pormenores dos ensinamentos eram ministrados aos iniciados nos mistérios, até admití-los sob solenes juramentos de guardar absoluto segredo. Das instruções constavam os ensinamentos dos rituais de iniciação, da morte e da ressurreição. Os rituais de iniciação eram realizados nas câmaras das pirâmides. As cerimônias dos mistérios visavam representar a evolução superior do homem, seu retorno à Fonte Divina, donde ele veio, através do desenvolvimento de sua natureza superior. Estes mistérios se classificavam em mistérios menores ou de Ísis e em mistérios maiores ou de Serápis e Osíris. Os primeiros correspondiam ao primeiro grau, de aprendiz, na maçonaria e os segundos, ao segundo e terceiro grau, companheiro e mestre, na maçonaria. Ao iniciado nos mistérios menores, se ensinava a condição da morte após a morte física, sua vida no astral, no Hades ou purgatório; ensinava-se o sentido do que dissera Ísis: "-Eu sou a natureza, a mãe de todas as coisas, a soberana dos elementos, a matriz do tempo" e ministrava-se os conhecimentos de gramática, lógica, retórica, aritmética, geometria, música e astronomia. Aos iniciados nos mistérios maiores, no de Serápis, segundo grau, companheiro na maçonaria, aprofundava-se os conhecimentos de ciência e filosofia, e o estudante empreendia um curso mais adiantado do mundo oculto, aprendia-se sobre o plano mental, o Devacan, o Sukhâvati, o céu, o Nout, a Câmara do meio, os Campos Elísios e os iniciados aprendiam o domínio da mente e o desenvolvimento das suas faculdades internas. Nos mistérios de Osíris terceiro grau maçônico, mestre, o candidato tinham de passar pelas representações simbólicas do sofrimento, morte e ascensão de Osíris, o que incluía suas experiências entre morte e a ressurreição, quando ele subia ao Amenti e se tornava o juiz dos mortos, que a cada alma sentenciada a sua medida de felicidade ou seu retorno a uma nova encarnação terrena para um ulterior autodesenvolimento. A instrução dada referia-se à região do mental abstrato, do plano causal, do terceiro céu, de Nout, onde o iniciado vencia e se liberava de todas as ilusões. O povo egípcio celebrava essa liberação com festas públicas que correspondem às festas católicas atuais da Sexta-Feira Santa e dia de Páscoa.
Encontra-se aí a semelhança deste mistério com o suplício, crucificação, morte, sepultamento e ressurreição de Jesus. Será pura coincidência ou copilação?
Além desses três graus haviam outros maiores.
Os principais centros de ensinamentos egípcios foram: Sais, Mênfis, Tebas e Heliópoles. 
Mistérios Mitríacos 
Foram difundidos na Ásia, África e Europa e neles dominava um acentuado estilo militar e demandava de seus fiéis uma pureza quase acética, sendo Mitra, o salvador da humanidade. Este culto de espalha notadamente entre os soldados romanos, os quais construíram inúmeros templos em honra de Mitra. O sistema compunha-se de sete graus: Corax, Eryphius, Miles, Leo, Perses, Heliodramus e Peter. Este culto era próprio para homens e constituía uma fraternidade de armas. 
Mistérios Judaicos 
Fundados por Moisés, sofre a influência dos mistérios Egípcios como cita o Êxodo 7:8-12 e 4:1-5. Posteriormente, foram fundadas escolas de profetas, para estudo e prática dos mistérios e instruções mais profundas, velados nos antigos ritos. Muitas dessas escolas são citadas na Bíblia, como a de Naisth, de Gilgar, Belthel e Jericó, posteriormente substituídas pelas sinagogas. Na época de Jesus, havia as escolas dos Essênios, Nazarenos, Saduceus, Fariseus que, apesar de terem desaparecidos, influenciaram o cristianismo e outras escolas filosóficas.
Tal como havia previsto Hermes Trimesgistro, nas tábuas Esmeraldinas, estas escolas desapareceram debaixo do jugo romano e das perseguições empreendidas pela Igreja sob as mais diversas formas.
Entretanto, muitas delas procuravam se adaptar às novas circunstâncias, aos novos tempos, tornando-se ocultas, mudando de nomes ou de forma de atividades, fundindo-se com outras escolas, de modo a poderem preservar o patrimônio cultural e espiritual da humanidade, até tomarem as características que apresentam hoje.
Foi traçado em linhas gerais, algumas escolas místicas da antiguidade e seus princípios gerais que independentemente dos rituais e cerimônias adotadas, constituía os seus ensinamentos fundamentais.
Vimos que todas elas tinham como simbolismo um mito ou uma lenda que encobriam profundos ensinamentos espirituais que retratavam a criação, os estágios do desenvolvimento do homem e do mundo, bem como as leis ocultas e dos poderes divinos, e do destino da alma humana, ao mesmo tempo que tratavam de estimular a criação das virtudes, da fraternidade e da moralidade, pelo cultivo e domínio do corpo físico ou sublimação dos sentimentos inferiores e o desenvolvimento e aprimoramento das faculdades mentais.
Aquelas escolas eram classificadas em menores ou exotéricas e maiores ou esotéricas, mas ambas buscavam o aperfeiçoamento pessoal, auto-realização ou a salvação através da imitação e da adoração a um modelo exterior, do qual dependia a sua alma.
A salvação não era o resultado da sua evolução pessoal, mas era devido a graça de um poder maior que devia ser adorado e ao qual lhe devia o atributo do ritual.
O misticismo é, portanto, uma escola, um caminho de dependência e da necessidade de projetar a sua necessidade de segurança para alguém de fora. É um caminho de vinculação Filho-Pai, de eu não tenho, tu me dás.
É uma escola válida para aqueles que se sentem crianças, para os que ainda não amadureceram espiritualmente.
Ela é útil e válida para um determinado estágio do desenvolvimento moral e espiritual, notadamente, para aqueles que estão no estágio emocional.
Se és um místico de qualquer escola ou ordem, mas desejas conhecer a tua religião, estuda-a e procuras por ti mesmo, a tua religiosidade íntima, independentemente do que te ensinaram e te disseram, e sejas tu mesmo o que escolhes o caminho.
Mistérios Nórdicos 
Sua origem se deve aos citas e é citado por Jeremias-4:5-7,46 e Colossenses-3:11. Compreendiam três grandes festividades anuais: a primeira, a mais importante era celebrada no solstício de inverno, dedicada a Thor, filho de Odin e de Friga; ou Fréya, a mãe dispensadora de graças; e a terceira, tributada a Odin. Os mistérios se prendem a linha do assassinato de Balder pelo Hoder e de sua ressurreição, identificando-se na de Osiris e Tifão, de Tammy e Izelubar, de Krishna e Kansa de Cristo e Caifos. A iniciação era uma representação simbólica da ressurreição de Bauder de sua vitória sobre a morte. 
Mistérios Gregos, os de Eleusinos 
Atribui-se sua origem a Orfeu e seus iniciados foram Píndaro, Sófocles, Isócrates, Plutarco, Heródoto, Platão, Cícero e muitos outros. Os mistérios Eleusinos se dividiam em dois grupos: os menores e os maiores, e cada grupo se subdividia em duas partes: uma exotérica e outra esotérica. Os mistérios menores eram celebrados no templo de Deméter e Coré, em Agra, em Atenas, no mês de março, pelo equinócio da primavera. Os ensinamentos ministrados referiam-se ao conhecimento da vida no astral, bem, como na significação dos mitos de Tântalo, Sísifo, Títio,visando o desenvolvimento moral do candidato, em sua vida honrada e digna. Neste grau, o iniciado recebia o nome de Mistal. Os mistérios maiores eram celebrados no mês de setembro, em Eleusis, inicialmente em celebração pública e depois no templo, entre os iniciados. Neste grau, ensinava-se os mistérios do astral e do plano mental, o domínio e purificação do corpo astral e do mental, fazia-se a interpretação das lendas Proserjisia, Coré, de Narciso, Minotauro, Teseu, Ariádno, e da morte de Baco pelos Titãs. Culminava o cerimonial com exposição de uma espiga de trigo, como símbolo da eterna criação e evolução através de novas formas para alimentar outras formas de vida. Muitos estudiosos vêem esses simbolismo como analogia da última ceia de Jesus, da cerimônia do pão e do vinho, da eucaristia.
Além desses mistérios, que correspondem aos graus superiores, havia também os mistérios ocultos que eram só do conhecimento dos iniciados. 

Je.'.