sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O ETERNO RETORNO


“ E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderias: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"- 
                                                                                           Nietszche- Gaia Ciência.

Segundo Hawking, o universo pode ter várias histórias prováveis. Isso quer dizer que existem vários planos de existência, onde as mesmas coisas podem estar acontecendo de maneira diferente. Assim, num desses universos, Jesus pode não ter sido crucificado, Júlio César não foi assassinado, a Alemanha ganhou a guerra., Tiradentes não foi enforcado, o Titanic chegou à Nova Iorque e Jack, o Estripador, não foi um serial killer, mas sim um grande filântropo que fundou asilos, construiu hospitais e deu abrigo a milhares de sem-teto, ao invés de estripar prostitutas nos becos escuros da Londres vitoriana. 
Isso nos dá asas para muita imaginação. Mas não estamos falando de fantasias, mas sim de ciência. Tudo isso é provável matematicamente. Com essa idéia podemos imaginar um mundo sendo construindo em diversas etapas, como num álbum de desenhos. Faz-se um modelo e vai-se modificando os traços até chegarmos a algo que definitivamente nos agrade. Ou então como na produção de um desenho animado, em que a ação dos personagens provém de uma série de desenhos concatenados, superpostos um ao outro para criar uma ilusão de movimento. 
Num desenho animado tudo é possível. Não existe previsibilidade nem possibilidade impossível. É o mundo do princípio da incerteza, segundo o qual não podemos saber o que vai acontecer no futuro porque jamais conseguiremos determinar onde e quando as partículas de energia que formatam o universo estarão no momento seguinte à nossa observação. Isso também é física e não fantasia. Nem filosofia. 

A física moderna fala de um tempo imaginário que se alonga indefinidamente no espaço. É como uma cobra serpenteando suas ondas pelo nada cósmico. Nessa concepção (que é tida como científica) a história se desenrola em superfícies fechadas. Cada partícula do universo desenvolve uma história diferente, embora os personagens sejam os mesmos em cada uma delas. É como se tivéssemos uma quantidade inimaginável de astronaves atiradas no espaço, todas tripuladas pelos mesmos tripulantes. São os mesmos personagens, mas cada uma dessas naves está construindo uma história diferente. 
Uma história assim é uma história que nunca acaba porque tudo recomeça infinitamente. 
Isso é assim porque todos os corpos são redondos no espaço cósmico. E na matéria também tudo é granular, tudo tem forma esférica. Imaginemos se a terra não fosse redonda, não houvesse a lei da gravidade e nós chegássemos ao fim dela. O que aconteceria? Nós cairíamos dela. Nos perderíamos no espaço infinito. Mas ela é redonda. Então, ao invés de cair, nós continuamos dando voltas ao redor dela. Por isso é que nada termina, mas sempre recomeça.

Nietszche imaginou um mundo onde tudo se repete infinitamente: é o mundo do eterno retorno. Essa idéia pressupõe que ele é feito de ciclos que se alternam numa eterna repetição. Nesse sentido, vida e morte, criação e destruição, saúde e doença, beleza e feiúra, bondade e maldade, não são realidades opostas e contrárias umas às outras, como a sabedoria ocidental, baseada na ética judaico-cristã, deduziu. São ciclos naturais, vitais e necessários, para que o universo se construa e sobreviva em condições de eterno equilíbrio. Dessa forma, segundo Nietszche, não haveria bem e mal, nem Deus e Diabo travando uma queda de braço pelo controle do mundo, mas apenas duas forças necessárias e complementares atuando com igual potência para manter a vida do universo em constante equilíbrio. Assim, não temos que ficar escolhendo entre um e outro, mas apenas reconhecer a existência dessa lei e acompanhar a sua tendência. 
Interessante essa intuição. Os cientistas a representam através de ondas. Dizem que toda a matéria do universo é feita de energia, que ora se apresenta como onda, ora como partícula. Se olharmos para o desenho de uma onda de energia, veremos que ela tem uma crista e uma depressão. Quer dizer, ela sobe e desce, sobe e desce.... Já os esotéricos a representam como uma cobra que engole o próprio rabo.

 
                                                    
Nietszche pode ter se inspirado na visão científica da energia ondulante para desenvolver o estranho conceito do eterno retorno. Sua intuição pressupõe que todo o universo é uma imensa onda de energia onde as cristas e as depressões se alternam com infinita regularidade. Duvido que ele fosse tão execrado pela intelectualidade cristã se dissesse que Deus é uma Onda Infinita de Energia que se espalha pelo nada cósmico, formatando toda a realidade manifesta. Afinal, isso é o que os cientistas dizem que Ele é. Pura Energia. Ninguém ousa execrar um cientista. Só o que fazem é contestá-lo com outra teoria melhor. Aliás, essa foi a diferença entre Giordano Bruno e Galileu. Galileu era cientista. Foi preso e contestado , mas não foi condenado á fogueira. Ninguém tinha autoridade para isso. Giordano Bruno era filósofo. Foi preso e queimado numa fogueira, porque ele só tinha idéias e nenhuma equação para provar suas intuições.
Nietszche não era físico e sim filósofo. Ele não queria entender como o universo é construído, mas sim o que o ser humano tem a ver com tudo isso. E como todo filósofo (e toda filosofia), ele não encontrou essa resposta. Como era mais crente que os demais filósofos, morreu tísico e louco num nosocômio. 
Mas isso não importa. A ciência também não tem essa resposta. Pelo menos até agora. E acredito que jamais a terá. O principio da incerteza, que a própria ciência descobriu, nos garante que a mente humana nunca chegará a esse resultado. Daí tanto faz que o universo seja uma onda de energia com cristas e depressões ou uma serpente que engole o próprio rabo. Também pouco importa saber se mundo é feito de ciclos que se repetem infinitamente, ou se é um processo que é montado a cada momento com novos desenhos, sempre buscando uma conformação ideal que nunca acontece.
Nós só precisamos de um dia para viver, uma noite para dormir, um ontem para recordar e um amanhã para sonhar. Tudo que daí passa é filosofia. Ou ciência, que afinal são as mesmas coisas.
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Dos livros: NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm, Assim Falava Zaratustra, São Paulo, Hemus, 1979- Gaia Ciência- Circulo do Livro- São Paulo, 1976
HAWKING, Stephen. Uma Breve História do Tempo. São Paulo, Círculo do Livro, 1998.
― O Universo Em uma Casca de Nóz- ARX, São Paulo, 2002

João Anatalino

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

RANKING POLÍTICOS

Eleição vai...Eleição vem...Parece que as coisas não mudam. Que tal acompanharmos a atuação dos políticos para nos orientarmos melhor? Então, não custa nada consultar e participar desta interessante iniciativa! http://www.politicos.org.br/

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O CAIXEIRO VIAJANTE E A ARTE REAL....

Um rapaz simpático, educado, de bons hábitos e bem sucedido na vida exercendo a profissão de caixeiro viajante, resolveu comemorar o seu noivado num restaurante discreto e aconchegante em uma cidade com as mesmas qualidades. Como já havia viajado muito não foi difícil encontrar a cidade ideal.

O rapaz partiu com sua noiva e a sua mãe, em direção à cidade escolhida. Após algumas horas de viagem, chegaram à cidade Pedra Dura. Hospedaram-se e em seguida o rapaz saiu à procura do restaurante ideal. Era cedo, manhã bonita e calma, andou pelas ruas pacatas e encontrou um restaurante à beira de um riacho: Restaurante 3 Irmãos. O nome do estabelecimento lhe agradou. Deu, na porta do mesmo, três pancadas. Em seguida uma voz respondeu-lhe às batidas:

-- Quem vem lá?

-- Sou um cliente que deseja tratar de um jantar comemorativo. - respondeu o rapaz.

-- Pois, então, entre.

O viajante entrou e um homem simpático e educado o esperava no salão.

-- Bom dia ! - cumprimentou o recém chegado e perguntou -  Sois garçom?

-- Meus clientes como tal me reconhecem. De onde viestes?

-- De uma cidade chamada São João.

-- O que fazes na vida?

-- Sou caixeiro viajante. Viajo a negócios e visito Lojas.

-- Vens muito por aqui?

-- Não muito, esta é a minha 3ª viagem.

-- O que quereis?

-- Um jantar para 3 pessoas em lugar reservado.

-- Que tal entre aquelas colunas? É um lugar bem privativo.

-- Parece-me bom. Ficaremos entre elas.

-- O que beberão na ocasião?

-- Para minha mãe e noiva uma taça de bebida doce. Eu prefiro algo amargo como aperitivo.

-- Pode ser whisky?

-- Nacional?

-- Não, escocês!

-- Bem se for antigo eu aceito, mas gostaria que as mesas fossem bem ornamentadas.

-- Podemos ornamentá-las com romãs, ficam bonitas e exóticas.

-- E quanto às flores?

-- Fique tranqüilo, fazemos arranjos com rosas e espigas de trigo.

-- Pois então faça, não poupe nada, quero fartura em abundância. Você estará aqui?

-- Sim, trabalho do meio dia a meia noite.

-- Bem, pela conversa o atendimento é bom. E o preço?

-- O preço é justo e o atendimento é perfeito, mas qual é o seu nome?

-- Salomão e o seu?

-- Hiram, sou conhecido como "Hiram dos bifes", sou bom em corte de bifes. Meus irmãos também atendem. Um chama-se Emmanuel e o outro José, mas é conhecido por "Zé".

-- Você é desta cidade ?

-- Não, também fui caixeiro viajante. Gostei tanto desta cidade que na minha 5ª viagem resolvi ficar por aqui. E já fa 5 anos, acabei comprando este restaurante. Olhe, meu Irmão, no começo foi difícil. Este estabelecimento era mau visto, pois pertencia a três trapalhões chamados: Gilberto, Juberto e Juberton. Fizeram tantas trapalhadas que acabaram assassinados.

-- Olhe Hiram, coloque a mesa de minha mãe separada, para haver mais privacidade.

-- E o seu pai não vem?

-- Não minha mãe é viúva.

-- Quie coincidência! Eu também sou filho de uma viúva.

-- Eu há muito percebi.

-- Como se chama sua mãe? Temos cortesia para ela.

-- Minha mãe chama-se Acácia.

-- Este nome me é conhecido, tivemos uma ótima cozinheira com este nome.

-- Bem, eu já vou indo. Logo mais retornarei com elas. Ah! Já ia me esquecendo. Qual é a especialidade da casa?

-- Churrasco.

-- Ótimo! É macio?

-- Sim, tão macio que a carne se desprende dos ossos.

-- Ah, Senhor meu Deus! Que maravilha, não posso perder! O lugar é seguro?

-- Sim, temos dois rapazes expertos que cuidam disso. E no salão temos 2 vigilantes.

-- Parabéns, o seu restaurante está coberto de qualidades, salve o adorável mestre. Até logo. Um Forte e Fraterno Abraço

domingo, 22 de setembro de 2013

A VERDADE EM AÇÃO

Nestes dois artigos de Zero Hora deste domingo, 22/09/2013, temos duas visões sobre o mesmo tema: caberiam ou não os embargos infringentes na ação do mensalão no STF? Uma bela oportunidade para conhecermos um pouco mais sobre justiça.



Artigo| A curva fora do ponto

22 de setembro de 20130
O ministro
desempatador
jogou o
Judiciário
no poço
do descrédito
PERCIVAL PUGGINA*
A decisão do STF que beneficiou com novo julgamento os réus mais bem apadrinhados do mensalão levou-me a uma crônica de Eça de Queiroz. O texto é de outubro de 1871. Falava-se em uma estrada de ferro para ligar Portugal à Espanha e se conjeturava, em Lisboa, sobre as receitas que proporcionariam os espanhóis atraídos pelas belezas e delícias da terrinha. Escreveu, então, o mestre lusitano: “A companhia dos caminhos de ferro, com intenções amáveis e civilizadoras, nos coloca em embaraços terríveis: nós não estamos em condições de receber visitas!”.
Tampouco nós, brasileiros, estamos em condições de as receber. A leitura dos jornais deveria ser feita a portas fechadas, com as persianas corridas, para nosso constrangimento não ser visto. Passamos da fase em que havia certa estética nos escândalos. As bocas formavam redondos “ós” e as mãos caíam em desolada consternação. Lia-se a respeito com pruridos de honra ultrajada. Hoje, centenas de escândalos mais tarde, a vergonha fez-se de todos. É nacional. Quanta vergonha! Não, não estamos em condições de receber visitas!
A credibilidade do Supremo Tribunal Federal exalou longo e enfermo suspiro. Exalou-o de modo audível enquanto Celso de Mello, visivelmente faceiro, naquele estilo em que as palavras parecem extravasadas de um compêndio de gramática, pronunciava seu voto sobre a admissibilidade dos embargos infringentes no curso da Ação Penal 470. Ah, as citações latinas de Celso de Mello! Enquanto as disparava, corretas e certeiras, o ministro feria de modo doído e grave as sadias expectativas nacionais.
Luis Roberto Barroso, pouco antes de ocupar a vaga aberta pela aposentadoria de Ayres Britto, observou que o julgamento do mensalão fora um ponto fora da curva na história das decisões do Supremo. Com isso, o ministro expressou sua convicção de que, ou a curva estava errada em todos os seus pontos (o conjunto das ações penais anteriormente julgadas), ou o julgamento do mensalão fora um erro. A sociedade brasileira, em sua imensa maioria, pensa de outro modo. Eu sei, muito bem, que os ministros do STF não devem molhar o dedo na boca e erguê-lo ao ar para captar os ventos da opinião púbica antes de emitirem seus juízos. A função do Judiciário não é essa. Mas…

***
Mas cinco respeitáveis e experientes ministros tinham convicção diferente (compare-os com o que você pode observar sobre aqueles a quem ele acompanhou com o decisivo voto que proferiu). Mas foi afirmado muitas vezes no plenário, sem sofrer contestação: “O Supremo nunca julgou duas vezes o mesmo caso”. Mas, ao votarem pela admissibilidade dos embargos infringentes, os ministros inovaram. E resolveram fazê-lo, coincidentemente, no mais escandaloso processo judicial da história, processo em que constam como réus expressivas figuras da República. Mas a porta que abriram amplia o infinito sistema recursal brasileiro, tornando ainda mais inconclusos e procrastináveis os julgamentos de réus endinheirados. Mas o ministro desempatador jogou o Judiciário no poço do descrédito, com consequências que se multiplicarão no tempo, em milhares de outros casos. O resultado foi uma curva fora do ponto, se entendermos como “ponto” o justo e novamente frustrado anseio dos cidadãos que apenas querem ler os jornais, janelas abertas, sem se envergonharem de suas instituições.
*Escritor

Artigo| Teletubbies em luto

22 de setembro de 20130
marcosRolimMARCOS ROLIM *
marcos@rolim.com.br
Os réus do mensalão
serão punidos.
O PT verá o processo
contaminar a
eleição presidencial
Um dos princípios basilares do Estado Democrático de Direito é o duplo grau de jurisdição. Ninguém está obrigado a concordar com ele. Há quem não concorde, inclusive, com o Estado Democrático de Direito. Os tigres, como se sabe, preferem a ditadura, serviram a ela e a veneram reservadamente. Já se disse que o voto do ministro Celso de Mello foi uma lição de Direito. Mais do que isso, foi um voto constrangedor para quem saiu distribuindo certezas antes de se fazer perguntas simples. Na semana passada, os ministros Barbosa e Fux sustentaram que a lei 8.030 de 1990 havia derrogado os embargos infringentes. Celso de Mello lembrou que o presidente Fernando Henrique enviou projeto ao Congresso propondo o fim daquele recurso em 1998 e que esta proposição foi recusada pelo Parlamento com o apoio do PSDB e do PFL (hoje DEM). Se o governo formulou projeto pretendendo o fim dos infringentes no STF e o Congresso recusou a medida, então como sustentar que o recurso não tinha previsão legal? E como o ministro Gilmar Mendes não mencionou o fato se ele próprio auxiliou a redação do PL quando era Advogado-Geral da União? Interessante também que ele tenha dito aos jornalistas que poderia “indicar uma pizzaria” para o mensalão. Não se lembrou de dizer isto quanto mandou soltar o banqueiro Daniel Dantas ou o médico Roger Abdelmassih, este último acusado de estuprar dezenas de pacientes e que aproveitou a liberdade concedida para escapulir do país. Com relação a Dantas, aliás, o STJ considerou que as provas colhidas na operação Castelo de Areia eram ilegais, porque começaram com uma denúncia anônima (!). Não houve indignação na mídia, nem escândalo no Brasil diante do absurdo. É que o pessoal é muito seletivo. Quando Joaquim Barbosa acusou Levandowsky de fazer “chicana”, uma intervenção que diz algo importante sobre o primeiro e nada sobre o segundo, o fato foi amplamente noticiado e, como regra, sem reparos. Batman, fomos informados, seguia atento aos vilões que ameaçam Gothan City. Mas quando o ministro Marco Aurélio, propositalmente, enrola uma sessão do Supremo para que ela seja encerrada sem o voto de desempate de Celso de Mello, com o objetivo explícito de fervê-lo por uma semana no chamado “clamor popular” não houve quem considerasse a conduta uma chicana. O ministro Marco Aurélio, aquele que considera a ditadura um “mal menor”, chamou o ministro Luis Roberto Barroso de “novato”. Os tigres gostaram da grosseria. No STF, entretanto, não há novatos e Barroso foi, entre todas as indicações feitas na última década, a que mais parece se adequar às exigências de uma Corte Suprema.
Os réus do mensalão serão punidos. O PT verá, ainda, o processo contaminar a eleição presidencial e terá que responder a um tema para o qual nunca teve resposta. O que não está claro é se a justiça terá dado um passo verdadeiro para o fim da impunidade aos poderosos. Enquanto isto, atrizes da novela “Amor à Vida” publicam no Instagram fotos “de luto pelo Brasil” em protesto contra a decisão do STF. No que foram seguidos pelo casal Xanddy e Carla Perez. Todos contra os infringentes. Para a consciência teletubbie, claro, Gothan City está entregue aos malfeitores e o primeiro deles chama-se Direito.
* Jornalista

sábado, 14 de setembro de 2013

A POMBA E O CORVO


A pomba e o corvo são símbolos maçônicos por excelência. Esses dois pássaros são ícones representativos da dualidade que preside a formação do universo físico e espiritual. Essa dialética é patente em todo o catecismo maçônico. O universo, nesse contexto, é um resultado do embate entre a luz e astrevas, razão pela qual, o profano, que representa o irmão que ainda não foi iniciado é “aquele que caminha nas trevas e bate à porta do Templo à procura da luz.”.  Iniciado, ele recebe a Luz na presença dos Irmãos e passa a ser, dali para frente, alguém que têm a Luz.. 
Toda a iniciação maçônica e sua jornada pelos trinta e três degraus da Escada de Jacó nada mais representa que uma jornada em busca da luz. Essa, aliás, é a meta de toda iniciação. Era essa a simbologia invocada pelos antigos egípcios quando se iniciavam nos Mistérios de Isis e Osíris; dos gregos quando se iniciavam nos Mistérios de Elêusis, dos persas nos Mistérios de Mitra, dos hindus nos Mistérios de Brhama, dos Templários em suas iniciações e até dos cristãos, quando celebram a morte e a ressurreição de Cristo. Em qualquer caso, trata-se sempre de vencer a escuridão e dela sair portando o archote da sabedoria (O Paladium). 
Assim, esses dois pássaros são símbolos iconográficos dessas duas realidades que lutam no interior da matéria e no âmago do espírito humano. Evocam representações de Yang e Yin, do positivo e negativo, relatividade e gravidade, forças que, por serem contrárias entre si, mantém a vida do universo em equilíbrio. 
Por isso, a pomba e o corvo são símbolos arcanos por excelência. Eles aparecem em todas as tradições antigas, especialmente naquelas relacionadas com temas gnósticos e esotéricos. Na Bíblia a pomba é a imagem cristã do Espírito Santo, que se manifestou por ocasião do batismo de Jesus, feito por João Batista, como a anunciar e confirmar a sua condição de Enviado de Deus. 
Na simbologia do Velho Testamento ela aparece como mensageira da esperança. Foi uma pomba que anunciou a Noé o recuo das águas do dilúvio, trazendo no seu bico um ramo de oliveira. É também o símbolo da paz e da mansidão, qualidade do espírito sadio e confiante, que jamais recorre à violência para realizar seus planos. 
O Corvo, que tradicionalmente evoca maus presságios, na simbologia do ensinamento maçônico ele evoca outras idéias. Ele é o símbolo da regeneração. Essa idéia provém da prática da Alquimia, onde esse pássaro é o anunciador de boas novas, pois indica que o composto filosófico está sendo produzido corretamente. A ”asa do corvo”, momento em que o composto assume uma coloração azul escura, de aparência metálica, é o sinal que a matéria putrefata começou a se regenerar, ou seja, que a semente da “nova vida” já começou a germinar na mistura alquímica. 
Essa é a razão desse pássaro, cuja associação geralmente é feita com o mal, no magistério maçônico apresentar características benéficas de esperança, virtude e regeneração. Ele aqui simboliza a treva necessária que dá nascimento á luz. 
O corvo é um símbolo que também tem implicações estratégicas nas leis da natureza. Por ser uma ave que se alimenta da carne putrefata, ele assume uma grande utilidade ecológica. Por essa razão também é evocado como um importante agente na luta que o maçom trava, individual e coletivamente, em si mesmo e na sociedade para eliminar um dos seus maiores e mais corrosivos males: a corrupção. Daí a importância da presença desses símbolos na iconografia do catecismo maçônico. 
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Do livro "Mestres do Universo", biblioteca 24x7, São Paulo, 2010
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 29/03/2011
Reeditado em 29/03/2011
Código do texto: T2877860 
Classificação de conteúdo: seguro

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

18 DE SETEMBRO

Aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 E:. V:. e 5835 V:. L:., reunidos em sua sede, sito à Rua da Igreja, nº 67, em lugar Claríssimo, Forte e Terrível aos tiranos, situado abaixo da abóbada celeste do Zenith, aos 30º sul e 5º de latitude da América Brasileira, ao Vale de Porto Alegre, Província de São Pedro do Rio Grande, nas dependências do Gabinete de Leituras onde funciona a Loj:. Maç:. Philantropia e Liberdade, com o fim de, especificamente, traçarem as metas finais para o início do movimento revolucionário com que seus integrantes pretendem resgatar os brios, os direitos e dignidade do povo Riograndense. A sessão foi aberta pelo Ven:. Mestre, Ir:. Bento Gonçalves da Silva. Registre-se, a bem da verdade, ainda as presenças dos IIr:. José Mariano de Mattos, ex- Ven:., José Gomes de Vasconcellos Jardim, Pedro Boticário, Vicente da Fontoura, Paulino da Fontoura, Antônio de Souza Neto e Domingos José de Almeida, o qual serviu como secretário e lavrou a presente ata. Logo de início o Ven:. Mestre, depois de tecer breves considerações sobre os motivos da presente reunião, de caráter extraordinário, informou a seus pares que o movimento estava prestes a ser desencadeado. A data escolhida é o dia vinte de setembro do corrente, isto é, depois de amanhã. Nesta data, todos nós, em nome do Rio Grande do Sul, nos levantaremos em luta contra o imperialismo que reina no país. Na ocasião, ficou acertada a tomada da capital da província pelas tropas dos IIr:. Vasconcellos Jardim e Onofre Pires, que deverão se deslocar desde a localidade de Pedras Brancas, quando avisados. Tanto Vasconcellos Jardim como Onofre Pires, ao serem informados, responderam que estariam a postos, aguardando o momento para agirem. Também se fez ouvir o nobre Ir:. Vicente da Fontoura, que sugeriu o máximo cuidado, pois certamente, o Presidente Braga seria avisado do movimento. O Tronco de Beneficência fez a sua circulação e rendeu a medalha cunhada de 421$000, contados pelo Ir:. Tes:. Pedro Boticário. Por proposição do Ir:. José Mariano de Mattos, o Tronco de Beneficência foi destinado à compra de uma Carta da Alforria de um escravo de meia idade, no valor de 350$000, proposta aceita por unanimidade. Foi realizada poderosa Cadeia de União, que pela justiça e grandeza da causa, pois em nome do povo Riograndense, lutariam pela Liberdade, Igualdade e Humanidade, pediam a força e a proteção do G:. A:. D:. U:. para todos os IIr:. e seus companheiros que iriam participar das contendas. Já eram altas horas da madrugada quando os trabalhos foram encerrados, afirmando o Ven:. Mestre que todos deveriam confiar nas LL:. do G:. A:. D:. U:. e, como ninguém mais quisesse fazer uso da palavra, foram encerrados os trabalhos, do que eu, Domingos José de Almeida, Secretário, tracei o presente Balaústre, a fim de que a história, através dos tempos, possa registrar que um grupo de maçons, homens livres e de bons costumes, empenhou-se com o risco da própria vida, em restabelecer o reconhecimento dos direitos desta abençoada terra, berço de grandes homens, localizada no extremo sul de nossa querida Pátria. Oriente de Porto Alegre, aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 da E:. V:., 18º dia do sexto mês, Tirsi, da V:. L:. do ano de 5835. 
Ir Domingos José de Almeida - Secretário
Ata Maçônica Nº 67 que deu origem a Revolução Farroupilha

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A VERDADEIRA FINALIDADE DA MAÇONARIA

Do ponto de vista estritamente místico, a Maçonaria é uma escola iniciática, que prepara o espírito dos seus iniciados, para a compreensão do Absoluto. Se só essa fosse, entretanto, a sua finalidade, ela seria uma mera seita contemplativa e totalmente destituída de fins práticos, embora altamente espiritualizada.
Na realidade, porém, em Maçonaria, cada iniciado deve agir, com plena consciência, na esfera de ação que lhe é apropriada, consagrando sua vida e seus esforços à concretização da Grande Obra , a Obra do Sol da Alquimia, mas que, diferentemente desta, simboliza o aperfeiçoamento individual do ser humano e, por extensão, o aperfeiçoamento de toda a espécie humana.
O principal objetivo do trabalho maçônico é a busca incessante da Verdade, a qual conduz à Luz.
Essa verdade pode ser moral, espiritual, ou mental, mas pode ser, também, a verdade social, da Liberdade e do bem-estar material dos povos, pois a Maçonaria, embora tenha muito de sua filosofia e de suas práticas ritualísticas baseadas no misticismo, é, na verdade, uma construtora social.
Nascida na esteira dos ideais liberais e libertários da humanidade, numa época de absolutismo e de dogmatismo clerical, a Maçonaria colocou-se na vanguarda, não só do renascimento cultural e científico --- o que lhe valeu as iras do Santo Ofício --- mas, também, na da luta por grandes reformas sociais, através de uma decisiva participação nos conflitos de idéias e de importantes intervenções na solução dos grandes problemas internacionais.
Que ela tem a sua dose de misticismo, disso ninguém duvida. O ocultista Eliphas Levi, diz dos maçons: " Pode-se ajuntar que tiveram os templários por modelo, os rosacruzes por pais e os joanitas por avós".
Seu dogma é o de Zoroastro e o de Hermes, sua regra, a iniciação progressiva, seu princípio, a igualdade regulada pela hierarquia e a fraternidade universal; são os continuadores da escola de Alexandria, herdeira de todas as iniciações antigas; são os depositários dos segredos do Apocalipse e do Zohar.
Mas, além disso, ela é muito mais: não sendo órgão de nenhum partido político, ou agrupamento social, ela firmou o seu propósito de estudar e impulsionar todos os problemas referentes à vida humana, com a finalidade de assegurar a PAZ, a JUSTIÇA e a FRATERNIDADE entre todos os homens e povos, sem dependência de raças, cores, religiões, ou nacionalidades.
(José Castellani - Do livro "Consultório Maçônico" - vol. I, Editora A Trolha- 1a. ed.: 1987 - 2a. ed.:1990).

Fonte: http://coronelbessa.blogspot.com.br/2009/01/verdadeira-finalidade-da-maonaria.html
COMENTÁRIO: MUITO BOM TEXTO. FALTOU APENAS INCLUIR NA PARTE FINAL QUE NÃO DEPENDE TAMBÉM DE SEXO.

domingo, 1 de setembro de 2013

A IMPORTÂNCIA DOS RITOS, CERIMÔNIAS E CONJURAS

PERGUNTA: - Que é o conjuro em magia?
RAMATÍS: - O conjuro é a imprecação mágica (AMALDIÇOAMENTO) que os feiticeiros fazem, cabalisticamente, a fim de obrigar uma entidade espiritual a manifestar-se para cumprir um serviço ou assumir certa responsabilidade no mundo astral... .satisfeito o pedido ou feito o serviço, o primeiro fica vinculado ao "sócio", para retribuí-lo em vida, ou mesmo depois de desencarnado. Lembra a velha lenda do homem que vende a alma ao Diabo, pois o enfeitiçamento só produz êxito quando consegue a colaboração eficiente e decisiva de espíritos desencarnados e entendidos no assunto.
O conjuro é um compromisso severo, pois nesta operação cabalística o evocador associa-se a entes invisíveis, cujo poder e intenções ele quase sempre ignora. Por isso, aqui, no Espaço, vagueiam e arrastam-se milhões de seres tolos, imprudentes e escravizados aos mais espertos, aos quais se vinculam quando encarnados, a fim de praticarem malefícios e imprudências com o auxílio diabólico...
PERGUNTA: - E a evocação?
RAMATÍS: - É uma operação de magia cerimonial, na qual o evocador roga à entidade, geralmente de estirpe superior, para comparecer, sem cogitar de qualquer compromisso recíproco ou de interesse material, como é o caso do conjuro. Enquanto o rito para o conjuro já significa um início de negócio e conseqüente compromisso do encarnado em troca de favores menos dignos dos peritos das sombras, a evocação é mais um convite ou apelo a entidades amigas e benfeitoras, que comparecem espontaneamente e sem qualquer vínculo ou obrigação posterior. Enquanto o conjuro é operação tradicional, que atrai os "negociantes" desencarnados sob um vínculo recíproco ou chamado para a consecução de serviços de caráter inferior, a evocação pode ser feita a qualquer entidade, guia ou santo, que se apresentam sem preocupação de ligações subversivas.
PERGUNTA: - Há alguma diferença entre a evocação através de um cerimonial adrede preparado, como faziam os magos antigos, e a evocação mental dos espíritas?
RAMATÍS: - Indubitavelmente, a diferença é muito grande, pois na evocação através da magia cerimonial tudo é feito de modo a identificar o espírito evocado. Por isso, havia o rito de limpeza fluídica, o uso de roupagens imaculadas e defumadas com alfazema, além do asseio corporal com ervas odorantes. Fazia-se a "ionização" ou dinamização etérica do ambiente, em conjugação com a harmonia mental dos presentes e o recitativo vibrante de "mantras" eletivos ao padrão espiritual da entidade evocada, quer fosse um guia, anjo, santo ou espírito familiar.
O ambiente da evocação é preparado de modo a evitar-se qualquer influência mortificante aos espíritos evocados, os quais são sempre de melhor estirpe sideral que os evocadores. Tudo é feito impregnado do mais santo recolhimento, considerado, de antemão, uma graça divina. O respeito hierárquico, aliado ao sentimento de júbilo pelo acontecimento tão incomum, produz uma atmosfera de vibrações eletivas a espíritos de alta envergadura espiritual. Jamais se assemelham labores tão nobres, com certas evocações espiritistas e umbandísticas atuais, em que os evocadores irreverentes, sádicos e céticos não passam de legistas zombeteiros afrontando os comunicantes numa autópsia incrédula
PERGUNTA: - Mas não seria superstição e excentricidade cercarmos as evocações de entidades superiores de ritos infantis?
RAMATÍS: - Evidentemente, estamos comentando o motivo dos ritos e cerimônias que os magos mobilizavam para o sucesso de suas evocações fatigantes, mas firmadas nas mais sacrossantas intenções. Criar condições higiênicas e agradáveis para as evocações de entidades superiores é tão natural e sensato como a atitude do cidadão do mundo, que limpa a sua casa e veste roupa asseada para receber o hóspede excepcional. Melhorar o ambiente para a mais fácil identificação dos "mortos" que se comunicam, embora sejam mais importantes as suas idéias do que a personalidade, isso não é curiosidade nem exotismo, mas um modo técnico de se comprovar mais seguramente a sobrevivência do espírito além do corpo físico.
As leis transcendentais são insuperáveis e os espíritos desencarnados vibram em faixas de ondas peculiares ao seu grau e contextura espiritual. No entanto, em consonância com o ambiente, eles também se apresentam, a rigor, com a sua indumentária imortal. O anjo descido dos planos superiores, se quiser manter contato mais direto com os homens, revestir-se-á de fluidos ajustados à graduação moral do ambiente onde pretende manifestar-se. Ele terá de suportar os maus odores, a temperatura constritiva e a pressão magnética do ambiente físico indesejável, mobilizando esforços incomuns para um intercâmbio algo satisfatório. Caso desista desse esforço heróico incomum, retomando à sua vibração original, então só poderá atuar no campo da intuição, o que, aliás, é duvidoso de êxito completo.
Após desencarnarem, os espíritos passam a viver em reinos ou esferas espirituais de conformidade com o seu campo vibratório peculiar; seja para cima ou para baixo, eles são como o peixe fora da água; sofrem o excesso de luz ao atingirem o reino superior, ou então mortificam-se ao baixar para o reino inferior. Sua vivência espiritual processa-se dentro de um campo vibratório eletivo, cujo limite esférico é extenso ou reduzido, de acordo com o seu conhecimento e a amplitude ou grau de seus sentimentos. Aí, na Terra, o homem pode viajar para qualquer latitude geográfica do orbe e o seu corpo físico adapta-se a qualquer espécie de pressão e temperatura, porque se movimenta num reino semelhante em todas as suas limitações de vida, como é a matéria. Mas do "lado de cá", onde só o "pensar" e o "sentir" são os fundamentos de vida real do espírito, o ambiente varia conforme a composição das idéias e dos sentimentos do ser.
A descida do espírito superior para os reinos inferiores sempre exige apressada redução vibratória, caso ele pretenda entrar em contato direto com os habitantes menos felizes.
PERGUNTA: - Mas se o pensamento vincula e ajusta o espírito, bom ou mau, à sua faixa vibratória de graduação espiritual, por que há necessidade de ritos e cerimônias, para se lograr um intercâmbio que existe naturalmente por força das próprias leis da Criação?
RAMATÍS: - Qualquer indivíduo, por pior que seja, pode emitir impulsos emotivos ou projetar o seu pensamento sublime até o Cristo Jesus; e será atendido em seu apelo tão razoavelmente quanto seja a nobreza da sua intenção! Da mesma forma, o homem pode convocar a assistência diabólica e logo ser atendido na sua faixa vibratória, sem necessidade de conjuras ou rituais exaustivos, pois a ele atrai, sob a regência da lei dos semelhantes, um "sócio" inescrupuloso e interessado no mesmo negócio subversivo e censurável.
Mas entre evocarmos um espírito superior pelo pensamento, rogando-lhe a graça de nos orientar, e o convidarmos para comparecer pessoalmente em nosso ambiente inferior, há considerável diferença entre os recursos que devemos mobilizar para cada caso. Ao visitante espiritual superior se oferece um ambiente adequado à sua graduação ou missão espiritual, evitando dele entrar em contato desagradável com os elementos grosseiros do meio que não lhe são afins. O raio de sol jorra prodigamente pelo vidro limpo e transparente, mas encontra enorme dificuldade para filtrar-se através de uma vidraça coberta de piche! Ademais, o ambiente higienizado e dinamizado para receber o espírito sublime torna-se desagradável e refratário à presença de espíritos mistificadores e de baixa vibração psíquica, assim como o mendigo evita penetrar na festa do milionário! Enquanto a sublimidade do meio contribui para a manifestação da vida superior, o ambiente impuro favorece a proliferação das coisas impuras.
Em conseqüência, não é de bom-senso a convocação de entidades de alta estirpe sideral, para um contato pessoal e acertos de problemas prosaicos do mundo, quando os evocadores só lhes oferecem um ambiente de fluidos agressivos e mortificantes. É presunção ou ignorância os evocadores suporem que um espírito de boa linhagem espiritual há de sentir-se satisfeito ou tranquilo, embora mergulhado nos fluidos odiosos, sensuais, invejosos, obscenos e repugnantes, que servem de repasto nutritivo para miasmas, bacilos, larvas e embriões psíquicos!
Indiscutivelmente, o espírito superior é humilde; motivo por que não hesita em baixar heroicamente no ambiente mais sórdido, desde que possa servir e amar o próximo! Mas é censurável presunção humana, convocá-lo para aspirar aos piores odores do mundo de que ele já se libertou pela ascensão espiritual. Assim como o raio de luar sobrevive à escuridão, o espírito superior também é imune à ofensiva de qualquer campo vibratório da vida inferior.
Livro: MAGIA DE REDENÇÃO
Autor espiritual: RAMATIS pelo médium HERCÍLIO MAES.