quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

A CENTELHA DIVINA


A centelha divina é o princípio criador de onde nos originamos, ao qual retornaremos um dia de acordo com o tempo evolutivo de cada um.
Sob ação do terceiro logos, a centelha divina começa operando na jornada de encarnações nos planos mais densos, até então passando a ser chamada de mônada, que tem o significado de centelha divina encarnada, que se separou do princípio que é Deus para se aperfeiçoar e retornar novamente ao logos mais experiente com os conhecimentos adquiridos na matéria.
De acordo com o budismo tibetano, esse ciclo dura 108 encarnações para adquirir a essência e realizar seu trabalho de auto realização. Porém a roda de samsara, que é um exemplo das encarnações em diversos reinos da natureza, pode girar 3000 vezes para cada essência, totalizando 324000 encarnações para fazer nosso trabalho.
Para conquista de cada essência desceremos ao plano dela tornando-se assim mônada ao sair do plano divino e monádico onde estamos estacionados para receber a permissão divina e iniciarmos a caminhada na senda dos sete princípios evolutivos do homem.
Ao começar a percorrer estes sete planos, vamos fazendo uma jornada de involução até chegar à matéria, passando em sequência pelos planos átmico, búdico, mental superior, mental inferior, astral, etérico e denso. Nessa descida ou involução, ao chegar ao plano físico denso, atingimos o reino mineral e a partir dai começamos a nossa subida na escada evolutiva adquirindo forma de minério mais rústico até os mais sofisticados como diamante. Depois vamos ao reino vegetal, adquirindo experiência em diversos grupos da flora, passando então ao reino animal e hominal ao qual nos encontramos atualmente.
Após superar todas as imperfeições humanas a qual fomos conduzidos a experimentar, a mônada começa retornar ao divino, ascendendo os planos pelos quais já passou adotando formas mais angelicais e sentimentos mais altruísticos, desintegrando assim o ego e desapegando a materialidade como advertido por Jesus quando disse: “buscai os tesouros que a traça não rói e a ferrugem não consome”.
O problema é que muitas vezes nos esquecemos disso porque ainda estamos com a consciência muito adormecida e fascinados pelas coisas passageiras e ilusórias deste mundo não fazendo assim a vontade do G.’.A.’.D.’.U.’.   O resultado disso, é que criamos e alimentamos o ego e este por sua vez, nos afasta cada vez mais de Deus desenvolvendo dor, ignorância, miséria e sofrimento. No entanto, ao contrário, quando fazemos a sua vontade, tudo caminha harmoniosamente e a senda evolutiva se torna mais leve, assim afirma Jesus quando diz: “... tomai sobre voz o meu jugo e aprendei de mim porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para vossa alma. Por que meu jugo é suave e meu fardo é leve.”

                     Or.'. de Porto Alegre, 06 de Julho 2014. da E.'. V.'.

Antonio Carlos Dias Fernandes Junior
Apr.'. M.'.


Bibliografia:

www.estudosdabíblia.net
www.espaçoazul.net/temab1

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A ESPADA FLAMEJANTE


A espada flamejante é um dos objetos mais simbólicos e sagrados na maçonaria. É usada tanto nas lojas simbólicas como nos altos graus para sagração nas iniciações.
A espada flamejante é diferente de tudo que  é mencionado sobre espadas. Aparentemente, ela não esta descrita em nenhum livro que não seja aquele que relate as coisas pertencentes á ordem maçônica: sua lamina não é retilínea, mas ondulada, assemelhando-se á labaredas de fogo.
Conforme pode ser lido no livro sagrado, ela é empunhada pelos anjos do senhor no jardim do éden, como verdadeira espada de fogo, para guardar o caminho da arvore da vida.
Até onde se sabe, os historiadores não tem, alem dessa informação obtida na bíblia, outras informações que esclareçam a origem dessa arma de formato tão peculiar. A maçonaria simbólica a adotou, pois representa, sem duvida, a emancipação da força de proteção, de defesa, de ação.
Tem significados tremendamente profundos na simbologia maçônica, sendo talvez o principal deles o de ser a arma a ser usada na luta eterna na dualidade entre o bem e o mal.
Simboliza também o poder possuído pelo venerável mestre de iniciar novos aprendizes, elevar novos companheiro e exaltar novos mestres na loja simbólica.
O venerável mestre e a autoridade máxima da loja e deve ser o mais correto de todos os irmãos. Esta retidão exemplar é simbolizada pelo esquadro e a autoridade máxima é simbolizada pela espada flamejante.
Ela só pode ser tocada em loja pelo venerável mestre ou por outro mestre instalado. Deveria estar sempre guardada num estojo próprio para ser oferecida ao venerável mestre nas iniciações, elevações e exaltações, mas hoje é comum ser mantida exposta no altar durante todas as sessões, mesmo nas sessões ordinárias. Portanto me  parece lógico que ela não deve ser encostada no candidato, durante a sagração, somente devera ficar próximo do mesmo.
Ampliando os limites de nossa mente, podemos afirmar que a espada flamejante, quando empunhada pelo venerável mestre, sem duvida alguma é a representação da  força do poder, da magia e do encanto da maçonaria universal, espalhada por todo canto da terra. Essa mesma maçonaria que tem aperfeiçoando os homens pelo amor, pelo caráter e pela tolerância.

Or.'. de Porto Alegre, 09 de dezembro de 2012 da E.'. V.'.

Claudio k Suski
C.'. M.'.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A DUALIDADE


        A Dualidade, representada pelos pares de opostos, destaca o mundo da ilusão ou das aparências, onde a luz e as trevas têm alto sentido filosófico. A atividade dos princípios, em sentido inverso, poderá ser comparado ao fluxo e refluxo das marés. Assim, a luz que é uma emanação ativa e positiva(fluxo da maré), opõe-se às trevas, que é a falta de luz ou luz negativa. 
       A Luz, então, tem uma correspondência moral com a sabedoria, o amor, o altruísmo, que é o desejo de “dar”.
     As trevas relacionam-se com a ignorância, a paixão, o egoísmo, que é o desejo de “receber”. Os pares de elementos, ou princípios opostos e complementares, encontram num terceiro elemento intermediário e equilibrante, ou princípio da harmonia, o reflexo da unidade no mundo relativo. Cessar a luta dos opostos e a dualidade torna-se luta fecunda, e adquire impulsos evolutivos, construtivos e progressistas.

                                        Or .’.  de Porto Alegre 05 de março de 2012.da E .’. V.’.

Márcia  Nunes
Apr.'. M.'.

Bibliografia:
Mena Barreto ,Edgar ;Manual de instruções Maçônicas de aprendiz- Porto Alegre .1999.

domingo, 28 de dezembro de 2014

O ESQUADRO


        A origem do esquadro é misteriosa e não é conhecida, mas bastante antiga, e sempre foi usado em construções realizadas em épocas longínquas.
          Seu nome surge do Latim "quadrare", "tornar quadrado" pois é formado por duas hastes que se encontram em um ponto, formando um ângulo reto equivalente a 90 graus. 
          Duas são as formas do esquadro, uma simétrica ( que apresenta simetria ) e outra assimétrica ( que não apresenta simetria).
           O esquadro quando é representado por sua forma simétrica, simboliza o equilíbrio entre a união do ativo, representado pela haste central, e o passivo, representado pela base, que formam dois ângulos retos de cada lado. 
          O Esquadro quando representado por sua forma assimétrica, indica a atividade e o dinamismo.
          As linhas ou lados que formam o esquadro, tanto simétrico como assimétrico, têm um sentido simbólico de elevada importância. Uma é horizontal, ligada à superfície terrestre ou plano material (Eu traduziria como ligado ao corpo físico), e a outra é vertical, ligada ao infinito celeste ou plano espiritual (que eu traduziria como ligado à Alma Humana). Embora as duas mostrem caminhos diferentes (que eu creio ser o Plano Material e Plano Espiritual, ou o Corpo Físico e a Alma Humana ), eles encontram-se intimamente ligados ( pois creio, que ambos são como a Luz e a matéria, pois as formas apenas podem existir se a Luz puder ser contida por uma matéria, ou seja, a árvore consegue ter a sua forma por que a Luz que vem do Leste, ou do Infinito Primordial, é contida pela árvore, pois se não existisse a Matéria, a Luz do Leste vagaria ao Infinito, e nenhuma forma poderia ali existir. Por isto esses dois caminhos, representados pelo Esquadro, devem ser sempre percorridos com retidão. 
          Na Maçonaria, o esquadro simboliza o equilíbrio, a harmonia e a retidão que todo Maçom deve possuir, que é representado na insígnia do Mestre. Ao formar o emblema maçônico com o compasso, começa a ser descrito o lado material com suas hastes sempre fixas obedecendo a um ângulo reto que não pode ser modificado. Já o compasso se relaciona com o Divino, e suas hastes são móveis, podendo alterar o ângulo de abertura de acordo com suas necessidades. O esforço conjunto desses dois símbolos representa a união entre Céu e a Terra, e o maçom, permanecendo entre o esquadro e o compasso, não se desviará do caminho a ser percorrido em prol do aprimoramento espiritual.
        O esquadro corrige e organiza a matéria, e como insígnia do Venerável, dá a entender que a vontade do Venerável no momento da Loja, só pode ter um único sentido, o de preservar os estatutos da Ordem, não agindo, a não ser para o bem de todos.
          A jóia suspensa ao colar do Venerável é um esquadro de lados desiguais, o lado maior deve estar virado para o lado direito, que representa o lado ativo ou destro, que domina o lado esquerdo, passivo ou sinistro. 
          O esquadro é empregado nos três graus simbólicos como símbolo de saudação. Também é usado na marcha para adentrar no Templo e na Cadeia de União, onde os pés formam uma esquadria, além de ser usado na lenda do terceiro Grau pelo segundo Companheiro para ferir o Mestre Hiram Abiff.
          Podemos inferir, que o esquadro representa a união alquímica entre a o corpo material e a alma, desde que sigamos o caminho da retidão e do aperfeiçoamento constante de todas as nossas ações neste mundo das multiplicidades terrenas.



         Or de Porto Alegre, 08 de outubro de 2013. da E.'. V.'.

Vinicius dos Santos
Ap.'. M.'.


Bibliografia: 

Maçonaria.net

QUEIROZ, Alvaro de. A Geometria Maçônica - Rito Escocês Antigo e Aceito. São Paulo, Madras, 2010.

sábado, 27 de dezembro de 2014

COMO RECONHECER UM MAÇOM?


Em nossa última loja o Ven.•. M.•. solicitou que eu fizesse um trabalho sobre como podemos fazer para reconhecer um maçom SEM o uso de SS.•., TT.•. ou PP.•. .

Após muito pensar, analisar e mesmo pesquisar  nos livros de  Ritos e em outros materiais à disposição não consegui chegar a nenhuma conclusão. Não achei nenhum modo seguro, eficaz e eficiente de como fazê-lo. 

Como alternativa eu tentei uma comparação direta entre meus IIrm.•. MM.•. da Loja, também com os meus IIrm.•. Não MM.•. de minhas relações e, é claro, comigo mesmo, e o máximo que consegui descobrir é que não tendo como comparar pessoas, então não conseguiria lhe responder a sua pergunta, Ven.•. M.•.

Aliás, se o Ven.•. mudasse o escopo do trabalho e permitisse que eu  utilizasse os SS.•., TT.•. e PP.•. para facilitar esta identificação, mesmo assim, ainda assim, eu acredito que não poderia identificar completamente um Maçom.

Porque como bem sabe nosso Ven.•. M.•., temos aqui, antes de mais nada uma questão de SER  e de ESTAR, uma questão de FATO e de DIREITO.

Para ser um Maçom de DIREITO, você precisa ser “Livre e de Bom Costume”, “Crer em um Princípio Criador Incriado” e assim poder ser Iniciado em nossa Ordem.

Após isto, estando um candidato devidamente iniciado e inscrito, ser frequentador e colaborador das sessões ordinárias e abertas, estar ciente da ritualística, fazer e apresentar suas peças de arquitetura de forma adequada, poderia, quando muito, ser chamado de  MAÇOM por DIREITO.

Mas só, isto basta ? Isto é o suficiente ? É isto que procuramos ser ...  “MAÇONS POR DIREITO” ?

Será que basta ser bom Irm.•. entre as  paredes da Loja ? E quanto a todo o resto lá fora ? E quando ou enquanto estivermos no mundo profano, como fica ?

Da mesma forma, será que temos a garantia que um Irm.•. que saiba os SS.•., TT.•. e  PP.•. de nossa Ordem, assim como alguns de seus “segredos” seja um legítimo MAÇOM, com todo o peso que gostaríamos que tivesse esta definição ?

Por outro lado, aquele nosso Irm.•. profano, por assim dizer, com quem esbarramos nos caminhos da vida, no trabalho, durante o lazer, aquele que não frequenta a Maçonaria, que não foi Iniciado, que não conhece os SS.•., TT.•. e PP.•., mas que diariamente põe, de uma forma saudável e construtiva, os interesses da maioria à frente dos seus, que se preocupa efetivamente com os mais desafortunados, que sabe calar para não magoar, que pratica de uma forma constante e consistente  o símbolo do 3º degrau de nossa escada de Jacó, não seria este o Verdadeiro Maçom ?

Free mason. Do francês pedreiro ou Construtores Livres. Não seriam estes de quem recém falei os verdadeiros construtores livres de uma sociedade melhor ? Não seriam estes acima MAÇONS, DE FATO ?

Claro que são os dois extremos, mas o que gostaria de demonstrar através desta peça  é que, mesmo de posse de SS.•., TT.•. e PP.•. podemos apenas identificar um Maçom de DIREITO, nunca o de FATO.

Para finalizar, acredito que se tivermos alguém que se faça presente, sem precisar impor sua presença, que seja bondoso com os outros sem ser condescendente, que reconheça que todos cometemos erros e o que realmente importa é procurar corrigi-los, que enalteça as qualidades dos outros em público, enquanto que os ajude a corrigir suas falhas, reservadamente, pois sabe que todos nós falhamos, e que à noite consiga  dormir tranquilo, não pela sua total falta de responsabilidade, mas porque sabe que,  se não fez O melhor, ele ao menos fez o SEU melhor e que no  dia seguinte o sol tornará a surgir no Ocidente a caminho do Oriente e que ele terá mais um dia para tentar fazer a diferença !

Este, Ven.•. M.•., para mim é MAÇOM, talvez nem ele o saiba, mas é o verdadeiro MAÇOM !

Gosto de acreditar que antes de uma simples Ordem Instituida, a Maçonaria seja  um estado de espírito, um querer espontâneo baseado na busca do crescimento espiritual e que nela se trabalhe diariamente, dentro e fora de suas Lojas, e não somente às quartas-feiras.


Or.•. de Porto Alegre, 08  de Junho de 2012  da   E.•. V.•.

Carlos Mutti
Apr.•. M.•.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

QUEM SOMOS?


Somos seres em busca da perfeição através do reconhecimento dos nossos males, das trevas que carregamos e até mesmo cultivamos no decorrer do tempo.
Quando conseguimos reconhecer uma ponta da pedra bruta que somos para desbastar, entramos no campo da melhora. Mas este é um exercício, um trabalho árduo que necessita de persistência e disciplina.
A tarefa de nos conhecermos, de sabermos reconhecer e controlar nossos instintos está interligado com as bases de amor, verdade e justiça. 
Pois, aprendendo a entender que o amor que conhecemos e aplicamos é totalmente baseado no ego, que a verdade que utilizamos e aplicamos em grande parte de nossa vida é conveniente aos nossos interesses e que a justiça que almejamos para nós, quase nunca é a que desejamos ao outro, quando aprendermos teremos  nos transformado em uma pedra útil. 
A compreensão interna, pelo auto conhecimento, é intensa, não é fácil dominar ou controlar um ego, muito menos o próprio.
Isso requer desenvolver certas aptidões, exercitar nossa capacidade de amor e perdão, para conosco e com o próximo.
Somos pedra bruta, fazendo nosso desbaste constantemente.

Or.'. de Porto Alegre, 31 de março de 2013. da E.'. V.'.

Solange Terezinha Nery Machado
Comp.'. M.'.

Imagem: Google Imagens

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O CAMINHO DA INICIAÇÃO

"O homem traz em si mesmo o dínamo gerador das suas dores e alegrias: a MENTE.
Quem semeia um pensamento colherá um facto; semeia um facto e terá um hábito; semeia um hábito e formará um carácter; semeia um carácter e obterá um destino.
Não adianta arrependimento depois que o acto foi praticado, porque o karma já foi criado.
Nem sempre é pecado o facto de errar… Resta saber se o erro é consciente ou inconsciente, pois a Humanidade caminha ou evolui caindo e levantando, errando e procurando desmanchar o erro, até alcançar o fim da sua evolução.
A chave de cada degrau é o próprio aspirante. Não é o temor a Deus que representa o começo da Sabedoria, mas o conhecimento do Eu, que é a própria Sabedoria.
Quem souber colocar a sua inteligência ao lado do coração, alcançará na Terra as maiores venturas do Céu.
O verdadeiro discípulo é aquele que não procura ver os defeitos alheios, mas os seus próprios.

É dever do discípulo, por amor e respeito ao Mestre, possuir a maior “vigilância dos sentidos”, para não fazer sofrer Aquele que lhe serve de Guia na espinhosa Vereda da Iniciação."
O Verdadeiro Caminho da Iniciação, por Henrique José de Souza. Sociedade Brasileira de Eubiose (ex-Sociedade Teosófica Brasileira), São Paulo, 2001.

domingo, 16 de novembro de 2014

LOJA ABERTA DE 19-11-2014

Sementes de Acácia
Nesta próxima quarta-feira, dia 19-11-2014, teremos a última Loja aberta deste ano, momento em que recebemos não maçons interessados em conhecer um pouco do universo maçônico.
A palestra a ser apresentada tratará sobre a Astrologia e suas influências sobre os corpos sutis e chacras, por conta de nosso amigo Denis Schossler.
Por volta dás 20:00 horas os visitantes serão convidados a adentrar no templo. Nosso endereço: rua Barão de Tramandaí, 23, Passo D'Areia, Porto Alegre.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O SIMBOLISMO DA ROMÃ



O símbolo menos analisado na filosofia maçônica é, sem duvida, a romã.
Colocada sobre o capitel de cada coluna, sempre acima do olhar físico de cada OObr.’., ela passa despercebida e, por isso, mais ignorada, porque da muito trabalho olhar para cima e sondar os mais elevados ideais que a Maçonaria busca.
Nos trabalhos escritos da maioria dos autores maçônicos, vê-se muito sobre significados e interpretações dos símbolos que envolvem as colunas B e J. Não se tem dado muita atenção às romãs que, embora sustentadas pelas colunas, representam o que há de mais essencial em nossa instituição.
A origem da romãzeira, é por demais antiga tendo sido encontrados fragmentos do fruto em túmulos egípcios que datam de 2.500 anos a.C.
Salomão,  a fez símbolo de seu reinado, dizia ter poderes afrodisíacos, em especial o seu sumo e o vinho dela produzido, consumido em Israel desde os seus primórdios.
De sabor suave e agridoce, a romã possui muitas sementes avermelhadas e unidas. Crescem em árvores que mais se assemelham a arbustos, podendo medir de 2 a 8 metros de altura, dependendo da espécie. Tendo o formato oval e na  sua extremidade inferior um terminal lembrando  uma pequena coroa. Conforme amadurece na árvore, a romã passa do verde para o amarelo e para o vermelho, inchando tanto, que em determinado momento ela racha e suas sementes vão para o chão, dando origem a novas árvores.
Essa quantidade imensa de sementes e a forma como ela se propaga, fez dela símbolo da virilidade masculina, da fecundidade e da riqueza. 
A sua casca, dura e resistente, representa a Loja em si, o templo material que abriga os OObr.’. reunidos.  As sementes ligadas uma às outras representam os Obreiros da Loja unidos entre si por um ideal comum.
Para abrir uma romã é difícil. Normalmente é preciso que ela própria se abra espontaneamente para nos mostrar em seu devido tempo, o seu magnífico interior. Assim, também é a Maçonaria, hermética e inacessível para os que a olham de longe, mas extremamente sedutora e bela para aqueles que se decidiram a olhar pelas aberturas que ela própria lhe oferece.
A romã é una e ao mesmo tempo múltipla. Seus grãos são brilhantes, unidos e úteis, cada um ocupando seu lugar harmoniosamente no espaço que lhe é reservado dentro do seu compromisso, como nós, os maçons.
O que, na romã, mantém as sementes unidas? 
O bom observador da natureza maravilhosa, nota muito bem que é a pele interna, que tem a finalidade de manter unidas as sementes da romã. Essa pele, feita da mesma substancia carnuda e consistente da casca e do miolo,  representa o selo, ou melhor, o sigilo maçônico.
Rompido esse selo, as sementes ficam expostas ao ataque de pragas, deteriorando-as e estas perdem assim sua finalidade.
Igualmente na Loja, todos os nossos assuntos carecem da proteção do sigilo, sob pena de, rompido este, a Loja, que é a romã, vir a sofrer sérias conseqüências como a perda da coesão, da união que deve reinar em nosso meio em prol o bem comum.
Rompido esse juramento, a fruta definha, seca e, por fim, apodrece. Assim, o sigilo, representado pela pele que UNE e SELA as sementes, merece de nossa parte o máximo de cuidados.

Oriente de Porto Alegre, 21 de março de 2012 da E.'. V.'.
Daisy Mutti Teixeira
2ª Vig.'.

Bibliografia:
Diversos sites da internet

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O QUE DESTRÓI O SER HUMANO?


sábado, 25 de outubro de 2014

PRUDÊNCIA DENTRO E FORA DA MAÇONARIA

Fora da Maçonaria, prudência é a qualidade de quem age com moderação, comedimento, cautela, precaução, sensatez, buscando evitar tudo o que pode ser fonte de erro ou de dano. No direito penal, a imprudência é um dos elementos da culpa, assim como a imperícia e a negligência, para a apuração da responsabilidade por danos causados sem intenção.
Prudente, portanto, seria aquele que age com o cuidado devido, exigível na situação concreta, de acordo com as suas condições de avaliação.
Podemos notar claramente que esta virtude, a prudência, é mais lembrada por sua inexistência, pela negatividade, pelos efeitos danosos que podem advir da falta de sua prática.
E o que seria a Prudência na Maçonaria?
Freqüentemente, quando estou pensando na Maçonaria e em algum tema que me é proposto, me vêm à mente algum momento da Iniciação. E neste momento lembrei-me da passagem que afirma que “o que no profano seria uma qualidade rara, não passa no Maçom do cumprimento elementar de um dever”. E por quê? Porque do menos se pode esperar o menos; do mais, mais se pode esperar. Daquele que se dedica ao estudo e à prática dos ensinamentos esotéricos se espera a afirmação do positivo; a surpresa do bem e do amor ao próximo; da luz divina e da perseverança.
Então, penso que podemos exemplificar dizendo que prudente é o Maçom que respeita o ritual, mesmo desconhecendo as conseqüências de sua inobservância; que respeita os graus, sabendo que tudo tem seu devido tempo abaixo do sol; que cumpre o dever do silêncio em respeito a sua própria palavra; que orienta o irmão em vez de repreendê-lo; que vive o divino em si em vez de apenas afirmá-lo.
Prudência, por fim, foi o que levou os noivos às virgens, na parábola do Cristo. Vigiai, pois, porque não sabei o dia nem a hora.
Or\de Porto Alegre, 04 de outubro de 2004 da E\V\
Milton Lopes Teixeira
M\ M\


Bibliografia:

Da Camino, Rizzardo; Breviário Maçônico; 3ª Edição; Madras Editora Ltda; São Paulo; 1999.
Mateus, 25. 1-13.
Dicionário Aurélio.
Ritual do Aprendiz Maçom.

domingo, 19 de outubro de 2014

LOJA ABERTA DE 22-10-2014


Prezadas Irmãs e Irmãos, Amigas e Amigos.

Na próxima quarta-feira, dia 22-10-2014, teremos mais uma Loja Aberta, onde franqueamos o acesso a visitantes não iniciados na Maçonaria.
Nesta oportunidade teremos uma palestra sobre "Os Druídas através dos Tempos... até os nossos dias!", a cargo do Ir.'. Vinicius.
Por volta das 20:00 horas os visitantes serão convidados a entrar no templo. Nosso endereço é rua Barão de Tramandaí, 23, bairro Passo D'Areia, Porto Alegre, RS.



quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O SILÊNCIO DO APRENDIZ


Em Loja, o Aprendiz Maçon não tem direito ao uso da palavra.

Esta frase, sendo substancialmente verdadeira, não espelha, porém, correctamente a realidade. A mesma ideia, correctamente formulada, expressa-se pela seguinte frase: em Loja, o Aprendiz Maçon beneficia do direito ao silêncio e cumpre o dever do silêncio.

O Aprendiz Maçon não usa da palavra em Loja, não porque se lhe não reconheça capacidade para tal (pelo contrário: o Aprendiz foi cooptado para integrar a Loja, pelo que se lhe reconhece valor), não porque se lhe atribua um estatuto inferior aos restantes (mais uma vez, pelo contrário: o Aprendiz tem um estatuto de plena igualdade com os restantes obreiros e é um importante pólo de atenção da Loja, que tem como uma das suas mais importantes tarefas a sua formação), mas porque o cumprimento de um período de silêncio é considerado imprescindível para o seu processo de aperfeiçoamento.

O silêncio do Aprendiz em Loja é importante por, pelo menos, três razões: a defesa do próprio Aprendiz, a focalização da sua atenção para a simbologia de que se vê rodeado e a demarcação de prioridades no seu processo de aperfeiçoamento.

Em primeiro lugar, estando o Aprendiz Maçon confinado ao silêncio, nada tem de dizer, sobre nada tem que opinar, nenhuma posição lhe é exigida. O silêncio a que é confinado funciona, desde logo, como um meio de defesa, de protecção, do mesmo.

O Aprendiz Maçon está a efectuar um processo de integração num grupo novo, com regras específicas, com uma ligação inter-pessoal forte. Desejaria, porventura, ter uma atitude proactiva de se dar a conhecer, de intervir, de mostrar o seu valor. Mas não precisa: que tem valor, já todo o grupo o sabe - por isso o aceitou no seu seio -, o conhecimento advirá, nos dois sentidos, com o tempo e a naturalidade dos contactos entre todos. O Aprendiz Maçon está num processo de mudança de paradigma quanto à forma de estar social. Os valores apreciados nos meios profanos não serão os mesmos que são preferidos entre os maçons. Na Maçonaria não se busca eficiência, produtividade, riqueza, estatuto, etc.. Na Maçonaria valoriza-se a força de carácter, o reconhecimento das próprias imperfeições, o desejo de melhorar, a ponderação, o respeito pelo outro, a tolerância, a paciência, etc.. Seria injusto para o Aprendiz maçon que, vindo das realidades do mundo profano, está ainda em processo de adaptação aos objectivos do método maçónico de aperfeiçoamento, deixá-lo expressar opiniões que, a breve trecho, mudará, exprimir conceitos que, desejavelmente, abandonará, em suma, actuar como está habituado a actuar no mundo profano, para logo verificar que errou e que o seu erro foi publicamente exposto.

Todo o processo de aprendizagem é um processo de tentativa-erro-correcção. O aperfeiçoamento pessoal é um processo também com estas características. Errar é normal. Será, porventura, até necessário. Os maçons experientes sabem-no. Mas quem está a soletrar as primeiras letras do novo alfabeto de valores só com o tempo o verificará. Não necessita de errar publicamente e, porventura, sentir-se diminuído com isso. Tempos virão em que será muito útil, para si e para os demais, que expresse a sua opinião, que colabore, que intervenha. Enquanto está na fase de aprendizagem, o que se espera dele é que aprenda, que se situe, que se concentre em si próprio, não na imagem que gostaria de transmitir para os demais.

Por outro lado, o facto de o Aprendiz maçon estar confinado ao silêncio, permite-lhe focalizar a sua atenção para tudo o que o rodeia, para tudo o que se passa, para tudo o que é dito - sem necessidade de responder! A experiência mostra-nos que, muitas vezes, não damos a atenção que deveríamos dar a situações, a acções, a declarações, porque estamos em simultâneo a pensar na resposta que vamos dar à situação, à acção, à declaração. O Aprendiz Maçon, com o seu direito ao silêncio, está eximido de responder, de opinar. Não tem assim de desviar a sua atenção para preparar a sua resposta. Pode e deve concentrar toda a sua atenção no que se passa, meditar sobre o seu significado, errar ou acertar, emendar o erro ou confirmar o acerto, em suma, ver (ver mesmo, não apenas olhar...) os símbolos, procurar compreendê-los e atribuir-lhes significados, utilizar esse conhecimento para sua própria melhoria.

O silêncio do Aprendiz permite-lhe, finalmente, pensar, depois reflectir e seguidamente meditar. E pensar, reflectir e meditar é o principal trabalho que tem a fazer. Porque só assim verá para além do óbvio, só assim despertará para o desconhecido, só assim se virará do exterior para o interior de si mesmo. E só assim poderá descobrir que tudo o que verdadeiramente importa já o tem, dentro de si. Basta que o encontre, que o utilize, que o aceite, que o desfrute!

A prioridade do maçon é ele próprio. O trabalho do maçon é melhorar, aperfeiçoar-se. Tudo o que de bom o maçon faça tem como objectivo esse aperfeiçoamento. A solidariedade é um meio de aperfeiçoamento. A fraternidade é um meio de aperfeiçoamento. O comportamento tolerante é um meio de aperfeiçoamento.

O importante está dentro de si. Tudo o que é exterior, incluindo a riqueza, posição social, reconhecimento dos demais, só tem valor na medida em que se repercuta positivamente no interior de cada um.

O Aprendiz Maçon vai, em silêncio, conhecer e aprender o significado de muitos símbolos. Vai, em silêncio, assistir a rituais e procedimentos. Vai, em silêncio, assistir a debates e verificar como se podem debater opiniões contrárias de modo civilizado, profícuo e satisfatório. Mas vai, sempre com o auxílio do silêncio, que há-de vir a compreender que não foi uma imposição, antes um benefício, sobretudo surpreender, apreender e compreender que o primeiro grande objectivo do maçon, o primeiro grande passo para se aperfeiçoar, a primeira ferramenta para descortinar o significado da Vida e da sua existência, é CONHECER-SE A SI MESMO.

E esse conhecimento de si mesmo não se obtém falando para os outros, conversando, discursando, palrando, opinando.

Esse conhecimento de si mesmo adquire-se lentamente, às vezes dolorosamente, sempre buscando persistentemente, apenas em diálogo consigo mesmo.

O silêncio do Aprendiz Maçon - quanto mais cedo este o perceba, melhor! - só existe perante os demais. Na realidade, o silêncio do Aprendiz mais não é do que um ensurdecedor diálogo consigo próprio, uma discussão que o que tem de bom trava com o que tem de mau, uma conversa com a criança que nos esquecemos de ser, com o adulto ponderado que, às vezes, deixamos para trás de nós próprios, com o experiente e sabedor ser que, de qualquer forma, o decurso do tempo mostrará que existe em nós, nós é que, muitas vezes, não damos por ele e não nos damos ao trabalho de inquirir se ele existe.

É no silêncio que o Aprendiz Maçon vai amaciando as asperezas da pedra bruta que é ele próprio. O silêncio do Aprendiz Maçon é o primeira prenda que a Loja lhe dá. Deve o Aprendiz Maçon utilizá-la como uma ferramenta. Se a utilizará bem ou mal, ele próprio - e só ele - o avaliará!

Rui Bandeira
Fonte: http://www.a-partir-pedra.blogspot.com.br/2007/11/o-silncio-do-aprendiz.html

domingo, 12 de outubro de 2014

INDAGAÇÕES

"De onde viemos? Que somos? Que a morte fará de nós?

Diz a ciência que nada se cria e nada se perde: tudo se transforma incessantemente.

Que é o homem? É apenas um átomo, aparecido no seio da mulher, e que progressivamente se organiza, se harmoniza em sua inúmeras partes? Que cresce, pensa, cai, transforma-se e volta à causa primária, deixando apenas reminiscências de sua última forma, ou conservando uma particula essencial, imutável e imortal?

A vida do homem é uma centelha, um minuto, durante o qual ele sai da noite infinita. Uma voz interior lhe diz: "procura ver e saber". O espaço imenso, apesar de aberto diante de si, é um obstáculo? Se demora a incerteza, o instante da vida passa e ele volta à noite, sem ter visto a verdade.

...

Cada um a si se interrogue: "Sou esse átomo saído da noite eterna e a ela voltarei em breve. O assassino de Hiram me impede. Tenho o direito de matá-lo?"

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O VERDADEIRO SEGREDO MAÇÔNICO


O verdadeiro Segredo Maçónico...
É um segredo de vida
E não de ritual
E do que se lhe relaciona.
Os Graus Maçónicos comunicam àqueles que os recebem,
Sabendo como recebê-los,
Um certo espírito,
Uma certa aceleração da vida
Do entendimento
E da intuição,
Que actua como uma espécie
De chave mágica dos próprios símbolos,
E dos símbolos
E rituais não maçónicos,
E da própria vida.
É um espírito,
Um sopro posto na Alma,
E, por conseguinte,
Pela sua natureza,
Incomunicável
Fernando Pessoa
Fonte: http://a-partir-pedra.blogspot.pt/2007/02/o-verdadeiro-segredo-manico.html

terça-feira, 30 de setembro de 2014

CONSIDERAÇÕES SOBRE ALQUIMIA



"A química oculta, ou alquimia, difere da química vulgar ou normal, apenas quanto à teoria da constituição da matéria; os processos de operação não diferem exteriormente, nem os aparelhos que se empregam. É o sentido, com que os aparelhos se empregam, e com que as operações são feitas, que estabelece a diferença entre a química e a alquimia.

A matéria do mundo físico é constituída de três modos, todos eles simultaneamente reais: só dois desses modos interessam a um nível conceitual diferente, e não é atingível por operações, aparelhos ou processos que sequer se parecem com os que se empregam em qualquer cousa que se chame «química» ou «física» «ocultas» ou não.

A matéria é na verdade, e como crêem o físico e o químico normais, constituída por um sistema de forças em equilíbrio instável, formando corpos dinâmicos a que se pode chamar «átomos» Porque isto é real, e a matéria, considerada fisicamente, é na verdade assim constituída, são possíveis as experiências e os resultados dos homens de ciência, e a matéria é manipulável por meios materiais, por processos apenas físicos ou químicos, e para fins tangíveis e imediatamente reais.

Mas, ao mesmo tempo, os elementos que compõem a matéria têm um outro sentido: existem não só como matéria, mas também como símbolo. Há, por exemplo, um ferro-matéria; há, porém, e ao mesmo tempo, o mesmo ferro, um ferro-símbolo. Cada elemento simboliza determinada linha de força supermaterial e pode, portanto, ser realizada sobre ele uma operação, ou acção, que o atinja e o altere, não só no que elemento, mas também no que símbolo. E, feita essa operação, o efeito produzido excede trancendentalmente o efeito material que fica visível, sensível, mensurável no vaso ou aparelho em que a experiência se realizou.
É esta a operação alquímica.

E isto no seu aspecto externo: porque, na sua realidade intima, é mais alguma cousa do que isto. Como o físico (incluindo no termo o químico também), ao operar materialmente sobre a matéria, visa a transformar a matéria e a dominá-la, para fins materiais; assim o alquímico, ao operar materialmente quanto aos processos mas transcendentemente quanto às operações, sobre a matéria, visa a transformar o que a matéria simboliza, e a dominar o que a matéria simboliza, para fins que não são materiais.

A semelhança, porém, pára aqui. O resultado da experiência física é um produto externo, com que o operador não tem nada, excepto vê-lo, ou ser dono dele, se o é. Mas na experiência alquímica a «força», que o corpo trabalhado simboliza, está em contacto directo com o espírito do operador, e não só do operador, como também de quantos conscientemente o auxiliam (embora sem conhecimento alquímico) na suas experiências. O resultado da experiência, portanto, afecta o operador e os seus «adjuntos» (como se diz) de uma forma diversa e diversamente importante."

Fernando Pessoa

Fonte: http://espelhosdatradicao.blogspot.com.br/2010/07/quimica-oculta-ou-alquimia-difere-da.html



segunda-feira, 29 de setembro de 2014

CAMINHOS DA VIDA

Quando cortas uma flor para ti,
começas a perdê-la...
porque murchará em tuas mãos
e não se fará semente
para outras primaveras.

Quando aprisionas um passarinho para ti,
começas a perdê-lo...
Porque não mais cantará
no bosque para ti
nem criará outros passarinhos
em seu ninho.

Quando guardas teu dinheiro
começas a perdê-lo...
porque o dinheiro não vale por si,
mas pelo o que com ele se pode realizar.

Quando não arriscas
tua liberdade para tê-la,
começas a perdê-la...
porque a liberdade que tens se comprova
quando te atiras optando e decidindo.

Quando não deixas partir o teu filho
para a vida, começas a perdê-lo...
porque nunca o verás
voltar para ti livre e maduro.

Lembre-se sempre : Não existe preço
para a Liberdade , mas uma belíssima
recompensa para quem a utiliza com
despreendimento de alma ...

Ter para sempre , junto à si a Fidelidade daqueles
que livres dos grilhões , se comprazem em
serem seus eternos admiradores !

Quem Ama ... Liberta com a certeza
da volta espontânea ao aconchego !
 
Aprende no caminho da vida
a paradoxal lição da experiência:
Sempre ganhas o que deixas
e perdes o que reténs...

Desejo-te hoje,um dia rico em serenidade,
harmonia e compreensão
para libertar-se de sentimentos de posse
e que o amor seja o seu grande referencial de vida!

Fonte: apresentação recebida sem indicação de autoria

domingo, 28 de setembro de 2014

QUE É A TEOSOFIA?

Helena P. Blavatsky
Uma das fundadoras da Sociedade Teosófica, autora de extensa obra literária sobre espiritualidade, religiões, simbolismo universal, etc.
(Artigo publicado por Helena Petrovna Blavatsky no primeiro número do "The Theosophist", em outubro de 1879, que acabara de fundar para ser o órgão oficial da Sociedade Teosófica)
         
            A pergunta tem sido formulada tantas vezes, e o assunto vem sendo de um modo geral tão mal interpretado que os editores de uma publicação devotada à exposição da Teosofia sentir-se-iam culpados se este primeiro número fosse publicado sem que chegassem a um perfeito entendimento com seus leitores. No entanto, nosso título abrange duas perguntas: O que a Sociedade Teosófica? E o que são os Teosofistas? Vamos respondê-las.
            Segundo os lexicógrafos, o termo Theosophia compõe-se de duas palavras gregas - Theos, “deus”, e Sophos, “sábio”. Até aí, muito bem. Mas, as explicações que dão a seguir estão muito longe de oferecer uma noção suficientemente clara sobre a Teosofia. Webster, de um modo muito original, define-a como sendo “uma pretensa comunicação com Deus e com os espíritos superiores, e a conseqüente conquista de um conhecimento super-humano tanto por processos físicos como pelas operações teúrgicas de certos platônicos antigos ou, ainda, pelos processos químicos dos filósofos alemães do fogo”.
          
          Essa definição, em última análise, não passa de uma pobre e irreverente explicação. Atribuir idéias dessa natureza a homens como Amônio Saccas, Plotino, Jâmblico, Porfírio, Proclo e outros, demonstra ou uma deformação intencional ou ignorância de Webster no tocante à Filosofia e aos objetivos dos maiores gênios da Escola Neoplatônica de Alexandria. Imputar àqueles e a quem tanto os coevos quanto a posteridade chamaram de “Theodidaktoi”- instruídos por Deus - a intenção de desenvolver sua percepção psicológica e espiritual por “processos físicos” equivale a apresentá-los como materialistas. E quanto à alusão final aos filósofos do fogo, é o mesmo que situá-los entre os nossos mais eminentes e modernos cientistas, aqueles em cujos lábios o Rev. James Martineau põe a seguinte fanfarronada: “A Matéria é tudo que desejamos; dêem-nos apenas átomos e nós explicaremos o Universo”.
            Vaughan, porém, oferece uma definição muito melhor e mais filosófica: “Um teosofista”- observa - “é aquele que propõe uma teoria de Deus ou das obras de Deus, que não pretende dispor de uma revelação, mas, sim, de uma inspiração pessoal como base dessa teoria”. De acordo com essa opinião, todo grande pensador e filósofo, especialmente cada fundador de uma nova religião, de uma nova escola filosófica ou de uma seita, é necessariamente um teosofista. Portanto, Teosofia e Teosofistas sempre existiram desde que os primeiros lampejos do incipiente intelecto humano levaram o homem a procurar instintivamente os meios de expressar opiniões pessoais e independentes.
            Teosofistas já existiam antes da era cristã, muito embora os autores cristãos atribuam o desenvolvimento do sistema teosófico eclético aos primeiros anos do século III de nossa era. Diógenes Laércio assinala a existência da Teosofia numa época anterior à dinastia dos Ptolomeus; e cita como seu fundador um Hierofante egípcio chamado Pot-Amun, nome copta que designa um sacerdote consagrado a Amon, o deus da Sabedoria. A história, porém, mostra que ela foi revivida por Amônio Saccas, o fundador da Escola Neoplatônica de Alexandria. Ele e seus discípulos faziam-se chamar “Philaletéios”, ou amantes da verdade, enquanto eram chamados por outros de “Analogistas”, devido ao método de interpretar todas as lendas sagradas, os mitos simbólicos e os Mistérios por uma lei ou analogia ou correspondência segundo a qual todos os fatos ocorridos no mundo exterior eram encarados como a expressão de outras tantas operações e experiências da alma humana. Amônio Saccas tinha como ideal e objetivo reconciliar todas as seitas, todos os povos e nações sob uma fé comum - a crença num Poder Supremo, Eterno, Desconhecido e Inominado que o governa o Universo através de leis eternas e imutáveis. Seu objetivo consistia em experimentar um sistema de Teosofia que, de início, era essencialmente o mesmo em todos os países; induzir os homens a abandonarem suas lutas e querelas tornando-se unos em ideais como filhos da mesma mãe; purificar as velhas religiões corrompidas e falseadas de todas as impurezas do elemento humano, unificando-as e explicando-as sobre puros princípios filosóficos. Por isso, os sistemas Budista, Vedantino e Mago, ou Zoroastrino, eram ensinados na Escola Teosófica Eclética juntamente com todas as filosofias da Grécia. Por isso, também, aquela característica proeminentemente Budista e Hindu registrada entre os antigos teosofistas de Alexandria no tocante ao respeito devido aos pais e aos mais velhos; a afeição fraternal por toda a raça humana; e um sentimento compassivo até pelos animais irracionais. Ao mesmo tempo em que procuravam estabelecer um sistema de disciplina moral que incutia no povo a obrigação de viver segundo as leis dos respectivos países; purificar a mente pela busca e contemplação da única Verdade Absoluta; seu principal objetivo que, acreditava, conquistaria todos os demais consistia em extrair dos diversos ensinamentos religiosos, como de um instrumento de muitas cordas, uma harmonia perfeita e melodiosa capaz de ecoar em todo coração verdadeiramente amante da verdade.
            Portanto, Teosofia é a arcaica Religião Sabedoria, a doutrina esotérica que já era conhecida em todo país pretensamente civilizado. Uma “Sabedoria” que todas as velhas escrituras mostram como emanação do princípio divino e cuja absoluta compreensão é tipificada por nomes como o do Buda hindu, o Nebo babilônico, o Thot de Menfis, o Hermes da Grécia, e ainda nas invocações de algumas deusas - Metis, Neitha, Athena, a Sophia gnóstica e, finalmente, nos Vedas, do verbo “saber”. Sob essa designação, todos os filósofos do oriente e Ocidente, os Hierofantes do velho Egito, os Rishis da Aryavarta, os “Theodidaktoi” da Grécia incluíam todo o conhecimento das coisas ocultas e essencialmente divinas. As séries secular e popular da Mercavah dos Rabinos hebreus eram, assim, designadas como sendo apenas o veículo, a capa externa que continha o conhecimento esotérico superior. Os Magos de Zoroastro eram instruídos e iniciados nas cavernas e lojas secretas da Bactriana; Os Hierofantes egípcios e gregos possuíam as suas aporrêtas, ou instruções secretas, durante as quais os Mystês se transformavam num Epoptês - um Vidente.
            A idéia básica da Teosofia Eclética resumia-se na existência de uma Essência Suprema, Desconhecida e Incognoscível, porque - “Como pode alguém conhecer o conhecedor?”, como pergunta o Brihadaranyaka Upanishad. Seu sistema caracterizava-se por três postulados perfeitamente distintos: a teoria da Essência acima mencionada; a doutrina da alma humana - emanação daquela e, portanto, da mesma natureza; e sua teurgia. Foi esta última ciência que levou os Neoplatônicos a serem tão mal interpretados nesta nossa era de Ciência materialista. Sendo a Teurgia essencialmente a arte de aplicar os poderes divinos do homem ao domínio das forças cegas da natureza, seus adeptos foram inicialmente chamados de mágicos - corrupção da palavra “Magh”, que significa sábio ou erudito - e ridicularizados se sorrissem a idéia do fonógrafo ou do telégrafo. Os que são ridicularizados e acoimados de “infiéis” de uma geração geralmente se transformam nos ‘sábios e santos’ da geração seguinte.
            No tocante à Essência Divina e à natureza da alma e do espírito, a moderna Teosofia acredita, hoje, nas mesmas coisas em que acreditava a Teosofia do passado. O popular Diu das nações arianas era idêntico ao Jahve dos samaritanos, ao Tiu ou “Tuisto” dos nórdicos, ao Duw dos bretões, e ao Zeus dos trácios. Quanto à Essência Absoluta, o Uno e o Todo, se aceitarmos o que dizem a respeito o Pitagorismo grego, o Kabalismo caldáico ou a Filosofia Ariana, tudo isso levará a um resultado único e igual. A Mônada Primeva do sistema pitagórico que se retira no interior da obscuridade e é a própria Obscuridade (para o intelecto humano) era apresentada como base de todas as coisas; e podemos encontrar a mesma idéia em toda a sua integridade no sistema filosófico de Leibnitz e Espinosa. Portanto, quer um Teosofista concorde com a Kabala, que referindo-se a Ein-Soph pergunta: “Então, quem pode compreendê-la, uma vez que Ela não tem forma e Não existe?” ou, recordando este magnífico hino do Rig-Veda, pergunta: "Quem sabe de onde surge essa grande criação? Se sua vontade criou ou permaneceu muda. Ele sabe - ou, talvez, nem Ele mesmo saiba”.
            Ou ainda, aceita a concepção vedantina de Bhrama, que nos Upanishads é representado como “sem vida, sem mente, puro”, inconsciente, uma vez que Bhrama é a “Consciência Absoluta”. Ou, finalmente, alinhando-se entre os Svâbhâvikas do Nepal sustenta que nada existe a não ser ‘Svabhavat” (substância ou natureza) que existe por si mesma sem ter nenhum criador - qualquer dessas concepções só pode levar à Teosofia pura e absoluta. A essa mesma Teosofia que induziu homens como Hegel, Fichte e Espinoza a retomarem o trabalho dos velhos filósofos gregos e a especular sobre a Substância Una - a Divindade, o Todo Divino oriundo da Sabedoria Divina - incompreensível, desconhecido e inominável - por intermédio de qualquer filosofia religiosa antiga ou moderna, com exceção do Cristianismo e do Islamismo. Conseqüentemente, o Teosofista, apegando-se à uma teoria da Divindade que “não tem revelação mas, sim, uma inspiração pessoal como base”, pode aceitar qualquer das definições acima ou pertencer a qualquer dessas religiões e, no entanto, permanecer estritamente dentro dos limites da Teosofia. Porque Teosofia é crença na Divindade como o TODO, fonte de toda existência, o Infinito que não pode ser nem compreendido nem conhecido, pois somente o Universo A revela, ou, como outros preferem dizer, O revela, atribuindo sexo àquilo que uma vez antropomoforfizado constitui uma blasfêmia. Na verdade, a Teosofia afasta-se da materialização brutal; prefere acreditar que de uma eternidade recolhida no interior da mesma o Espírito da Divindade não deseja nem cria; mas que, da resplandecência infinita e onipresente tudo procede do Grande Centro, e o que produz todas as coisas visíveis e invisíveis é apenas um Raio que contém em si mesmo o poder gerador e criador que, por sua vez, produz aquilo a que os gregos chamavam Macrocosmo, os kabalistas Tikkun, ou Adão Cadmon - o homem arquétipo - e os arianos Purusha, o Brahman manifestado ou o Macho Divino. A Teosofia acredita igualmente na Anastasis ou existência contínua, e na transmigração (evolução) ou numa série de transformações da alma que pode ser defendida e explicada pelos mais rígidos princípios filosóficos; e faz somente uma distinção entre Paramâtma (alma suprema, transcendental) e Jivâtma (alma animal ou consciente) dos Vedantinos.
            Para definir completamente a Teosofia devemos considerá-la sob todos os seus aspectos. O mundo interior não permaneceu oculto aos olhos de todos por uma treva impenetrável. Através da intuição superior adquirida pela Theosophia - ou conhecimento de Deus - que transporta a mente do mundo da forma ao do espírito sem forma, o homem, às vezes, conseguiu em todas as épocas e em todos os países, perceber coisas existentes no mundo invisível. Daí o “Samadhi”, ou Dyan Yog Samadhi dos ascetas hindus; a Daimonion-photi, ou iluminação espiritual dos Neoplatônicos; a “confabulação sideral das almas”, dos Rosa Cruzes ou filósofos do fogo; e até mesmo o transe estático dos místicos e dos modernos mesmeristas e espíritas são idênticos em natureza, embora diferentes em manifestação. A procura do “Ego” divino do homem, tão freqüentemente e tão erroneamente interpretado como um Deus pessoal, sempre foi o objetivo de todos os místicos, e a crença na sua possibilidade parece coeva com a gênese da humanidade - cada povo dando-lhe um nome diferente. Assim, Platão e Plotino chamam de “Trabalho Noético” àquilo e a que os Yoguins e os Srotriya dão o nome de Vidya. “Pela reflexão, autoconhecimento e disciplina intelectual a alma pode ser transportada à visão da verdade eterna, da bondade e da beleza - isto é, à Visão de Deus - e isso é a “epoptéia”- afirmavam os gregos.
            “Unir a alma individual à Alma Universal” - diz Porfírio - “exige uma mente inteiramente pura. Pela autocontemplação, castidade perfeita e pureza corporal podemos aproximarmo-nos d’Ela, e receber, nesse estado, o verdadeiro conhecimento e uma visão maravilhosa”. E Swami Dayânand Saraswati, que nunca leu Porfírio nem qualquer dos autores gregos, mas é um profundo conhecedor dos Vedas, afirma no seu Veda-Bâshya (upâsâna prakara ank. 9): “Para conquistar Disksha (as iniciações superiores) e Yog, o homem precisa agir segundo as regras... A alma humana pode realizar as maiores maravilhas pelo conhecimento do Espírito Universal (ou Deus) e identificar-se com as propriedades e qualidades (ocultas) de todas as coisas do Universo. Um ser humano (um Dikshita ou iniciado) pode, assim, adquirir o poder de ver e ouvir a grandes distâncias”. Finalmente, Alfred R. Wallace, que além de espiritualista é reconhecido como um grande naturalista, afirma com corajosa candura: “É somente o espírito que sente, percebe e pensa - que adquire conhecimento, argumenta e aspira... e não raro surgem indivíduos constituídos de tal forma que o espírito pode perceber independentemente dos órgãos físicos dos sentidos, ou podem, talvez, abandonar o corpo total ou parcialmente por algum tempo e a ele regressar novamente... o espírito... comunica-se com o espírito mais facilmente do que com a matéria”. Agora podemos verificar, após milhares de anos decorridos entre a era dos Ginosofistas e a nossa era altamente civilizada e apesar, ou talvez exatamente por isso, como essa iluminação derrama sua luz radiosa sobre os reinos psicológicos e físicos da Natureza, sobre os milhões que hoje acreditam, de modos diferentes, nos mesmos poderes espirituais aceitos pelos Ioguins e Pitágoras há quase três mil anos. Assim, enquanto o místico ariano pretende possuir o poder de resolver todos os problemas da vida e da morte desde que tenha conquistado o poder de agir independentemente do próprio corpo através de Atman - o “ego” ou “alma”; e enquanto os antigos gregos buscavam a Atmu - o Oculto, ou a Alma-Deus do homem, com o auxílio do espelho simbólico dos Mistérios Thesmophóricos; - da mesma forma os espíritas de hoje acreditam na faculdade que possuem os espíritos ou as almas dos desencarnados de se comunicarem visível e tangivelmente com os entes queridos da terra. E todos eles, Ioguins arianos, filósofos gregos e espíritas modernos sustentam essa possibilidade baseados em que a alma corporificada e seu nunca corporificado espírito - o verdadeiro ego - não estão separados da Alma Universal nem dos outros espíritos do espaço a não ser pela diferenciação das respectivas qualidades, uma vez que na expansão ilimitada do Universo não pode existir nenhuma limitação. E quando removida essa diferença - seguindo os gregos e arianos pela libertação temporária da Alma aprisionada, e de acordo com os espíritas modernos pela mediunidade - é possível essa união entre os espíritos corporificados e os desencarnados. É por isso que os Ioguins Patanjalis e, seguindo suas pegadas, Plotino, Porfírio e outros Neoplatônicos afirmaram que durante suas horas de êxtase permaneceram unidos, ou melhor, tornaram-se unos com Deus por diversas vezes no decorrer de suas vidas. Esta idéia, errada como pode parecer na sua aplicação ao Espírito Universal, foi e ainda é sustentada por muitos dos grandes filósofos para que possa ser desprezada como inteiramente quimérica. No caso dos “Theodidaktoi”, o único ponto controverso, a mancha negra dessa filosofia de extremo misticismo foi sua pretensão de incluir o que é simplesmente a iluminação estática sob o domínio da percepção sensória. No caso dos Ioguins, que se diziam capazes de ver Ishvara “face a face, essa pretensão foi cabalmente desmentida pela lógica severa de Kapila. E quando a idêntica presunção sustentada por seus seguidores gregos, por grande número de místicos cristãos e, finalmente, pelos dois últimos pretensos “Videntes de Deus” dos derradeiros cem anos - Jacob Boehme e Swendenborg - tal pretensão seria e deveria ser filosófica e logicamente discutida se alguns dos nossos grandes homens de ciência que são espíritas tivessem demonstrado mais interesse pela filosofia do que pelo mero fenomenalismo registrado no Espiritismo.
            Os Teosofistas alexandrinos dividiam-se em neófitos, iniciados e mestres, ou hierofantes; e suas regras foram copiadas dos antigos Mistérios de Orfeu que, segundo Heródoto, foi buscá-los na Índia. Amônio Saccas obrigava seus discípulos mediante juramento a não revelar seus ensinamentos superiores exceto aos que fossem comprovada e absolutamente dignos e iniciados que tivessem aprendido a encarar os deuses, anjos, e os demônios de outros povos de conformidade com a “hypnoia” esotérica, ou significado interno. “Os deuses existem, mas não são o que a hoi poloi, a massa ignorante, supõe que sejam” - afirma Epicuro, acrescentando: “Não é ateu aquele que nega a existência dos deuses adorados pela multidão, mas, sim os que atribuem a esses deuses as opiniões da multidão”. Por sua vez, Aristóteles declara que, “da Essência Divina que interpenetra todo o mundo da natureza o que chamam de deuses são simplesmente os princípios originais”.
            Plotino, discípulo do “Theodidaktos” Amônio Saccas, diz-nos que o segredo da “Gnose”, ou o conhecimento da Teosofia, abrande três etapas: - opinião, ciência e iluminação. “O meio ou instrumento da primeira é o sentido, ou percepção; da segunda, a dialética; da terceira, a intuição; A Razão está subordinada a esta última; é o conhecimento absoluto fundado na identificação da mente com o objeto conhecido”. A teosofia é, por assim dizer, a ciência exata da Psicologia; mantém-se relativamente à mediunidade natural não cultivada da mesma forma que os conhecimentos de um Tyndall se comparados aos de um estudante de Física. Desenvolve no homem um comportamento direto; aquilo a que Schelling chama “uma realização da identidade do sujeito e objeto com o indivíduo”; por isso, sob a influência e o conhecimento da hypnoia o homem alimenta pensamentos divinos, vê todas as coisas como elas realmente são e, finalmente, “transforma-se num recipiente da Alma do Mundo”, para usar de uma das mais belas expressões de Emerson. “Eu, o imperfeito, adoro meu próprio Perfeito”- diz ele no seu magnífico ensaio A Super-Alma. Além desse estado psicológico, ou estado-alma, a Teosofia cultivou todos os ramos das ciências e das artes. Manteve-se completamente familiarizada com o que hoje é geralmente conhecido como Mesmerismo (hipnotismo). A Teurgia prática ou “magia cerimonial” a que o clero Católico Romano recorre tão freqüentemente nos seus exorcismos - foi desprezada pelos Teosofistas. Jâmblico foi o único que transcendendo aos demais Ecléticos acrescentou à Teosofia a doutrina da Teurgia. Quando, ignorante do verdadeiro significado dos símbolos esotéricos e divinos da Natureza o homem é levado a avaliar erroneamente os poderes de sua própria alma e, ao invés de comunicar-se espiritual e mentalmente com os seres celestiais superiores, os espíritos bons (os deuses dos Teurgistas e da escola Platônica), estará inconscientemente invocando os poderes maléficos, os poderes das trevas que vivem emboscados ao redor da humanidade - as imperecíveis e sinistras criações dos crimes e vícios humanos - e assim passa da Teurgia (magia branca) à Goecia (magia negra ou feitiçaria). No entanto, nem a magia branca nem a negra são o que a superstição popular compreende por essas expressões. A possibilidade de “invocar espíritos” de acordo com a chave de Salomão é o cúmulo da superstição e da ignorância. A pureza de atos e pensamentos é a única que nos pode levar a um intercâmbio “com os deuses” e conquistas para nós o desejado ideal. A Alquimia, encarada por muitos como uma filosofia espiritual ou como uma ciência física, pertencia aos ensinamentos da escola Teosófica.
            É um fato notável que nem Zoroastro, nem Buda, Orfeu, Pitágoras, Confúcio, Sócrates ou Amônio Saccas transmitiram à escrita seus ensinamentos. E é óbvia a razão dessa atitude. A Teosofia é uma arma de dois gumes inadequada para o ignorante ou o egoísta. Como todas as velhas filosofias têm seus adeptos entre os modernos; mas, até recentemente seus partidários eram poucos numerosos e pertencentes as mais varias seitas e opiniões. “Inteiramente especulativa e sem fundar escolas, seus adeptos exerceram silenciosa influência sobre a Filosofia; e não há dúvida de que, chegado o momento, muitas das idéias assim expostas silenciosamente podem oferecer novos rumos ao pensamento humano”. - observa Kenneth R. H. Makenzie, um místico e teosofista na sua grande e valiosa obra, The Royal Masonic Cyclopaedia (artigos sobre “A Sociedade Teosófica de Nova Iorque” e ‘A Teosofia”). Desde os dias dos filósofos do fogo os Teosofistas jamais se reuniram em sociedades porque, caçados como animais ferozes pelo clero cristão, o fato de ser conhecido como Teosofistas quase sempre equivalia, ainda há um século, a uma sentença de morte. As estatísticas mostram que num período de 150 anos nada menos de 90.000 homens e mulheres foram queimados na Europa sob a acusação de prática de feitiçaria. Na Grã-Bretanha, de 1640 a 1660, isto é, em apenas vinte anos, 3.000 pessoas foram condenadas à morte acusadas de pacto com o ‘Demônio”; e foi somente no último quartel deste século - em 1875 - que alguns místicos e espíritas progressistas, insatisfeitos com as teorias e explicações do Espiritismo redigidas pelos seus adeptos, e julgando que as mesmas estavam longe de cobrir todo o campo da enorme área dos fenômenos, formavam longe de cobrir todo o campo da enorme área dos fenômenos, formaram em Nova Iorque uma associação hoje largamente conhecida como Sociedade Teosófica. Assim, tendo explicado o que é a Teosofia, pretendemos, em outro artigo, explicar a natureza de nossa Sociedade, também chamada “Fraternidade Universal da Humanidade”.

  Fonte: http://www.sociedadeteosofica.org.br/artigos.asp?item=149&idioma