terça-feira, 9 de julho de 2013

O PENSAMENTO E A FÍSICA QUÂNTICA


Professor Moacyr Costa de Araújo Lima

Antes do advento do paradigma quântico-relativístico, a ciência oficial nada tinha a declarar sobre o pensamento, sua possibilidade de transmissão e interferência na matéria. Acreditava-se que, no máximo, o pensamento poderia influenciar atitudes positivas ou não do pensador, podendo criar situações de autossugestão, com resultados sempre limitados e discutíveis. 
A ciência acadêmica nos descrevia um universo pronto e acabado, cabendo-nos apenas observar suas leis, sem que sobre elas tivéssemos a menor possibilidade de interferência. Essa posição é um corolário adotado pela concepção newtoniana do universo-máquina e consagrada nos postulados do materialismo realista. 
Entretanto, bem antes do exame filosófico dos postulados da Física Quântica, disciplinas científicas, como a parapsicologia, hoje conhecida como ciência noética, realizavam experiências, comprovadas por métodos estatísticos probabilísticos, demonstrando a possibilidade de transmissão do pensamento, o que restou catalogado como telepatia. 
Na década de 70, do século passado, as jornalistas americanas Sheila Ostrander e Lynn Schroeder 1, em viagem pela então União Soviética, relatam uma série de experiências na área chamada para normal, em que se verificava, independentemente de distância, a transmissão do pensamento. 
Hernani Guimarães Andrade 2 noticia interessantíssimo experimento realizado pelo pesquisador russo Leonid Vassiliev. Nessa experiência, conseguiu-se hipnose por telepatia, estando hipnólogo  e sensitivo em salas separadas, com as paredes feitas de chumbo e emendas em mercúrio. Vale dizer que nenhuma radiação eletromagnética conhecida poderia se transmitir de uma sala a outra. As primeiras conclusões apontavam para a possibilidade tetradimensional da chamada onda produzida pelo pensamento. 
Atualmente Dean Raskin, ph.D. 3, realiza experiências semelhantes. Coloca em salas separadas, com as mesmas características daquelas acima descritas, pessoas,  conhecidas  ou não, uma em cada sala, com suas cabeças ligadas a pet-scanners, aparelhos de alta sensibilidade, registradores das ondas cerebrais. Um dos sujeitos da experiência recebe uma série de flashes luminosos em seus olhos. Na outra sala, as ondas cerebrais do outro participante do experimento sofrem alterações, como se o cérebro houvesse recebido os estímulos correspondentes a setenta por cento dos recebidos pelo outro colaborador. 
Segundo Raskin, a experiência comprova, como tantas outras do mesmo gênero, que seria  exaustivo elencar, a lei fundamental da Física Quântica, segundo a qual nada no Universo está isolado, chamada Lei da Interconectividade ou do Emaranhamento. 
Raskin é também responsável pela criação dos chamados geradores aleatórios. São máquinas, colocadas em diferentes lugares que, ao longo do dia, emitem aleatoriamente os algarismos zero e um. Ao final de 24 horas, como num jogo de cara ou coroa, o número de algarismos, zero e um, deve ser praticamente o mesmo. No entanto, acontecimentos que envolvem grandes emoções, responsáveis pela emissão em bloco de pensamentos semelhantes, alteram a paridade dos algarismos. 
Essas máquinas foram instaladas no tribunal e em vários pontos dos Estados Unidos, por ocasião do julgamento do atleta O.  J. Simson. Assim, havia delas  em locais públicos, onde  as pessoas se reuniam para assistir ao julgamento televisado para quase todo o país. Nos momentos de maior impacto, de grande emoção e consequente liberação de energia, desaparecia o equilíbrio entre os algarismos emitidos, com larga predominância de um deles. 
Por ocasião do atentado às Torres Gêmeas, a verificação dos registros dos geradores mostrou que, desde que o plano foi posto em andamento, começou a se ampliar a diferença entre o número de algarismos emitidos, chegando essa diferença ao máximo por ocasião da colisão do primeiro avião com uma das torres. A Física Quântica, que trouxe definitivamente a consciência do observador como elemento atuante nos fenômenos físicos, nos demonstra o fato de ser o pensamento uma forma de energia, transmitida através de espaços com mais de três dimensões. 
Em 1935, foi realizada a experiência que revolucionou a lógica tradicional e os conceitos mais ortodoxos da ciência: a experiência da dupla fenda. Nela, elétrons lançados contra uma chapa com dois orifícios, às vezes se comportavam como onda, produzindo um padrão de interferência e, às vezes, se comportavam como partículas. 
As consequências técnicas surgiram de pronto. Mas muito tempo passou até que os cientistas tivessem a coragem de fazer a pergunta cuja resposta causava temor aos ortodoxos: O que é que faz o elétron assumir um comportamento ou outro? E chegaram à mais revolucionária conclusão da ciência contemporânea: “A consciência do observador”, o pensamento do observador. 
Os físicos começaram a falar em grau de consciência das partículas. O elétron, como consciência menor, tentando comportar-se de modo a satisfazer a expectativa de uma consciência maior. Uma confirmação das afirmações de Kardec 4, ao postular a existência de uma consciência em desenvolvimento, do átomo ao Arcanjo. 
Hoje sabemos que as partículas subatômicas mudam de comportamento ao passarem de não observadas para observadas. O simples ato de medir altera seu comportamento, logo não há mais um observador apartado do observado e sim uma interconexão. Esta, para Stuart Hameroff, diretor do Centro de Estudos da Consciência da Universidade do Arizona, é uma das melhores confirmações da espiritualidade. 
A respeito da  influência do pensamento sobre a matéria, encontramos em Fritjof Capra: “Minha decisão consciente sobre a forma como vou observar um elétron irá, até certo ponto, determinar-lhe as propriedades. Se eu fizer uma pergunta própria de partícula, ele me dará uma resposta de partícula. 
Se eu fizer uma pergunta própria de onda, ele me dará resposta de onda”. Para Capra, o observador não é necessário apenas para observar as propriedades de um fenômeno atômico, mas é necessário até para causar essas propriedades. 
William Tiller, ph.D., criou um aparelho eletrônico chamado holodeck. É um verdadeiro materializador de pensamentos. Assim, colocando meditadores próximos ao aparelho, concentrando-se no pensamento de que esse aparelho adquirirá a propriedade de fazer o ph da água baixar uma unidade, esse pensamento outorga ao equipamento a propriedade desejada. 
Vê-se, então, que para a Física Quântica, num universo entrelaçado, o pensamento é uma forma de energia que nos guindou da posição de meros observadores para participantes, utilizando a expressão do físico John Wheeler. Candace Pert 6 revelou que, através de nossos pensamentos e emoções, produzimos, no hipotálamo, químicos que irão alimentar nossas células de modo benéfico ou prejudicial. Por isso, o perdoar, 
mudar a faixa vibratória, é de extrema utilidade para quem perdoa, pois é este quem se beneficia e se liberta. A Física Quântica explica porque Jesus mandou perdoar. 
E os cientistas se interrogam: Quem é o observador? Quem produz o pensamento? E William Tiller, Fred Allan Wolf e Amit Goswami, entre outros, não titubeiam ao responder: O espírito. 


Referências: 
1. OSTRANDER, Sheila & SCHROEDER, Lynn. Experiências Psíquicas além da Cortina de Ferro. São Paulo, Ed. Best Seller, 1966 
2. GUIMARÃES ANDRADE, Hernani. Parapsicologia Experimental. Ed. Centro Espírita do Calvário,1967 
3. RASKIN, Dean. Entangled Minds. Ed. Harper Collins 
4. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Livraria Allan Kardec Editora. São Paulo. 
5. KAPRA, Fritjof. O Tao da Física. Ed. Cultrix. São Paulo, 1984 
6. PERT, Candace. Molecules of Emotion. Ed Scribner. New York. 2003. 

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