quinta-feira, 5 de abril de 2012

As Jóias Móveis da Loja

Assim como o Templo em que nos encontramos em Loja representa, entre tantos outros significados, a caminhada que empreendemos pelas esferas de ação – da nossa ação, no retorno ao G\ A\ D\ U\, do ocidente ao oriente, também as jóias móveis podem demonstrar os nossos passos pelos mundos.
O Prumo, jóia do 2º Vig\, pode representar a fase em que “o homem só possuía os corpos denso e vital, ou físico e duplo-etérico, sendo análogo às plantas: casto e sem desejos. Nesse tempo sua constituição....era simbolizada por uma coluna reta, um pilar – um prumo se quisermos (│). O pilar – ou o prumo, pode significar o madeiro inferior de uma cruz, símbolo do homem em formação, quando era análogo às plantas. A planta é inconsciente de toda paixão, desejo, e inocente do mal. Gera e perpetua sua espécie de modo tão puro, tão casto, que propriamente compreendida é um exemplo para a decaída e luxuriosa humanidade, a qual deveria venerá-la como um ideal. A planta é inocente, porém não virtuosa. Não tem desejos nem livre escolha. O homem tem ambas as coisas. Pode seguir seus desejos ou não, conforme queira, para aprender a dominar-se.”
O prumo “é o emblema da retidão que há de presidir a conduta dos irmãos fora da Loja, e concerne especialmente ao aprendiz, enquanto mostra a direção vertical de seus esforços..., em sentido oposto à gravidade dos instintos, assim como a planta cresce e progride por meio de seus esforços verticais”.
O Nível, jóia do 1º Vig\, pode representar a fase em que o homem entrou em mais um de seus instrumentos: o corpo dos desejos ou corpo astral. “A constituição humana pode agora ser representada pela Tau (┬), pois o homem passa a dispor dos corpos denso, vital e dos desejos, mas carecendo ainda de mente. O que predominava então era a natureza animal. O homem seguia os seus desejos sem reserva”. O nível “é o emblema da igualdade e da harmonia”, da possível linha horizontal sobre a vertical, que há de servir para o equilíbrio necessário entre o físico, o emocional e o mental. “O nível ou horizontal é o princípio passivo de resistência e persistência que nos estabelece equilibradamente em nossas aspirações, e nos faz amadurecer e frutificar”.
O Esquadro, jóia do Ven\ M\, pode representar o madeiro superior que fecha a cruz (└): o homem no veículo mental ou corpo mental. “Simboliza o espírito irradiando de si mesmo os quatro veículos..., que entrou em seus instrumentos, convertendo-se em espírito humano interno”. O esquadro é um instrumento de governo, que há de representar a nossa perfeita justiça em relação ao próximo. É a virtude principal do Ven\ M\, que deve atuar sobre o esquadro, ou seja, a incidência perfeita da perpendicular, o vertical sobre o horizontal.
Temos assim a cruz completa (┼), o perfeito encontro entre a forma e o conteúdo. O cruzamento em Loja se estabelece no altar dos juramentos, com o esquadro e o compasso devidamente colocados sobre o livro da lei, significando que a criação deve provir pelo verbo.
Oriente de Porto Alegre, cinco de maio de 2007 da E\ V\.
 Milton Lopes Teixeira
2º Vig\
Bibliografia:
Mena, Barreto, Edgar; Manual de Instruções Maçônicas de Aprendiz; 2ª Edição; Porto Alegre; 1999.
http://www.fraternidaderosacruz.org/simbologia.htm
 

sexta-feira, 30 de março de 2012

O homem que mais defendeu as mulheres

As mulheres frequentemente foram silenciadas, controladas, diminuídas e tratadas como subumanas nas mais diversas sociedades humanas. Todavia, houve um homem que lutou sozinho contra o império do preconceito. Ele foi incompreendido, rejeitado, excluído, mas não desistiu dos seus idéias. Ninguém apostou tanto nas mulheres como ele. Fez das prostitutas rainhas, e das desprezadas, princesas. Muitos dizem que ele é o homem mais famoso da história, mas poucos sabem que foi ele quem mais defendeu as mulheres. Seu nome é Jesus Cristo, o Mestre dos Mestres na arte de viver. Esse texto não fala de uma religião, mas da filosofia e da psicologia do homem mais complexo e ousado de que se teve noticia.

Nos tempos de Jesus os homens adúlteros não sofriam punição severa. Todavia, a mulher adultera era arrastada em praça pública, suas vestes rasgadas e, com os seios à mostra, eram apedrejadas sem piedade. Enquanto sangravam e agonizavam, pediam compaixão, mas ninguém as ouvia. A cena, inesquecível, ficava gravada na mente e perturbava a alma para sempre.

Certa vez, uma mulher foi pega em adultério. Arrancaram-na da cama e a arrastaram centenas de metros até o lugar em que Jesus se encontrava. A mulher gritava “Piedade! Compaixão!”, enquanto era arrastada; suas vestes iam sendo rasgadas e sua pele sangrava esfolando-se na terra.

Jesus estava dando uma aula tranqüila na frente do templo. Havia uma multidão ouvindo-o atentamente. Ele lhes ensinava que cada ser humano tem um inestimável valor, que a arte da tolerância é a força dos fortes, que a capacidade de perdoar está diretamente relacionada à maturidade das pessoas. Suas idéias revolucionavam o pensamento humano, por isso começou a ter muitos inimigos. Na época, os judeus constituíam um povo fascinante, mas havia um pequeno grupo de radicais que passou a odiar as idéias do Mestre. Quando trouxeram a mulher adultera até ele, a intenção era apedreja-lo juntamente com ela, usa-la como isca para destruí-lo.

Ao chegarem com a mulher diante dele, a multidão ficou perplexa. Destilando ódio, comentaram que ela fora pega em flagrante adultério. E perguntaram qual era a sentença dele. Se dissesse “Que seja apedrejada”, ele livraria a sua pele, mas destruiria seu projeto transcendental, seu discurso e principalmente seu amor pelo ser humano, em especial pelas mulheres. Se dissesse “Não a matem!”, ele e a mulher seriam imediatamente apedrejados, pois estariam indo contra a tradição daqueles radicais. Se os fariseus tivessem feito a mesma pergunta aos discípulos de Jesus, estes provavelmente teriam dito para mata-la. Assim se livrariam do risco de morrer.

Qual foi a primeira resposta do Mestre diante desse grave incidente? Se você pensou: “Quem não tem peado atire a primeira pedra!” , errou, essa foi a segunda resposta. A primeira foi não da resposta, foi o silencio. Só o silencio pode conter a sabedoria quando a vida está em risco. Nos primeiros 30 segundos de tensão cometemos os maiores erros de nossas vidas, ferimos quem mais amamos. Por isso, o silencio é a oração dos sábios. Para o Mestre dos Mestres, aquela mulher, ainda que desconhecida, pobre, esfolada, rejeitada publicamente e adultera, era mais importante do que todo o ouro do mundo, tão valiosa como a mais pura das mulheres. Era uma jóia raríssima, que tinha sonhos, expectativas, lágrimas, golpes de ousadia, recuos, enfim, uma historia fascinante, tão importante como a de qualquer mulher. Valia a pena correr riscos para resgata-la.

Para o Mestre dos Mestres não havia um padrão para classificar as mulheres. Todas eram igualmente belas, não importando a anatomia do seu corpo, não importando nem mesmo se erravam muito ou pouco. Jesus precisava mudar a mente dos acusadores, mas nunca ninguém conseguiu mudar a mente de linchadores. O “eu” deles era vítima das janelas do ódios, não eram autores da sua história, queria ver sangue. O que fazer, então?

Ao optar pelo silencio, Jesus optou por pensar antes de reagir. Ele escrevia na areia, porque escrevia no teatro da sua mente. Talvez dissesse para si mesmo: “Que homens são esses que não enxergam a riqueza dessa mulher? Por que querem que eu a julgue, se eu quero amá-la? Por que, em vez de olhar para os erros dela, não olham para seus próprios erros?”

O silencio inquietante de Jesus deixou os acusadores perplexos, levando-os a diminuir a temperatura da raiva, da tensão, oxigenando a racionalidade deles. Num segundo momento, eles voltaram a perguntar o veredicto do Mestre. Então, finalmente, ele se levantou. Fitou os fariseus nos olhos, como se dissesse: “Matem a mulher! Todavia, antes de apedreja-la, mudem a base do julgamento, tenham a coragem de ser transparentes em enxergar as suas falhas, erros e contradições”. Esse era o sentido de suas palavras. “Quem não tem pecado atire a primeira pedra!”

Os fariseus receberam um choque de lucidez com as palavras de Jesus. Saíram do cárcere das janelas killer e começaram a abrir as janelas light. Deixaram de ser vítimas do instinto de agressividade e passaram a gerenciar suas reações. O homo sapiens prevaleceu sobre o homo bios, a racionalidade voltou. O resultado é que eles saíram de cena. Os mais velhos saíram primeiro porque tinham acumulado mais falhas ao longo da vida ou porque eram mais conscientes delas.

Jesus olhou para a mulher e fez uma delicada pergunta: “Mulher, onde estão seus acusadores?” O que ele quis dizer com essa pergunta e por que a fez? Em primeiro lugar, ele chamou a adultera de “mulher”, deu-lhe o status mais nobre, o de um ser humano. Ele não perguntou com quantos homens ela dormira. Para o Mestre dos Mestres, a pessoa que erra é mais importante do que seus próprios erros. Aquela mulher não era uma pecadora, mas um ser humano maravilhoso. Em segundo lugar, perguntou: “Onde estão os seus acusadores? Ninguém a acusou?” Ela respondeu: “Ninguém”. Ele reagiu: “Nem eu”. Talvez ele fosse a única pessoa que tivesse condições de julga-la, mas não o fez. O homem que mais defendeu as mulheres não a julgou, mas compreendeu, não a excluiu, mas a abraçou. As sociedades ocidentais são cristãs apenas no nome, pois desrespeitam os princípios fundamentais vividos por Jesus. Um deles é o respeito incondicional pelas mulheres!
O homem que mais defendeu as mulheres não parou por aí. Sua ultima frase indica o apogeu da sua humanidade, o patamar mais sublime da solidariedade. Ele disse para a mulher: “Vá e refaça seus caminhos”. Essa frase abala os alicerces da psiquiatria, da psicologia e da filosofia. Jesus tinha todos os motivos para dizer: “De hoje em diante, sua vida me pertence, você deve ser minha discípula”. Os políticos e autoridades usam seu poder para que as pessoas os aplaudam e gravitem em sua órbita. Mas Jesus, apesar do seu descomunal poder sobre a mulher, foi desprendido de qualquer interesse. “Vá e revise a sua historia, cuide-se. Mulher, você não me deve nada. Você é livre!”

Jesus a despediu, mas ela não foi embora. E por que? Porque o amou. E, por ama-lo, o seguiu para sempre, inclusive até os pés da cruz, quando ele agonizava. Talvez essa mulher tenha sido Maria Madalena. A base fundamental da liberdade é a capacidade de escolha, e a capacidade de escolha só é plena quando temos liberdade de escolher o que amamos. Todavia, estamos vivendo em uma sociedade em que não conseguimos sequer amar a nós mesmos. Estamos nos tornando mais um numero de cartão de crédito, mais um consumidor potencial. Isso é inaceitável.

(Texto adaptado do livro: A ditadura da Beleza e a revolução das mulheres.)
Augusto Cury
"Quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa lhe parece a existência."
Arthur Schopenhauer

"Ninguém duvida tanto como aquele que mais sabe."
Marquês de Maricá

segunda-feira, 19 de março de 2012

TEMPLO DE DEUS


O que Entendes por Templo de Deus? 

No mundo profano, na maior parte das vezes, tem-se como Templo de Deus o local onde as pessoas que acreditam em Deus se reúnem para entrar em contato com Ele, mediante orações e entrega espiritual. Entre os cristãos, por exemplo, tem-se a Igreja como sendo o Templo de Deus.

Entre os maçons, existe a Loja (Logus), que é um lugar santo e que se presta para a reunião dos maçons. Ela é considerada um templo. No entanto, o maçom precisa estar atento ao fato de que, ao ser iniciado, torna-se “filho da luz” e que quando tocado pela voz interior deve voltar-se aos braços do Pai, transformando seu corpo no verdadeiro Templo de Deus. Este templo é de propriedade do espírito, que é a essência do homem. É um lugar muito especial, pois ali se pode “entrar”, “fechar a porta” e abandonar qualquer escola, religião ou sistema esotérico e apenas ouvir a voz do Pai que simbolicamente nos revela as verdades espirituais. O nosso corpo físico representa, alegoricamente, o Templo de Deus. No interior deste templo existe uma câmara onde estudamos as obras de Deus. É a chamada câmara interna, é o sol do templo, o lugar santo, o Logus, a loja onde habita a presença do G\A\D\U\.
É fundamental que o maçom saiba cultivar a sanidade física e espiritual de seu corpo. Da mesma forma, deve saber manter a sua consciência sã. O adequado preparo do Templo de Deus é condição imprescindível ao êxito da caminhada do maçom.

Um Ir.'. da Loja ALDEBARAN nº  10
Porto Alegre, 06 de agosto de 2003

terça-feira, 13 de março de 2012


Saudações estimado Irmão,
não podemos confundir
LOJA E TEMPLO.
Com uma pequena frase já da explicar a diferença entre uma Loja e um Templo, porém Maçonaria não é como matemática onde 2 mais 2 são 4, e o resultado é apenas uma resposta. Nada se faz na Maçonaria que não tenha um propósito maior de fomentar o aprendizado e extrapolar o concreto. Por isto somos Maçons Especulativos. Há uma técnica de ensino chamada Técnica Expositiva que corresponde à aplicação do Método Dedutivo lógico, verbalizado ou uso de audiovisuais. Façamos então um exercício, vou escrever sete frases e os Irmãos vão especulando:
  • O Templo é um caderno, a Loja um lápis.
  • No Templo estamos parados, na Loja em movimento.
  • Do Templo falamos, da Loja ouvimos.
  • O Templo é pequeno, a Loja é grande.
  • O Templo tem um nível, a Loja um prumo.
  • O Templo tem forma limitada, a Loja ilimitada.
  • O Templo protegemos, a Loja nos protege.
Quais pensamentos o Irmão formulou? Como reagirá a frase abaixo?
O Templo é profano e a Loja sagrada.
Imagino o arrepio que alguns Irmãos tiveram. PORÉM atenção meus Irmãos, não se deve aplicar o conceito comum aos labores maçônicos. TEMPLO (do latim templum, "local sagrado") é uma estrutura arquitetônica dedicada ao serviço religioso. Cinco perguntas:
  • Já presenciaram profanos em nossos Templos?
  • Algum não iniciado freqüenta as Lojas?
  • Existe a frase: - Em Templo meus Irmãos?
  • Templos tem graus?
  • O que são abertos/fechados Lojas ou Templo?
Nossos Templos são lugares que merecem respeito, é o que chamamos de Kadosh (sacro e puro) O TEMPLO MAÇÔNICO é o resumo do macrocosmo e também a imagem do microcosmo. Mas não podemos prestar cultos em seu interior. Assim sendo posso então encerrar com três afirmações?
  • O Templo é o externo, a Loja o interno.
  • O Templo é o físico, a Loja o mental.
  • O TEMPLO é a MATÉRIA, a LOJA o ESPÍRITO.
Reflitam sobre esta frase: Combatemos os Vícios nos Templos e aprendemos a Virtude nas Lojas.
A intenção deste pequeno artigo é despertar em você a vontade de saber um pouco mais sobre o tema, pesquisar e fazer uma Prancha de Arquitetura para apresentá-la em sua Loja enriquecendo nosso Quarto de Hora de Estudos. Lembrem-se que todos nós, independente do Grau ou do Cargo, somos responsáveis pela qualidade das Sessões Maçônicas.

Grato pela atenção
TFA
Quirino
Sérgio Quirino Guimarães
ARLS Presidente Roosevelt 025
Segundas-feiras, Templo 801
Palácio Maçônico - Grande Loja
Belo Horizonte - Minas Gerais
0 xx 8853-2969
Ano 06 - artigo 11 - número sequencial 345
Sinto muito. Me perdoe. Te amo. Sou grato. Quatro frases que transformam qualquer realidade negativa. Pratique!

domingo, 11 de março de 2012

A MAÇONARIA NÃO É FEITA À MEDIDA DAS ILUSÕES DO NEÓFITO

Conta-se que perguntaram a Pitágoras, após ter sido Iniciado nos mistérios, o que tinha visto no Templo, tendo ele respondido simplesmente: NADA. Porém, Pitágoras era Pitágoras, Se ao sair do Templo egípcio não tinha visto "nada", não se limitou a sair decepcionado, senão buscando a origem deste "nada", descobriu que era em si mesmo que não tinha visto "nada mais" que desejos e ilusões. Foi então que começou seu caminho para a sabedoria.
Muitos Irmãos recém-iniciados se afastam da Ordem porque em nossas Lojas não encontram "nada", porque o nosso simbolismo não lhes significa "nada", porque na Maçonaria não se faz "nada", outros se queixam que nas Lojas se fala muito de simbolismo e "nada"; que a Maçonaria é uma instituição para se fazer amigos e "nada mais"; que só comparecem aos trabalhos da Loja para perder tempo e "nada mais".
Propomos perguntar-nos: o que significa esse "nada" com respeito à Maçonaria? "Fulano" não vai mais à sua Loja porque "não encontrou nada...". E como é que não encontrou "nada"? Não encontrou o Templo com seu Altar, as Colunas, os móveis e a decoração? Não encontrou os Irmãos reunidos na Loja? E como é que diz que não encontrou "nada" e que o Simbolismo não lhe significa "nada"? Encontrou então pelo menos o Simbolismo... E como é que pode dizer na Maçonaria não se faz "nada" e que na Loja se fala muito e "nada" mais? Então, se faz algo, ainda que seja nada mais que falar...
Parece que o "nada" que se encontra na Maçonaria não deve ser tomado ao pé da letra. O Neófito que entra no Templo encontra algo, porem não encontra o que busca; isto dá margem a várias perguntas:
1º O "que busca" o profano que solicita ser Iniciado?
2º O que a Maçonaria "não pode oferecer"?
3º O que a Maçonaria "pode oferecer"?
4º "O que encontra" o Neófito ao dizer que "não tem nada"?
Procuramos responder estas perguntas de um ponto de vista estritamente pessoal.
1º O "que busca" o profano que solicita ser iniciado?
Pode solicitar seu ingresso pôr vários motivos, desde o mais grosseiros materialismo, o desejo de encontrar protetores para seus negócios de qualquer espécie, até o motivo de mais elevado sentimento de humanitarismo. Em regra geral, é mistura de tudo, acrescido de curiosidade; e freqüentemente haverá um sentimento da própria imperfeição acrescido do desejo de melhorar-se e de aperfeiçoar-se.
Não é raro também que se espere encontrar na Maçonaria um estímulo à ação para compensar a própria falta de atividade; idéias extraordinárias e originais que ponham em funcionamento o pensamento e a imaginação própria.
É um dos problemas da Maçonaria que, pelo segredo e discrição que devem guardar seus integrantes, o profano chega geralmente a nossas portas, desconhecendo realmente o que o espera, vindo em contrapartida cheio de esperanças e ilusões que vão do inadequado até o absurdo.
2º O que a Maçonaria "não poder oferecer"?
A Maçonaria não é feita à medida das ilusões do neófito. Se este esperou uma renovação completa de sua personalidade pôr meio de um remédio amostra grátis e que se oferece a todo aquele que entra na Ordem, equivocou-se, Damo-lhes a Luz, as ferramentas para trabalhar, mostrando-lhes a Pedra Bruta e o modo de trabalhar nela. O resto é assunto do Neófito. Tem que trabalhar para receber o "seu salário" e este lhe é dado segundo a quantidade e a qualidade do seu trabalho. Não poderá exigir que se lhe dê tudo de uma vez sem fazer o menor esforço. Então acontece que o Neófito não acha o que buscava.
Ele buscava um meio cômodo para tornar sua vida mais fácil e agradável, para sentir-se importante sem esforço algum, para viver em paz consigo mesmo. E como não acha o que buscava, diz simplesmente: "Não encontrei nada". Com isto, expressa que tudo o mais que encontra não tem importância para ele; e que, aquilo que "não" encontra é o que ele queria e nada mais. Dizer que a Maçonaria não faz nada é outra maneira de revelar que se quer conseguir satisfações de amor próprio a baixo custo. Se na Maçonaria estivesse se cristalizando uma obra de autentico humanismo, poderíamos participar da glória de sua realização sem que tivéssemos o trabalho de planejar e organizar sua execução. Se a Maçonaria fosse aquilo que querem aqueles que se queixam de não encontrar nada nela, ela seria idêntica às sociedades múltiplas de beneficência e clubes de serviço. cujos principais objetivos parecem ser que seus membros apareçam na imprensa escrita e falada a qualquer
pretexto. Todas estas satisfações de amor próprio, todas estas ilusões e esperanças vazias, é que a Maçonaria não oferece. Pôr isto é que, aqueles que buscam isto, não encontram "nada".
3º O que a Maçonaria "pode oferecer"?
Do ponto de vista das pessoas mencionadas anteriormente, "nada", pois para elas o trabalho, o estudo, não são nada, e se não tiverem a paciência necessária, se afastarão.
Quanto mais irreais, fantásticas forem suas esperanças, mais necessitarão para encontrar o que oferece a Maçonaria, e que é: trabalho, ferramentas para executá-lo, o "salário" que somente se obtém trabalhando. O Neófito tem que aprender que na Maçonaria não encontrará satisfação alguma senão em razão do seu próprio trabalho.
Através do seu aprendizado se dará conta de que se a maçonaria lhe der, sem sacrifício, as satisfações que estava procurando, então sim, poderá dizer "que não é nada". O que acontece é que o homem moderno tem do trabalho um conceito muito diferente que tinha as corporações de construtores da antigüidade. Para a maioria, hoje, o trabalho é escravidão, atividade mecânica, impessoal, algo que se faz porque tem que se viver e comer, e sem trabalho, não há comida; algo que se faz sem grande satisfação, esperando que o relógio marque a hora da saída.
Dali então partimos para o descanso, a diversão, as comodidades. São poucos aos quais a sorte reservou um trabalho construtivo e menos ainda existem pessoas capazes de buscar e achar o descanso em uma atividade de tipo superior, uma atividade criadora. O construtor medieval não se preocupava em apressar o tempo para terminar a catedral, mas sim se detinha nos detalhes da construção, acrescentando uma grande variedades de enfeites e esculturas tão belas como indispensáveis para a arquitetura, simplesmente porque sentia o gosto de criar algo belo e bonito.
Nós já não compreendemos mais facilmente este prazer pelo trabalho, Queremos que o trabalho termine o mais depressa possível, para que possamos nos dedicar a outras atividades nas quais encontramos mais prazer.
Necessitamos voltar a descobrir a vocação artística do homem - a única que lhe dá plena satisfação - é de não servir unicamente de apêndice pensante da maquina, e sim de procurar realizar um trabalho criador.
4º "O que encontra" o Neófito ao dizer que "não tem nada"?
Bate à porta do Templo, se abre a mesma para ele e não encontra nada. O que é este "nada"? Já dissemos, tomar a palavra em sentido estrito é um absurdo. Algo ele encontra e se nós o pressionarmos um pouco, ele nos dirá "Não há nada, somente palavras, somente Ritualística, somente Símbolos, somente idéias antiquadas". Algo portanto encontra, porem não "o que buscava". E como o que ele encontra não é nada em comparação com o que buscava, diz simplesmente que não há nada. Porém, este "nada" não é somente um fenômeno negativo. Este "nada" e como um gérmen, algo novo e grande.
O Irmão que se afasta da Loja queixando-se de "não haver encontrado nada", não se limita somente a isto. Afasta-se desgostoso, decepcionado. O encontro com o "nada" o afetou no mais profundo do seu ser. Não achou o que buscava, porém achou precisamente seu próprio desgosto, sua própria decepção.
Ainda que se vá de nosso convívio, sua decepção o segue. E ainda que não o confesse, não deixará de pensar, de vez em quando, que, para encontrar algo, se necessitam duas coisas: algo que existe e alguém que saiba procurar. Ao lado do seu orgulho, porque ele não se deixou enganar", estará a constante inquietude acerca do que terão encontrado os que ficaram e que ele não soube encontrar. Se vê, assim, posto frente a frente, com sua própria insuficiência. Com seu próprio NADA.
Se for sincero consigo mesmo, reconhecerá que onde não encontrou nada, foi em si mesmo. Este é o ponto onde começa a germinar a idéia Maçônica. Se o Irmão chegar a este ponto, começará a ser MAÇOM.
Autor desconhecido

domingo, 4 de março de 2012

A TROLHA


Saudações estimado Irmão,
realmente compreendemos o significado da
TROLHA ?
Já repararam que nos nossos labores e expressões maçônicas usamos constantemente o “Templo”, o “Avental”, o “Justo”, o “Perfeito”, o “cinzel”, o “malho”, estar de “P e a O”, “em ambas” e os campioníssimos: “esquadro e compasso”. Mas é a Trolha? A resposta simplista que normalmente encontramos, é a seguinte: O Aprendiz por não ter ainda muitos conhecimentos e cujo labor é quebrar as pedras deve trabalhar apenas com o cinzel e o malho. O Companheiro já detem um pouco mais de conhecimento e ao trabalhar com a pedra bruta para transformá-la em cúbica, além do malho e do cinzel necessita do esquadro e do compasso, já o Mestre usará o malho, o cinzel, o esquadro, o compasso, o prumo, o nível e por fim a Trolha. Alguns ritos relacionam a Trolha somente ao “Mestre de Acabamento”, que seria o Mestre Instalado. A questão é que está se trocando o significado simbólico pela função operativa. Representar um cargo ou grau é uma coisa, mas privar a instrução que este elemento representa dentro do conhecimento maçônico é outra coisa. O simples fato da vinculação da Trolha com o Grau 3 não pode ser empecilho para que mostremos aos Aprendizes e Companheiro a simbologia desta ferramenta de edificação moral. A Trolha é um instrumento MUITO PARECIDO com a colher de pedreiro, porém ela é menor, pois sua função é de acabamento. Todo Maçom deveria ter sempre por perto uma Régua de 24 Polegadas (para aprender a dividir tempo e obrigações) e uma Trolha. Imagine que a Maçonaria é um prédio e que cada Irmão um bloco de pedra que da forma a edificação. Todos nós temos nossos defeitos, que na pedra seriam as irregularidades, é preciso então ser BENEVOLENTE, TOLERANTE e INDULGENTE para com as arestas e falhas na estrutura dos Irmãos/Pedras. Com movimentos suaves, afetivos, bondosos todo maçom deve manipular a Trolha quebrando as arestas e preenchendo as frestas com o cimento do amor. A edificação maçônica deve ser um monólito, nenhuma pedra deve se destacar das demais, seja por suas imperfeições ou por sua beleza. Em alguns países de língua portuguesa, Trolha tem o mesmo significado que pedreiro, não importa se esteja aprendendo, acompanhado ou ensinando. Pergunto então aos Irmãos: Posso dizer que o Esquadro e o Compasso representam a Maçonaria e a Trolha o Maçom?. A melhor instrução que já encontrei sobre a Trolha foi em um dicionário profano: “Na Maçonaria é o símbolo que ensina a propagar os sentimentos de afeto e bondade que unem a todos os membros da família maçônica numa sólida fraternidade, a trolha tornou-se um emblema de benevolência para todos, de conciliação e de silêncio. Recorda, portanto, que se devem perdoar os defeitos dos irmãos, transformando em doçura as suas palavras, por amargas que sejam. A trolha, segundo Plantagenet, «é o símbolo do amor fraternal que deve unir a todos os maçons, único cimento que os obreiros podem empregar para edificação do templo». Passar a trolha significa, pois, esquecer as injúrias ou as injustiças, perdoar um agravo, dissimular um ressentimento, desculpar uma falta.”.
Grato pela atenção
TFA
Quirino
Sérgio Quirino Guimarães
ARLS Presidente Roosevelt 025
Segundas-feiras, Templo 801
Palácio Maçônico - Grande Loja
Belo Horizonte - Minas Gerais
0 xx 8853-2969
Ano 06 - artigo 10- número sequencial 344
Sinto muito. Me perdoe. Te amo. Sou grato. Quatro frases que transformam qualquer realidade negativa. Pratique!