Da Coluna do Sul, as impressões de um Companheiro Maçom
Iniciado em
março de 2017, estive na Coluna do Norte até fevereiro de 2019 quando
para a Coluna do Sul fui elevado. Daqui posso observar minha antiga
coluna, os meus Irmãos Aprendizes, que representam na Maçonaria as
crianças do mundo profano. Uns mais ativos e atuantes, outros mais
observadores; mas todos com potencial.
Ombreados
comigo, meus gêmeos companheiros, somos na Maçonaria os adolescentes, e
caminhamos para alcançarmos, no tempo do GADU, a maturidade maçônica.
Como um adolescente do mundo profano, aqui na Coluna do Sul me deparo
com muitas dúvidas e contradições. Não sou mais a criança da Coluna do
Norte, e ainda não sou o adulto do Oriente.
Do alto da
Coluna do Sul tenho uma visão melhor de toda a Loja, observo os Irmãos
de uma maneira mais ampla, e de um ângulo diferente do que quando estava
na Coluna do Norte. Assim posso ver que há, como nas famílias profanas,
Irmãos diferentes uns dos outros. E sobre ter visão de ângulos
diferentes ainda vou falar mais à frente.
Como um
adolescente profano, um companheiro maçom é mais observador, é mais
crítico e nesse processo de amadurecimento deve ser questionador, na
acepção correta da palavra. Nessa miscelânea observo muito a mim mesmo. É
importantíssimo praticar a autocrítica.
Que maçom eu sou? Como os outros Irmãos me enxergam? É importante ter um feedback,
todo marinheiro sabe da importância de uma bússola para correção das
velas e dos rumos durante a navegação até um porto seguro.
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Tenho
plena consciência de que em algum momento de minha caminhada na DFP,
fui um pouco de cada tipo de maçom: tenho consciência que fui em
determinados momentos o Irmão Cigarra, aquele que canta bonito, faz
lindos discursos, faz muito barulho, mas trabalha muito pouco; eu fui o
Irmão Clima de São Paulo, instável e inconstante na Loja; eu fui o Irmão
Quiabo, escorreguei dos serviços em Loja e fora dela; fui o Irmão
Canoa, só segui em frente com outro Irmão remando por mim; fui o Irmão
Trailler, precisei ser puxado em alguns momentos; fui o Irmão Girafa,
estive com o corpo aqui na Loja e a cabeça lá fora; fui o Irmão Bolo, só
apareci nas festas; e fui o Irmão Saraiva: a tolerância foi Zero!
Mas,
felizmente meus Irmãos, em outros momentos de minha caminhada na DPF fui
um pouco também dos Irmãos Espelhos, os exemplos que temos aqui, e que
com as bençãos do GADU são muitos. Irmãos Livres e de bons costumes,
estudiosos, constantes no trabalho e nas visitas; e sempre presentes de
forma muito positiva na Loja e por isso muito respeitados por todos.
Esses Irmãos Exemplos é que mantém a nossa Loja pujante! E eu fui em
alguns momentos um pouco desses Irmãos também!
Assim, nessa
miscelânea é que me enxergo! E os Irmãos? Como se classificariam na
caminhada de cada um? Cigarras, Clima de SP, Quiabos, Traillers,
Girafas, Bolos de Festas, Seus Saraivas, Exemplos? Será que concordam
que somos, ou que fomos em algum momento, um pouco de todos Irmãos que
citei acima?
Penso que
somos únicos meus Irmãos, e que devemos sim seguir os bons exemplos, os
espelhos, mas não devemos ter como objetivo querer ser cópia de ninguém!
De minha parte, pretendo ser Eu, com meus defeitos e minhas qualidades,
meus erros e meus acertos, e assim ir construindo a minha própria
história aqui, e sempre, como diz um querido Irmão de nossa Loja e com
grande sabedoria e simplicidade: “devemos ao menos tentar, a cada dia.
ser um Maçom e uma pessoa melhor.”
Adaptando o
conceito de um poeta contemporâneo: prefiro ser uma metamorfose
ambulante do que ter uma velha, preconceituosa e atrasada opinião
formada sobre tudo e sobre todos. Ninguém nunca deve se achar melhor que
ninguém, porque ninguém o é! Assim, tenham a certeza que sempre serei
Autêntico e não me furtarei nessa caminhada, a externar meus
pensamentos, opiniões e posicionamentos, sempre de acordo com nossas
Leis, e de maneira respeitosa, com a opinião dos demais Irmãos.
A
Nossa Ordem, a nossa Instituição, é justa e perfeita! Nós os Maçons é
que não somos, e precisamos ter essa consciência, pois só assim
conseguiremos fazer progressos, aqui dentro da Maçonaria e fora dela
como construtores sociais que devemos ser no mundo profano.
Não estamos
aqui para ser julgados ou para julgar as ideias e pensamentos dos outros
Irmãos. Devemos ser livres e de bons costumes, respeitando a liberdade
de expressão de todos os Irmãos, inclusive os que tenham opiniões e
posicionamentos diferentes dos nossos. Concordar com quem pensa o mesmo
que Nós é muito fácil, o desafio é a tolerância ao contraditório. A
Empatia é isso, é o ato de se colocar no lugar do outro, e esse o
endereço mais difícil do mundo, mas quem descobre essa fórmula se
aproxima muito da maturidade.
Exemplo o
número 6 e o número 9. Dependendo do ponto de vista ou do ângulo que ele
é observado, o mesmo pode ser 9 ou pode ser 6, e das duas formas, quem o
observa está certo!
Pré-conceitos,
intolerância, censura e radicalização de pensamentos e ações precisam
ser banidos, e não fomentados em nossa Ordem e em nossa sociedade.
Devemos ser Exemplos, não apenas nas palavras e na oratória, mas nas
ações do nosso dia a dia, dentro da Loja e fora dela, em todos as
situações de nossa vida profana e maçônica.
De minha
parte, volto a frisar, sempre respeitando a nossa Constituição, nossa
legislação e nossos Rituais, sempre que achar necessário e oportuno vou
me posicionar, pois serei sempre um pouco de cada tipo de Irmão que
citei no inicio do trabalho, mas jamais serei um Irmão Gado, ou um Irmão
Jarrinho de Mesa, ficar aqui apenas enfeitando e fazendo número na
Loja.
Finalizo assim
esse trabalho meus Irmãos, conclamando Todos Nós a fazermos uma
auto-crítica, e buscarmos lapidar de verdade, e não apenas da boca pra
fora, a nossa pedra bruta.
Eu disse
Lapidar a Pedra Bruta meus Irmãos, e não atirá-la na cabeça dos Irmãos
que pensam ou tem opiniões diferentes das nossas. Vamos tentar praticar a
EMPATIA.
Direto do topo
da coluna do sul, essas são as impressões de um Irmão Companheiro, com
ainda muito a aprender, e muito orgulhoso por fazer parte da Augusta e
Respeitável Loja Simbólica Deus, Pátria e Família nº 154 . Um TFA!
Autor: Cristiano de Lima Aguiar
ARLS Deus, Pátria e Família, nº 154 – Oriente de Corinto/MG
ARLS Deus, Pátria e Família, nº 154 – Oriente de Corinto/MG
Fonte: https://opontodentrocirculo.com/2019/10/25/da-coluna-do-sul-as-impressoes-de-um-companheiro-macom/
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