domingo, 17 de setembro de 2017

INICIAÇÃO AO GRAU DE APRENDIZ (IMPRESSÕES)

À GL.'. do G.'. A.'. D.'. U.'.

Augusta e Respeitável Loja Maçônica Simbólica Mista
Triângulo da Fraternidade


   S.'.


                                                            F.'.             U.'.

Primeira peça de arquitetura do grau de Aprendiz Maçom.

Tema solicitado pelo Ir.'. 2º Vig.'. - Iniciação ao Grau de Aprendiz (Impressões)


          Durante o momento em que fui vendado e comecei minha jornada, pensei na Criação Divina, que eu considero um magnífico espetáculo, e na capacidade humana de representar nossa jornada evolutiva por intermédio de símbolos contidos nas iniciações e nos estudos das organizações iniciáticas.  Caminhei imaginando como se estivesse percorrendo túneis. Ao terminar minha jornada, sentei-me e Meditei a respeito da iniciação que eu estava realizando, e a respeito da geometria que iria me cercar, que está muito presente e oculta através dos símbolos maçônicos, numa tentativa de buscar uma razão para explicar por que eu estava ali, naquele lugar, naquele momento específico. Quando eu permaneci na câmara da Reflexão para assinar os papéis, e me deparei com a caveira, comecei a relembrar minha trajetória de vida, das inúmeras iniciações que eu já realizei, tentando buscar respostas para a minha existência. Pensei que este não é um novo momento, mas um velho momento, onde espaço e tempo se tornam inexistentes. Pensei que aquele, era apenas mais uma etapa em minha vida, uma etapa que eu ainda não sei o motivo, ou o por que de eu estar ali, pois já estive em tantos lugares, em tantos momentos, e todos serviram para algo, para me transformar no que hoje eu sou, ou penso ser, ou no que ainda vou me transformar. Ainda não sei o verdadeiro motivo que me impeliu para que eu  adentra-se neste templo, nesta antiga ordem iniciática e filosófica. Mas sei, tenho plena certeza, por razão de experiências neste campo, que nada acontece por acaso, que tudo tem sua razão de ser. Vivenciei este momento iniciático, tendo a certeza, de que, o que realmente importa não são as letras ou as palavras, mas, sim, a vivência pessoal que cada um experimenta nesses locais iniciáticos. Sei que, todos os livros são as janelas do conhecimento, mas não são as portas, apontam coisas aos homens, mas não as dão de fato, (SanMartin). E, é desse modo, que eu ha muito tempo encaro o auto conhecimento, ou seja, não busco em livros ou em homens, mas sim em meu ser interior, onde todas as resposta se encontram já em sua plenitude máxima. Mas, também, sei que os livros, os símbolos e as alegorias, os rituais, nos trazem um caminho a ser seguido, nos fornecem um princípio simbólico de entendimento das coisas vivenciadas por todos os iniciados.
Meditando durante a iniciação, eu pensava, que, o que realmente importa numa iniciação, ou em toda iniciação, seja onde for, é que a egrégora é o ponto culminante de toda forma de iniciação, desde as mais primitivas e simples, até as mais elaboradas e refinadas, pois todos as iniciações possuem uma finalidade em comum, ou seja, a finalidade de nos ligar a outras almas que buscam um objetivo comum para todos, embora a forma de entendimento de cada um seja individual e pessoal. São diversos rios, diversos entendimentos, diversas formas de pensar Deus, mas devemos ter sempre em mente, que todos os rios deságuam num único e imenso oceano. Este oceano, representa a união de todas as almas. Antes da queda, todas as almas eram interligadas numa única fonte e modo de existir, mas após a queda, houve a confusão, os véus baixaram em frente aos olhos de cada alma individualmente, e cada uma começou uma jornada pessoal e diferente, numa busca ininterrupta, através de inúmeras encarnações no mundo das multiplicidades terrenas. Mas, no decorrer dos tempos, no suceder das encarnações, estas almas começaram novamente a se reagrupar, e desse modo, começaram as inúmeras egrégoras, iniciações, ordens, religiões, filosofias, etc. Por que, no final, tudo retornará ao começo. Lembrando que todas as almas apenas poderão retornar ao paraíso, ao seu local de origem, juntas, nada chega ao pai individualizado, a não ser por intermédio de Ostes cósmicos, ou das Ostes terrenas, e mesmo assim, estas Ostes Cósmicas e terrenas formam egrégoras para poderem acessar ao Criador. Enquanto isto não acontece, enquanto não retornamos ao nosso local de origem, onde a evolução acontece pela vida, e não mais pela morte como ocorre em nosso mundo terreno, nós humanos, aprendizes, eternamente aprendizes, independente do grau de consciência ou das iniciações que temos, nos unimos em egrégoras por intermédio dessas iniciações realizadas nas ordens iniciáticas, em religiões ou filosofias. Tudo isto, de algum modo, se passou em minha cabeça no momento da minha iniciação ao grau de Aprendiz, grau este, que eu pretendo nunca esquecer, de que, "sempre serei um eterno Aprendiz", pois este é um dos objetivos do trabalho maçônico, lembrar de que sempre seremos aprendizes neste mundo, e que devemos utilizar estes momentos de estudos para despertar na busca do conhecimento oculto que aparentemente parece estar distante, mas que pode estar ao nosso lado, ou dentro de cada um de nós.
          Tudo isto, eu expresso, em nome do Nosso Senhor, Criador de todas as coisas, do Grande Arquiteto do Universo.   

         Or.'. de Porto Alegre, 21 de setembro de 2013. da E.'. V.'.

Vinicius dos Santos
Apr.'. M.'.


Bibliografia:

Sanmartin, Louis Claude de - Monografia Martinista.

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