sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

PALAVRAS VAZIAS SOPRADAS AO VENTO


"Uma pessoa cuja força está em suas palavras e não em suas ações, sempre ficará presa no mundo dos extremos.” Diz o Zohar, o texto mais importante da Cabala. Nossas palavras têm poder. Uma energia incrível é revelada cada vez que se faz uma promessa. Se a pessoa faz uma promessa e depois não a cumpre, cria um pequeno vácuo de energia em sua vida. Por causa destes vazios criados pelas palavras que dizemos e depois não realizamos, com frequência, nos sentimos desconfortáveis e insatisfeitos.
Hoje, tome cuidado para que as palavras que você coloca para fora sejam condizentes com a verdade do que você está fazendo. Se houver diferença entre as palavras e as ações, você está perdendo seu tempo. Tem muita gente que fala demais e faz muito pouco. Faça mais e fale menos.

SIMPLICIDADE


 Aos que buscam o extraordinário,
não o encontrarão em mim. 
Ele nunca me fascinou. 
Eu me encanto com as simplicidades dos dias,
quando um pássaro cruza meu caminho
ou o sol se põe como que conversando comigo.
Pequena que sou, 
as coisas grandes da vida pra mim são aquelas que passam despercebidas,
feitas para olhos delicados e corações atenciosos.
O cheiro de chuva molhando o chão, 
o barulho de um sorriso de criança, 
a brisa que nos toca com mãos de seda.
Um amor correspondido,
uma amizade que resiste ao tempo. 
Isso é o que me deslumbra. 
É o que faz a minha alma suspirar. 
Sou espírito de poucas necessidades.
(Rachel Carvalho)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

NATAL


terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O SEGREDO MAÇÓNICO ESOTÉRICO: O VERDADEIRO SEGREDO MAÇÓNICO



Na minha opinião, já hoje aqui o disse, o verdadeiro segredo maçónico vai muito além da discrição sobre identidades, modos de reconhecimento, rituais, cerimónias e trabalhos efetuados. Na minha opinião, o verdadeiro segredo maçónico, o que importa, o que releva, existe, não porque os maçons o queiram preservar, mas porque não o conseguem revelar. Porque é insuscetível de plena transmissão.
O verdadeiro segredo maçónico, aquilo a que muitos chamam de Palavra Sagrada ou, muito simplesmente, de Luz, é aquilo que o maçom aprende através do contacto com seus Irmãos, do convívio e busca de entendimento dos elementos simbólicos que a maçonaria profusamente coloca à disposição dos seus elementos, do método de análise, de trabalho, de esforço, de meditação, de extenuada conquista, passo a passo, degrau a degrau, patamar a patamar, sobre si próprio, a pulso desbastando suas imperfeições, despojando-se do interesse sobre toda a ganga material que obnubila os nossos espíritos, indo-se cada vez mais longe em épica viagem, com começo e fim no fundo de si mesmo e aí descobrindo a resposta que procura.
Esta busca, esta viagem, esta procura, tem um começo e um fim, mas nem um nem outro serão porventura os esperados. O começo será sempre depois do meio dia, a hora a que os maçons iniciam os seus trabalhos, quando cada um está efetivamente apto a começar a trilhar o caminho sem marcos, bordas ou fronteiras, que conduzirá não sabe onde. O fim, esse, tem hora marcada, aquela em que os maçons pousam as suas ferramentas, a meia noite. Como em muito do que tem valor, tão importante é o resultado como o trabalho para o obter, tão atraente é o destino, como o caminho que a ele conduz. E muito raramente o caminho mais curto entre o ponto de partida e o de chegada será uma reta...
Em bom rigor, duvido mesmo que haja apenas um verdadeiro segredo maçónico, um único segredo esotérico. Nesta altura do meu entendimento, propendo a considerar que cada maçom atinge a sua própria Luz - a deste com mais brilho, a daquele mais baça, a daqueloutro, qual bruxuleante chama de longínqua vela, mal se vendo -, cada maçon encontra e resgata a sua própria e individual Palavra Perdida - a de um bela e cristalina, a de outro sonora e estentória, a de um terceiro suave e quase inaudível murmúrio.
Cada um encontra o que procura e o que trabalha e se esforça por encontrar. Cada um encontra Segredos, Luzes, Palavras, diferentes ao longo da sua busca. Porque esta nunca termina. Cada resposta encontrada dá origem a novas perguntas, nascidas de mais lúcida compreensão, em perpétua evolução e aprofundamento de compreensão. É por isso que tenho para mim que eu não posso, não consigo, não sei, partilhar a minha Palavra, com mais ninguém, nem sequer com o meu mais chegado Irmão. Não só porque não consigo descrevê-la em toda a sua extensão e complexidade, como porque o mero enunciar do ponto do caminho em que me encontro me abre novos horizontes de busca, para lá dos quais nem sequer sei se não terei de pôr em causa e de reformular tudo ou parte do que me levou a percorrer esse preciso caminho, quer ainda porque cada viagem, mesmo a do meu mais mais chegado Irmão, seguiu rumos diversos dos meus, levando a linguagens distintas, a conceitos diferentes, a complexas variantes.
Cada um, em cada momento, encontra diferente Palavra, vê diversa Luz, preserva variado Segredo, porque cada um viaja para destinos diferentes: cada um viaja até ao fundo de si mesmo e cada um é todo um Universo diferente do parceiro do lado.
Nessa viagem, nesse trabalho, nessa busca, cada um procura coisa diversa. Eu só posso definir o que neste momento busco. Já me reconciliei - há muito! - com a finitude da vida neste plano de existência, já abandonei, por estulta e estéril, a busca do imenso porquê, a mim nunca me interessou particularmente interrogar-me sobre o cósmico como. Por agora, desde há muito e não sei até quando, concentro-me na busca do sentido da Vida e da Criação. Tenho uma ideia rude e imprecisa desse sentido. Busco o melhor ângulo para obter mais Luz. Espero que consiga obter o Brilho suficiente para, através do sentido da Criação, entrever o Criador... E tudo isto eu - neste momento - busco, em fantástica viagem, sem outro veículo que não eu próprio, não consumindo outro combustível senão tudo aquilo de que me interiormente despojo, sem outro destino e caminho senão o fundo de mim mesmo. Porque é o conhecimento de mim mesmo, em todas as complexas vertentes que condicionam o meu Eu, que me habilitará a conhecer o Outro, o Mundo e quem o criou e porquê e para quê e como. Eu sou a pergunta, a pergunta sem resposta, a pergunta buscando a resposta e, simultaneamente, a resposta contida na própria pergunta, que me levará a nova pergunta, que gerará nova resposta, em contínuo alargar de horizontes, que espero me permita entrever o que está para além do horizonte e contém todos os horizontes...
Confuso, não é? Pois é! Eu bem avisei que o segredo maçónico esotérico é aquele que existe porque não se consegue transmitir...
Rui Bandeira - Mestre Maçom
Excerto de Peça de Arquitetura lida em sessão no grau de Aprendiz da R:. L:. Mestre Affonso Domingues, n.º 5, em 13 de abril de 6011, E:. M:..
Texto completo: http://www.rlmad.net/rlmad-main/mmenu-pranchas/715-segredo-maconico-sp-906612108


segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

A LUZ DA CONSCIÊNCIA


“As ações liberam energias que criam condições favoráveis ou obstruções. O universo é governado por leis imparciais. Ao contrário das leis dos homens, elas não podem ser quebradas impunemente. Existe um perfeito equilíbrio nas forças do universo. Como tudo obedece às leis universais, não há opção para o aprendiz espiritual a não ser trabalhar para criar condições benéficas em si mesmo. Ninguém mais pode fazer isso por ele.

        Ao contrário dos falsos gurus, os verdadeiros adeptos dizem: ‘Preencha as condições.’ Esses instrutores podem parecer duros, mas na realidade são verdadeiros benfeitores. O guru que disser: ‘enquanto você se dedicar a mim, eu o protegerei’ está apenas enganando os discípulos.

         Um Mestre afirmou: ‘Seja puro e decidido na senda da retidão. Seja honesto e altruísta; esqueça de si e pense no lado bom das pessoas.’ Quem segue esses conselhos atrai atenção de um adepto. Dizem que, quando um Iluminado olha para o nosso mundo, que é escuro e triste, vê aqui e ali a Luz da Consciência dos puros e generosos, que esquecem seus próprios interesses pelos dos outros. Os adeptos repetidamente indicaram que somente a afinidade interna pode levar um aspirante até eles. A retidão e a generosidade são condições necessárias para chegar à porta e bater.”

Autoria: Rhada Burnier
Fonte: http://lojateosoficadharma.blogspot.com.br/2016/07/a-luz-da-consciencia-radha-burnier.html

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

TODO PRECONCEITO É ODIOSO

"Meu nome é Reverendo Joel Mbongi Kuvuna. Sou natural da República Democrática do Congo, estudante de doutorado na Universidade de KwaZulu-Natal na África do Sul e pastor da Igreja Protestante.
Lhe escrevo para expor o tratamento desumano que fui exposto em 21 de outubro de 2016, ao término do Seminário Internacional ocorrido em São Leopoldo, no Brasil. O encontro, intitulado “On becoming human-impacting communities: Gender-Race-Politics”, recebeu participantes das Faculdades EST (Brasil), Union Theological Seminary (EUA), University of Oslo, (Noruega) e University of KwaZulu-Natal (UKZN – África do Sul).
Quando retornávamos às nossas cidades de origem através do aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, por volta de 17h, fui cruelmente humilhado pelo Departamento da Polícia Federal de Porto Alegre. Quatro policiais sem uniforme militar, mas fortemente armados, vieram na nossa direção extremamente furiosos e nos retiraram do setor de embarque: dois professores e dois alunos norte-americanos e eu, logo após o check-in. Nesse instante nos retiraram os passaportes violentamente, sem qualquer explicação, ordenando que os seguisse; nos instalaram em seu gabinete, onde insistiram que meus colegas norte-americanos me deixassem sozinho em uma sala separada. Neste momento finalmente entendi que eu era o alvo do episódio. Mas o que eu havia feito de errado? Minha única falha seria a de ser negro e portar um passaporte africano.
Quando meus colegas saíram da sala, os agentes abriram minhas bagagens e espalharam meus pertences, sem que eu pudesse perguntar o que havia de errado, dizendo apenas que eu ficasse calado. Fiquei traumatizado pelo ocorrido, pois eles demonstraram claramente seu desdém por mim enquanto verificavam minha bagagens. Quando um dos agentes encontraram minha loção, disse com desdém: “African lotion!”.
Então chamaram seu cachorro para me farejar. Ao não encontrar nada, me obrigaram a tirar toda a minha roupa e o forçaram a me farejar mais três vezes. Quanto mais os agentes não confirmavam sua expectativa, mais furiosos ficavam. Finalmente, após confirmar a inexistência de qualquer irregularidade, nada foi explicado a respeito do que estava sendo procurado e qualquer pedido de desculpas foi feito. Eles apenas disseram para que eu recolhesse as minhas coisas e saísse. Eu chorei como nunca antes, desde que me tornei adulto.
Por que fui tratado de modo desumano, como um animal, mantido em custódia, enquanto meus colegas me aguardavam do lado de fora? Ao perguntarmos que lei havíamos desrespeitado, um dos agentes respondeu “se vocês resistirem, nós queremos mostrar que estamos no Brasil”.
Eu tenho apenas uma hipótese para isso: quando os agentes viram os passaportes dos meus colegas, os retiraram imediatamente para que me esperassem do lado de fora. Meu tratamento foi em função da minha cor e minha origem. Sou africano e negro e espero uma explicação sobre o que fizeram comigo, pois mereço respeito como ser humano. A cor da minha pele não pode ser a razão para me denegrir. Foi uma conduta vergonhosa do Departamento da Polícia Federal de Porto Alegre.
Espero então uma explicação pelo que foi feito, pois as pessoas precisam ser tratadas com respeito. Todos os seres humanos precisam ser tratados dignamente. Os agentes sabiam que eu sou um aluno de doutorado e um reverendo.
Eu estava nu diante dos policiais, mas eles não estavam preocupados com isso. Fui farejado pelo seu cachorro, e tudo isso por causa da minha cor e minha origem.
Se queremos um mundo melhor, precisamos banir a violência e a opressão, tratarmos as pessoas com respeito, considerando que têm direito à dignidade, grande valor e potencial de fazer deste mundo um lugar melhor.
Minha razão de escrevê-lo foi para informá-lo acerca desse evento, e reside na esperança que o senhor acolha minha reclamação e leve até a polícia que me tratou dessa forma, para que tenham consciência da dor que provocaram em seu vergonhoso tratamento. Confio que a minha demanda será considerada e minha voz ouvida.
Peço ainda atenção às cartas das Instituições parceiras, que organizaram o presente evento (Union Theological Seminary, dos Estados Unidos e Faculdades EST, no Brasil), anexadas ao presente relato.
Saudações
Reverendo Joel Kuvuna
.oOo.
Com cópia para:
Vice-Reitor das Faculdades EST, Brasil
Universidade de KwaZulu-Natal, África do Sul
Union Theological Seminary, Estados Unidos
Universidade de Oslo, Noruega
Embaixada da República Democrática do Congo no Brasil
Embaixada do Brasil na República Democrática do Congo
Secretaria de Direitos Humanos no Brasil
Departamento da Polícia Federal do Brasil de Porto Alegre"
.oOo.
O Reverendo Joel Mbongi Kuvuna é Estudante de Doutorado da Universidade de KwaZulu-Natal, Pietermaritzburg, África do Sul.
Fonte: http://www.sul21.com.br/jornal/episodio-de-racismo-ocorrido-em-porto-alegre-por-joel-mbongi-kuvuna/

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Descenso al Interior de la Terra


Al comienzo mismo del rito de nuestra iniciación somos conducidos por el Hermano Experto a una pequeña y oscura estancia llamada la Cámara, o Gabinete, de Reflexión, dentro de la cual permanecemos encerrados durante un período de tiempo indeterminado, y antes de entrar por primera vez en el Templo. Al introducirnos en ella dicho Hermano nos dirige las siguientes palabras:
"Caballero, aquí es donde Vd. va a sufrir la primera prueba, que los antiguos iniciados llamaban la "prueba de la Tierra". A tal fin, es indispensable que se deshaga de toda ilusión y, para hacerse sensible materialmente a lo que debe ejecutar dentro de Vd. espiritualmente, le ruego me dé lo que lleva de valioso y, particularmente, todos los objetos de metal, que simbolizan lo que reluce con brillo engañoso... Ahora, Caballero, vais a ser abandonados a Vd. mismo, en la soledad, el silencio, y con esta débil luz. Los objetos y las imágenes que se ofrecen a su vista tienen un sentido simbólico y deben incitaros a la meditación."
Estas palabras son sumamente reveladoras acerca del significado de ese momento solemne de nuestra recepción. Ellas nos advierten de la necesidad de purificarnos de todas las ilusiones, egos y vicios que conforman nuestra errónea «personalidad», y que hemos ido adquiriendo en nuestro contacto con las «tinieblas exteriores» del mundo profano. Sin ese previo «despojamiento de los metales» –que crean una dura y gruesa costra alrededor de nuestro verdadero ser impidiendo que se manifieste– jamás podríamos recibir la influencia espiritual vehiculada por el rito y los símbolos de la iniciación, impidiendo así la posibilidad salvífica del renacimiento, de volver a nacer en un mundo nuevo bañado por una luz mucho más transparente y sutil: el mundo de las ideas y arquetipos emanados del Gran Arquitecto del Universo.
Pero, lógicamente, nadie podrá hacer ese trabajo por nosotros, razón por la cual somos abandonados a nuestra suerte, recogidos en la soledad y el silencio, encerrados en fin, en nuestra particular Cámara de Reflexión, y una vez allí morir a la condición profana. Ese acto o gesto interno de negación y muerte a un mundo y a una personalidad ficticia se vive simbólicamente (lo que por cierto hace válida y real esa experiencia) como un «regreso al útero» materno, o a la matriz de la tierra nutricia, es decir a un plano de concentración extrema donde «reflexionamos» sobre el sentido de nuestra existencia, sobre quién somos en verdad.
En realidad, la Cámara de Reflexión es lo mismo que el athanor, «huevo filosófico» u horno alquímico, símbolos todos ellos de la conciencia herméticamente cerrada a las influencias externas, y en donde, amparados en la íntima y generativa oscuridad, se lleva a cabo un proceso de cocción, fermentación, destilación, sublimación y finalmente transmutación de lo espeso en lo sutil, de lo terrestre en lo celeste. Este proceso, como sabemos, es el vivido por la semilla en su eclosión vertical hacia los espacios aéreos, o por el gusano de seda, que después de un tiempo encerrado en el capullo sale de él transmutado en mariposa, en un ser completamente otro, pasando de lo que repta a lo que vuela.
Esto que decimos está claramente ejemplificado por los diversos objetos, inscripciones e imágenes simbólicas presentes en la Cámara. Allí, depositados sobre una mesa, encontramos tres pequeños recipientes conteniendo azufre, mercurio y sal, los tres principios herméticos que simbolizan el espíritu, el alma y el cuerpo, respectivamente, lo cual nos sugiere la idea de que la Gran Obra iniciática incumbe al ser humano considerado en su totalidad, y no tan sólo en un aspecto o modalidad de ésta; una jarra con agua y al lado un trozo de pan, símbolos del agua de vida y del alimento espiritual que restituyen el «recuerdo» y fortalecen al candidato después de sufrir la primera muerte iniciática, expresada a su vez por el cráneo y las tibias cruzadas. Este es el estado que la Alquimia denomina nigredo, o «negro más negro que el negro» que señala la descomposición de la personalidad egótica. Pero esa descomposición o putrefacción contiene ya el germen del nuevo nacimiento, anunciado por el gallo, ave emblemática del dios Hermes, y cuyo canto proferido en lo más profundo de la noche avisa sin embargo de la proximidad del día y de la luz del Sol nacida en el Oriente. En este sentido, nos dice la Tradición que «cuando todo parece perdido, es cuando todo será salvado», pues después de descender, como Dante, a las profundidades del Infierno, no queda más remedio que ascender por el eje que une la Tierra y el Cielo. Y precisamente ese descenso y ese ascenso están sugeridos por las siglas V.I.T.R.I.O.L. que aparecen grabadas en una de las negras paredes de la Cámara. El significado de estas siglas alquímicas es bastante elocuente al respecto: «Visita el Interior de la Tierra y Rectificando Encontrarás la Piedra Oculta». La rectificación de que se trata tiene que ver con el cambio de «orientación» que se va produciendo en nosotros conforme progresamos «...por las vías que nos han sido trazadas», es decir, por la vía sagrada de la iniciación, lo que es simultáneo al despertar de nuestras potencialidades internas que nos conducirán a la obtención del Conocimiento, simbolizado por la Piedra Oculta (Filosofal) o Piedra Cúbica en punta del maestro masón.
Así, pues, sólo cuando el postulante sepa comprender – o asimilar en sí mismo – el mensaje de todos estos símbolos que se ofrecen a su meditación, habrá «superado satisfactoriamente la prueba de la Tierra, a la Gloria del Gran Arquitecto del Universo», y estará, por tanto, preparado para llamar a las «puertas del Templo», lo que hace una vez ha sido reducido a pura posibilidad de ser presta a recibir los efluvios emanados del resto de los elementos purificadores que determinarán su desarrollo y crecimiento interior: el Aire, el Agua y el Fuego.
Autores: Sete Mestres Maçons
NOTA
Este texto pertence ao livro Símbolo, Rito, Iniciación, publicado por Ed. Obelisco, Barcelona 1992, e posteriormente por Kier, Buenos Aires 2003 com o título Cosmogonía Masónica: Símbolo, Rito, Iniciación.
Fonte: https://opontodentrodocirculo.wordpress.com/2016/11/20/descenso-al-interior-de-la-terra/

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

CONHECIMENTO E SABEDORIA


Dois discípulos procuraram um mestre para saber a diferença entre Conhecimento e Sabedoria.
O mestre disse-lhes:
Amanhã, bem cedo, coloquem dentro dos sapatos vinte grãos de feijão, dez em cada pé.
Subam, em seguida, a montanha que se encontra junto a esta aldeia, até o ponto mais elevado, com os grãos dentro dos sapatos.
No dia seguinte os jovens discípulos começaram a subir o monte.
Lá pela metade um deles estava padecendo de grande sofrimento: seus pés estavam doloridos e ele reclamava muito.
O outro subia naturalmente a montanha.
Quando chegaram ao topo, um estava com o semblante marcado pela dor; o outro, sorridente.
Então, o que mais sofreu durante a subida perguntou ao colega:
- Como você conseguiu realizar a tarefa do mestre com alegria, enquanto para mim foi uma verdadeira tortura?
O companheiro respondeu:
- Meu caro colega: ontem à noite cozinhei os vinte grãos de feijão.
É comum que se confunda Conhecimento com Sabedoria, mas essas são coisas bem diferentes.
Se prestarmos atenção, podemos verificar que a diferença é clara e visível.
O Conhecimento é o somatório das informações que adquirimos, é a base daquilo que chamamos de Cultura.
Podemos adquirir Conhecimento sem sequer vivermos uma experiência fora dos livros e das aulas teóricas.
Podemos nos tornar Cultos sem sairmos da reclusão de uma biblioteca.
Já a Sabedoria, por outro lado, é o reflexo da vivência, na prática, quer pela experimentação, quer pela observação, da utilização dos conhecimentos previamente adquiridos.
Para ser Sábio é preciso viver, experimentar, ousar, ponderar, amar, respeitar, ver e ouvir a própria vida.
É preciso buscar, sim, o conhecimento, a informação.
Deve-se atentar para não se tornar alguém fechado em si mesmo e no próprio processo de aprendizado.
Fazer isso é o mesmo que iniciar uma viagem e se encantar tanto com a estrada a ponto de se esquecer para onde se está indo.
E isso não parece ser uma atitude muito sábia.
Então, sejamos Sábios: vivamos, amemos e compartilhemos o que há em nossos corações!
E que saibamos cozinhar nossos feijões!...
Tenha um bom dia!!!

Autoria e fonte desconhecidas.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A DOUTRINA SECRETA DA MORTE


Ao abordarmos o tema a que nos propomos pode-se argumentar; o que pode falar alguém acerca da morte? Acaso alguém já retornou do que chamamos morte ? 
A essa pergunta responderemos com as palavras do Lama (Sacerdote Tibetano) Anagarika Govinda, que quando inquirido a esse respeito explicou:
Não há uma pessoa, na verdade, nenhum ser vivo, que não tenha retornado da morte. De fato, todos nós morremos várias mortes antes de virmos para esta encarnação. E aquilo a que chamamos nascimento é apenas o lado inverso da morte, como um dos dois lados de uma moeda, ou ainda como uma porta, que chamamos de “entrada” a partir do lado de fora, e de “saída”, a partir do lado de dentro de um quarto. É ainda mais surpreendente que nem todos se lembrem de sua morte anterior. E, devido a esse lapso de memória, a maioria das pessoas não acredita que tenha havido uma morte anterior. Mas também não se lembram de seu mais recente nascimento, embora não duvidem de terem nascido recentemente. Tais pessoas esquecem que a memória ativa é uma pequena parte de nossa consciência normal, e que nossa memória inconsciente registra e preserva cada impressão e experiência passadas de que nossas mentes despertas não conseguem se lembrar.” (Livro Tibetano dos Mortos, pág. XLIX – Edit. Pensamento)
Além do que foi dito acima, podemos acumular conhecimento a respeito da morte analogamente à forma como aprendemos a respeito da existência de um país distante. Poderíamos resumir esse aprendizado como se dando de três modos; primeiro podemos ter o relato da existência desse país, feito pelos seus próprios habitantes, o segundo modo seria ouvir falar a respeito dele por pessoas que viajaram até ele e ao voltarem nos descrevem os seus hábitos e costumes, o terceiro e último modo seria, ler livros, ver fotos, ou assistir a filmes, que podem ser documentários ou reportagens, sobre os acontecimentos nesse longínquo país.
No primeiro caso, poderíamos tomar conhecimento da existência após a morte, pelo contato com os habitantes dos diversos “mundos post-mortem”, que mais adequadamente poderíamos chamar de dimensões ou planos da existência. Aos contatos feitos com os habitantes dessas outras dimensões, costuma-se chamar de aparições, não que eles verdadeiramente apareçam do nada, a realidade é que já estavam ali, só não podíamos percebê-los, pois só somos capazes de perceber determinadas frequências vibratórias, e os habitantes de outras dimensões vibram em frequências que normalmente não podemos captar. O fenômeno da aparição se dá quando o chamado morto consegue alterar sua própria vibração a ponto de se tornar perceptível por nós, ou quando temos, mesmo que momentaneamente, a capacidade de captarmos vibrações acima do nível considerado normal. Durante o período que dura a aparição, ocorrem os relatos da “vida post-mortem”, feitos pelos próprios habitantes dos mundos, normalmente, além de nossas percepções.
No segundo caso de nosso exemplo, poderíamos citar os habitantes de nosso mundo, ou plano de existência, que desenvolveram a capacidade de “viajar”, com sua consciência até outros planos, além desse que habitamos. Nesse segundo caso se encontram a maioria dos médiuns e projeciologistas, que realizam a viagem ou projeção intencionalmente, estando também incluídos nessa categoria, a maioria das pessoas que ao se deitarem para dormir, todas as noites, viajam inconscientemente, pelos vários planos que explicaremos mais adiante. Nesse estado de sonho, é que se dá o contato com os seres do “outro mundo”. Quando essas pessoas retornam do seu sono ou de seu transe, conforme for o caso nos falam do que viram e ouviram.
Vale ressaltar que não ocorre nenhuma viagem, ninguém vai a lugar algum, o que ocorre é um fenômeno de consciência, muito semelhante ao processo de sintonizarmos um rádio numa determinada estação, as ondas que passamos a captar sempre estiveram ali, naquela frequência, apenas ajustamos o nosso aparelho e passamos a captá-las. Alguns médiuns ou parapsicólogos que desconhecem esse mecanismo, poderão afirmar que realmente realizam “viagens astrais”, ou coisas similares, sem levarem em conta que o tempo e o espaço, tal qual conhecemos, são atributos da consciência neste plano em que vivemos. Um exemplo será melhor para esclarecermos o que queremos dizer, quem já não sonhou que passou muito tempo, dias, ou até mesmo anos, no qual ocorreram várias acontecimentos e quando acordou percebeu que apenas algumas horas haviam transcorridos? Outras vezes se dá o contrário, nos deitamos e após o que nos pareceu alguns segundos, despertamos e vemos espantados, que dormimos toda uma noite. O tempo e o espaço são relativos, cada mundo ou dimensão tem suas próprias referências.
No Terceiro e último caso do nosso exemplo de como acumular conhecimento acerca da morte, que é o de uma pessoa que assiste a um filme a respeito de um país longínquo, poderíamos enquadrar as pessoas que são capazes de ver com certa continuidade, fatos e habitantes de outro plano da existência, sem perderem a consciência no plano físico, podendo em alguns casos “ligar” ou “desligar”, esse processo ao seu bel-prazer. Essa capacidade possibilita a essas pessoas por assim dizer “viverem em dois mundos”, nesse último grupo é onde encontram-se os chamados Mestres e Adeptos, que muitas revelações trouxeram a humanidade encarnada. Nesse grupo também existem pessoas que por “acidente”, destrancaram as portas do subconsciente, e passaram a perceber o oculto. Sem a compreensão necessária para isso, muitos desses infelizes enlouquecem, quando não conseguem fechar novamente os portões que a natureza mantinha selados, para serem abertos em uma época em que esses seres, já amadurecidos teriam uma melhor compreensão do oculto. Enfim é das pessoas desse último grupo, que são capazes de perceber múltiplos planos simultaneamente, é que se pode colher alguns relatos mais precisos e esclarecedores, pois eles podem descrever o que percebem, como alguém que tece comentários a respeito de uma peça de teatro, muitas pessoas com essa características escrevem ou falam a seus discípulos sobre a realidade que contemplam. Para a consciência destes seres, a morte simplesmente não existe, enquanto estão conosco, vivenciam a realidade póstuma e quando chega o seu momento, despem-se dos seus corpos como quem troca de roupa.
Baseado no relato desses três grupos, em algumas poucas experiências pessoais e nos ensinamentos da Sabedoria Iniciática das Idades é que nos baseamos para elaborar o presente estudo.
As crenças da humanidade e os mundos post-mortem
Para compreendermos melhor os mistérios dos mundos post-mortem, é imprescindível, entendermos que aquilo em que acreditamos influencia nas camadas do que chamamos inconsciente coletivo e quanto maior o número de pessoas que acreditam em determinada coisa, mais ela tende a ser plasmada, nos planos mentais e astrais, a ponto de em alguns casos objetivar-se no plano físico. Partindo desse conhecimento, poderíamos, dizer que as crenças humanas modificam de certa forma as “paisagens” dos planos mentais e astrais, gerando nestas dimensões sons, cores e formas em harmonia com os nossos sentimentos e pensamentos.
Além disso, as crenças inculcadas em nossa mente desde criança, acabam por dominar por completo nossa consciência, entrando na composição de nossos corpos sutis. Se, por exemplo, acreditamos em deleites e sofrimentos a serem experimentados na existência post-mortem, em céu, inferno, anjos, demônios, etc…, essas crenças provocarão deliciosas fantasias e sofrimentos infernais a serem experimentados por aqueles que verão suas expectativas mais íntimas tornarem-se realidade ao desencarnarem.
De acordo com o exposto, podemos concluir que as experiências póstumas nos mundos interiores de um kardecista, diferem do que será vivenciado por um católico, cada uma sendo composta do conteúdo psíquico com que foi alimentada a consciência do morto.
Devemos levar também em consideração, os ensinamentos milenares quando nos falam que o homem não deixa de ser aquilo que é imediatamente após a morte, ou seja a pessoa não perde imediatamente suas características psicológicas imediatamente, assim, sendo um protestante não deixará de ser protestante, imediatamente após sua morte. O processo de “desidentificação”, dependerá muito do nível de compreensão de cada um a respeito do que está realmente lhe acontecendo.
Cada religião alimenta em seus seguidores determinadas expectativas em relação ao mundo dos mortos, e devido ao fato dos desencarnados continuarem na vida psíquica, a possuir tais crenças e necessidades, é compreensível o caso de uma alma católica que necessita que se reze uma missa em sua memória, para que possa descansar no “purgatório”, como lhe foi ensinada em vida. Sua crença de que só assim poderá ter paz, poderá levá-la. a desencadear fenômenos de aparição, solicitando a realização da missa. Já no caso de uma alma seguidora do hinduísmo, esta exigirá um rito hindu, para que, como lhe foi ensinado em vida, possa ser criado seu novo corpo em substituição ao que foi destruído na pira funerária.
Além de nos depararmos com nossas próprias criações, ao desencarnarmos somos defrontados, de acordo com nossa afinidade, com as criações psíquicas que dominam as mentes da massa da humanidade. Portanto devemos nos esclarecer, acerca das características da existência nos mundos interiores, pois neles conforme forem os nossos pensamentos, temores e expectativas, assim serão os nossos primeiros contatos com os mundos invisíveis.
O processo da morte
Apesar de em nossa civilização a existência além da vida ser considerada ficção, fazendo parte daquilo que os cientistas chamam de fantasia ou superstição, outros povos que desenvolveram grandes civilizações que lograram avanços, não tanto no mundo exterior como faz a civilização ocidental, desenvolveram-se em outro sentido, em direção aos mundos interiores, em busca dos universos contidos dentro do ser humano. Os sábios dessas civilizações, verdadeiros pesquisadores da consciência, apoiados no tríplice suporte formado pela religião, pela ciência e pela arte, tornaram-se verdadeiros cosmonautas de mundos que só podem ser atingidos pela introspeção. Lograram ultrapassar os portões da morte e travar relações com seres, aos quais chamamos deuses, anjos e demônios.
Parte dos segredos dessa ciência verdadeiramente hermética, foi registrado pelos egípcios no Pert em Hru, nome que poderíamos traduzir por “O surgir do dia”, conhecido no mundo acadêmico como “O Livro dos Mortos”. Outros povos também deixaram compilações a respeito desse importante assunto, porém nenhum povo deixou uma codificação mais clara e precisa do que o povo Tibetano, místico por natureza, eles registraram suas experiências nesse campo no livro conhecido como Bardo Thodol, que poderíamos traduzir aproximadamente por, “Libertação pela audição no plano post-mortem”, essa coletânea de conhecimentos passados de boca para ouvido, compilados no século VIII d.C., pelo mestre Padmasambava, seria o livro dos mortos tibetanos.
Segundo os ensinamentos contidos no Bardo Thodol, da mesma forma que existe uma arte de viver, existe uma arte de morrer, e o momento mais importante da existência, é o momento de sua passagem, momento em que o indivíduo precisa de paz e tranqüilidade; tão delicado como no nascimento. Nessa ocasião a pessoa deve estar o mais consciente possível a respeito do que está lhe ocorrendo e não adormecido, sobre o efeito de drogas e sedativos, que faz com que a grande maioria dos moribundos não saiba o que esta lhes ocorrendo. Isso, promoveria a perda da grande oportunidade de saírem do roda de nascimentos e mortes, da Roda de Sansara, a que todos os seres encarnados estão submetidos.
Segundo o livro dos mortos tibetanos, durante a morte a percepção do que acontece no exterior vai sendo substituída pelo aumento da percepção do que acontece em nosso interior. O primeiro dos fenômenos mais marcantes que o indivíduo percebe é uma luz clara, branca, que lhe aparece através de um túnel. Segundo os tibetanos, esse fenômeno se dá, por que a energia vital, conhecida como Kundaline, que encontra-se na base da coluna vertebral, emite sua primeira irradiação, no seu processo de abandono do corpo.
Essa primeira irradiação percorre um dos três canais etéricos localizados na coluna, conhecidos por Nadis, abrindo caminho do Chacra Raiz, situado na região do cóccix, até o centro de força situado no alto da cabeça, por onde deixará o corpo.
Quando essa primeira irradiação da energia vital, passa pelo centro de força situado no peito, conhecido como Chacra Cardíaco, o moribundo percebe uma luz brilhante surgindo no fim de um túnel. Isso acontece por que durante a morte a consciência é transferida para o Chacra Cardíaco, que é onde reside a essência do ser, onde vibra o chamado átomo primordial, por isso quando a energia vital passa por esse chacra, o indivíduo tem a impressão de ver uma luz brilhando através de um túnel (o Nadi da coluna vertebral que está ativado no momento).
A esse primeiro aparecimento da luz brilhante e diáfana os iniciados chamam de primeira apresentação. Se durante essa irradiação o indivíduo for capaz de unir-se a luz, fundindo sua consciência individual à sua vitalidade, no microcosmo de seu corpo, atingirá o estado vibracional do Sol Central macrocósmico, fundindo-se a ele, que em absoluto repouso é o plano da existência eterna, que vibra no centro da roda de nascimentos e mortes.
Se, no entanto, o indivíduo por medo, não conseguir fundir-se a essa luz brilhante, esta desaparecerá, e o ser mergulhará num estado de sonolência, até a chamada segunda apresentação, que ocorre quando mais uma vez, outra parcela da energia vital irradia-se através da coluna vertebral, por um dos dois canais etéricos restantes. Essa segunda parcela de energia liberada pelo Chacra Raiz, desperta as formas pensamento, que foram geradas pela pessoa durante sua vida, e essas formas pensamento “saltam diante deste”. Durante essa experiência, seus pensamentos e sentimentos, bons, assumem formas, bondosas e belas, de santos, parentes desencarnados, etc., que com seus conselhos nos confortam.
Durante esse período toda a câmara cardíaca é permeada pela luz da segunda emanação, que como um perfume sutil pode não ser percebida, em meio aos estímulos gerados pelas formas de pensamento que lhe invadem a consciência, mas se o moribundo for capaz de entender que essas visões não passam de criações psíquicas dele mesmo e não se fixar nessas imagens, o ser consciente poderá tentar perceber a luz brilhante nessa segunda tentativa. Se ele não for capaz de realizar isso, as formas benévolas serão sucedidas pelas formas aterradoras, que representam seus desejos e pensamentos violentos, egoístas, de ódio, de ambição, etc. Mesmo diante dessas imagens ameaçadoras, o iniciado não se abalará, mantendo-se em estado de meditação, de tranqüilidade e harmonia, no estado de consciência chamado pelos místicos de Dhiana, que poderá promover sua integração interna e libertá-lo do ciclo de encarnações. Cabe dizer que, essa libertação só será possível após o indivíduo ter concluído seu aprendizado na terra, tendo reunido valores que o possibilitem atingir o estado de meditação profunda, o estado de Dhiana.
Se, porém, o moribundo não conseguir fundir-se a segunda emanação, reintegrando-se a natureza prístina, a consciência é atraída pelos centros de força inferiores, ligados a sentimentos e pensamentos altamente materialistas, que vão envolvendo o ser com imagens hedonistas normalmente ligadas as suas fraquezas, que o arrastam para uma espécie de pesadelo.
Por fim, o ser mergulha num estado de inconsciência, que é alternado por períodos conscientes, carregados de imagens que pululam no inconsciente coletivo, ligadas a seus condicionamentos. Esse período tem duração relativa, pois como já dissemos, o passar do tempo no plano astral difere do seu transcorrer no plano físico. Alguns dias no plano físico podem parecer eternidades no astral e centenas de anos no físico podem representar segundos no astral. Assim a personalidade vai se dissolvendo em meio as ilusões do plano astral.
Posteriormente, ao penetrar no plano mental, ela é envolvida pelos condicionamentos mentais. O indivíduo fica nesse estado semiconsciente até que a personalidade se desintegre totalmente e a energia vital, numa terceira e última irradiação, seja absorvida pela mônada.
Vale esclarecer, que o que é absorvido pela mônada, é a essência espiritual, o átomo primordial, a verdadeiro Homem: Uno, Trino e Indivisível, pois nesse ponto a personalidade, não mais existe. Esse átomo primordial, a essência que animava a personalidade, é reintegrado à mônada para que seja revitalizado, e novamente “enviado” a face da terra, quando houver uma nova oportunidade de aprendizado, quando serão reconstruídos seus veículos mentais e emocionais, sendo atraída por fim, para dentro de um útero, para reconstruir um corpo físico.
Todo o trabalho da iniciação, todo o trabalho de uma Escola Iniciática, é no sentido de preparar o discípulo para a morte, para o momento em que ele terá a oportunidade de se iluminar, através da integração com sua essência.
É importante ressaltarmos, que durante a vida terrena, isso poderá ocorrer, o indivíduo devidamente preparado poderá iluminar-se, fundindo sua consciência à sua vitalidade, atingindo um nível vibracional que o possibilite integrar-se ao seu verdadeiro Ser, o Sol Central, do qual ele é apenas um dos raios.
Dessa forma existem seres na terra que são verdadeiras expressões da Divindade entre nós e como tal, são reconhecidos pela natureza e pelas pessoas com sensibilidade para tal. Estes são os chamados iluminados, seres que em vida viram a luz brilhante de seu eu interno, e nela estabeleceram o centro de sua existência.
O indivíduo deve durante a sua vida terrena, preparar-se para a morte, sem exageros mórbidos, mas com seriedade, consciente de que assim como nascemos, todos passaremos por ela , entendendo que todo o apego, toda resistência à mudança, só produz sofrimento e decepções, pois a vida é um fluxo e a tentativa de deter esse fluxo por mero capricho, nos coloca em oposição as Leis Universais. O ser tem que ser capaz de desapegar-se de situações e pessoas, tornando-se flexível em seus conceitos, como uma criança, aprendendo, modificando-se, fluindo como um rio. Poderíamos dizer num sentido psicológico, morrendo e nascendo, transformando-se a cada dia.
Somente se pudermos compreender isso, seremos capazes de entender a chave iniciática contida nas palavras de São Francisco de Assis, quando dizia que “…é morrendo que se nasce para a vida eterna” ou a declaração proferida pelo Faraó, no final da quinta etapa da iniciação egípcia, “Sebek Ur Sebek” – “Só a morte pode vencer a morte”.
 Autor: Márcio Homem
Fonte: https://opontodentrodocirculo.wordpress.com/2015/06/11/a-doutrina-secreta-da-morte/

domingo, 23 de outubro de 2016

EDUCAÇÃO E O SIGNIFICADO DA VIDA


         “Enquanto o mundo desaba ao redor de nós, estamos discutindo teorias e vãs questões políticas, e entretemo-nos com reformas superficiais. Não indicará esta atitude absoluta falta de compreensão da nossa parte? Alguns dirão que sim, mas continuarão a fazer exatamente a mesma coisa que sempre fizeram - essa é a tristeza da vida. Quando ouvimos uma verdade e não agimos logo, ela se transforma em veneno dentro de nós, e este veneno se espalha, gerando perturbações psicológicas, desequilíbrio e doença. Apenas ao despertar no indivíduo a inteligência criadora, existe a possibilidade de uma vida de paz e felicidade real.
Não podemos tornar-nos inteligentes apenas substituindo um governo por outro, um partido ou classe por outra, um explorador por outro. A revolução cruenta nunca resolverá nossos problemas. Só uma profunda revolução interior, que altere todos os nossos valores, pode criar um ambiente diferente, uma estrutura social inteligente; e uma revolução deste gênero só pode ser realizada por vós e por mim. Nenhuma ordem nova surgirá enquanto, individualmente, não derrubarmos nossas barreiras psicológicas e nos tornarmos livres.
Podemos traçar sobre o papel os planos de uma brilhante Utopia individual ou coletiva, de um valoroso mundo novo, vida nova; mas o sacrifício do presente a um futuro desconhecido não resolverá, por certo, nenhum dos nossos problemas. São tantos os elementos que intervêm entre o agora e o futuro, que ninguém pode prever como ele será. O que podemos e devemos fazer, se estamos interessados em nossas vidas, é atirar-nos imediatamente aos nossos problemas e não adiá-los para o porvir. A eternidade não está no futuro; a eternidade é agora. Nossos problemas estão no presente e só no presente podem ter solução.
Se temos verdadeiro interesse, devemos regenerar-nos; mas só haverá regeneração quando nos libertarmos dos valores que criamos com os nossos desejos agressivos de autoproteção. O autoconhecimento é o começo da liberdade, e só quando nos conhecermos a nós mesmos faremos nascer a ordem e a paz.
Aqui, perguntarão alguns: "Que pode fazer um só indivíduo, de efeito, na história? Pode realizar alguma coisa importante com sua maneira de viver?" Pode, indubitavelmente. Vós e eu não podemos, é verdade, sustar as guerras imediatas ou criar uma instantânea compreensão entre grupos, movimentos, nações; mas podemos suscitar, no mundo de nossas relações diárias, uma básica e efetiva transformação.
O esclarecimento individual pode de fato influir em grandes coletividades, desde que o indivíduo não esteja ansioso pelos resultados. Quando só pensamos em ganhos e resultados, a verdadeira transformação é impossível.
Os problemas humanos não são simples, mas extremamente complexos. Para compreendê-los é preciso paciência e discernimento, e é de suma importância que nós, como indivíduos, os resolvamos por nós mesmos. Eles não podem ser compreendidos com o auxílio de fórmulas cômodas ou de ‘slogans’, nem tampouco ser resolvidos nos seus respectivos níveis especialistas, os quais, seguindo sempre determinada linha de ação, criarão por certo mais confusão e misérias. Nossos inúmeros problemas, só serão compreendidos e solucionados, quando estivermos cônscios de nós mesmos como um processo total, isto é, ao compreendermos toda a nossa estrutura psíquica; nenhum guia político, religioso pode dar-nos a chave dessa compreensão.”
J Krishnamurti – Livro “Educação e o significado da Vida”
Fonte: http://lojateosoficadharma.blogspot.com.br/2016/04/educacao-e-o-significado-da-vida-j.html

terça-feira, 18 de outubro de 2016

ARRANCAR UMA FLOR AFETA UMA ESTRELA DISTANTE


            Um grande sábio disse certa vez que o arrancar de uma flor na terra afeta uma estrela distante. Essa afirmativa poderia parecer improvável, mas é verdadeira e refere-se à unidade inata de toda existência e sua íntima conexão em todos os níveis. Uma harmonia infinita na Natureza estende-se das menores formas de vida, ou microrganismos, aos maiores sistemas estelares e galáxias do universo. Essa ordem natural assegura que cada forma de manifestação de vida tem seu lugar e papel apropriados na evolução da vida até sua plenitude.
            De modo semelhante, o biólogo vienense do início do século XX, Raoul France, afirma que todo o mundo vegetal vive responsivo ao movimento da terra e de seu satélite, a lua, e ao movimento dos outros planetas do nosso sistema solar. Diz, ainda, que será provado que as estrelas e outros corpos cósmicos do universo afetam o reino vegetal. Toda a vida está unida por sutis laços de afinidade, e, portanto, qualquer movimento numa extremidade do espectro afeta a outra extremidade. Os campos mórficos de Rupert Sheldrake fazem eco a esse tema antigo de interconexão, sugerindo que experiências artísticas são realizadas no inconsciente de toda a humanidade.
            Em toda parte, no processo de evolução, há interligação e interdependência entre várias espécies de vida. A acácia, por exemplo, recruta o serviço de proteção de certas formigas e recompensa-as pagando-lhes com néctar pela proteção contra outros insetos e animais arborícolas. Nesse relacionamento entre a acácia e as formigas há um auxílio mútuo e elas mantêm a harmonia da Natureza. As plantas, segundo Raoul France, são capazes de intenção: elas conseguem, de um modo misterioso, esticar-se em direção àquilo que desejam ou buscam. É possível ver esse movimento nos bosques onde plantas espiralam para cima através da mata densa para captar a luz do sol. Para obter o auxílio adequado, elas se enroscam em torno das árvores e crescem juntas.
            As muitas espécies de vida que evoluem na terra agem de acordo com as limitações de suas formas e de seus instintos naturais. Referindo-se à grande inteligência que guia essa evolução A Luz da Ásia afirma:

               Um poder que constrói, destrói, e constrói novamente,
               governa todas as coisas de acordo com a regra.
               Da virtude, que é beleza, verdade, e uso:
               De modo que todas as coisas fazem bem aquilo que serve ao Poder,
               e mal aquilo que atrapalha; ademais, o verme faz bem,
             obediente à sua espécie;
             faz bem o falcão que carrega a presa sangrando para seu filhote.

            Cada espécie comporta-se instintivamente segundo suas necessidades. Quando o leão mata a presa, ele o faz em busca de alimento e não devido à malícia, e uma vez cheio o estômago, não tem razão para matar até a próxima refeição. Existem, no entanto, casos excepcionais no reino animal, de animais comportando-se contrariamente à sua natureza instintiva. Nos parques de caça do Quênia, havia uma leoa que recebeu o nome de 'Kamunyak', que significa 'a abençoada' no idioma Masai, pois ela repetidamente adotava jovens cervos e lhes dava proteção. A leoa não os feria, e eles andavam com ela daqui para ali sem mostrar qualquer sinal de medo. Esse é um exemplo de consciência animal que progrediu muito além de sua espécie, manifestando amor e compaixão.
            Existe uma harmonia natural entre as muitas espécies; assim sendo, elas se auxiliam umas às outras. Por exemplo, algumas variedades de pássaros pousam sobre grandes animais como os rinocerontes e proveem serviço comendo os carrapatos de seus corpos. No seu livro Kinship with all Life, o autor Allen Boone escreve a respeito de experiências humanas com animais e diz que é possível estabelecer genuíno relacionamento com eles. Num experimento particular, o autor registra sua extraordinária experiência com uma mosca doméstica com a qual foi capaz de estabelecer comunicação. Ele diz: 'Se você quiser aprender o segredo do reto relacionamento, procure apenas o bem, que é o divino, nas pessoas e nas coisas, e deixe o restante para Deus'.
            O professor J. C. Bose, o grande cientista do século XIX, citando os antigos sábios da Índia, disse com relação a isso: 'Aqueles que veem apenas o Um em todas as multiplicidades cambiantes deste universo pertencem à Verdade Eterna – e a ninguém mais, e a ninguém mais'. Como disseram os antigos sábios da era dos Upanishades, em seus escritos, a Natureza sussurra-nos de muitas maneiras e através de muitos meios. O cultivo da sensibilidade para se experienciar a vibração e a harmonia da vida é a estrada que leva à percepção. A consciência humana perdeu muito de sua sensibilidade sob a influência do materialismo.
            Existe um relato interessante da resposta dada pelo Chefe Indígena Seattle ao governo dos EUA quando este se ofereceu para comprar as terras da tribo. Ele respondeu:

               Nós somos parte desta terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs;
               o veado, o cavalo, a grande águia, estes são nossos irmãos. Os cumes rochosos, os sulcos nos
               prados, o calor do corpo do pônei e do homem – tudo pertence à mesma família.
               Os rios são nossos irmãos, eles mitigam nossa sede. Os rios transportam nossas canoas, e
               alimentam nossos filhos. Se vos vendermos nossa terra, deveis lembrai-vos de ensinar a vossos
               filhos que os rios são nossos irmãos, e vossos; e deveis doravante dispensar aos rios a gentileza
               que dispensaríeis a qualquer irmão.

            Nessa mensagem do grande Chefe é sugerida uma maneira de vida na qual existe harmonia com toda a existência e percepção da beleza da Natureza. Uma reflexão sobre nossos valores atuais indica que estamos muito distanciados da harmonia da Natureza e consequentemente, há muito sofrimento no mundo. O uso excessivo que atualmente se faz dos recursos da Natureza alcançou níveis tão perigosos que seu frágil equilíbrio está ameaçado. A perversão começa com a raça humana que, por sua ganância e por seu, egoísmo, é responsável pelo estado em que a terra, sua vegetação e as várias outras espécies de vida, se encontram.
            O princípio de Fraternidade Universal sem qualquer distinção, não apenas como um ideal pelo qual se deve aspirar, mas como uma realidade na Natureza, precisa ser compreendido. A afirmação de que 'o arrancar de uma folha afeta uma estrela distante' põe em foco a responsabilidade que assumimos por todas as nossas ações. Será que nossas ações contribuem para a criação de harmonia ou de desarmonia no mundo? O estado de percepção faz brotar as sutis motivações da mente.
            A mente humana divide e diferencia entre o que ela identifica como o eu de um lado, e os outros de outro. Ela acentua e perpetua as diferenças, em vez de ver a unidade inerente da existência. A percepção permite à pessoa observar suas (da mente) verdadeiras operações.
            O precondicionamento da mente faz com que o processo de pensar funcione ao longo de sulcos pré-estabelecidos. Ela categoriza e diferencia de muitas maneiras. Ao lidar com outras pessoas, introduz a separação com base em casta, credo, e assim por diante. Ela também funciona com autoimportância, depreciando os outros como não sendo importantes. O movimento na mente é tão sutil que, a não ser que a pessoa desenvolva atenção e percepção, não é notado. Ela possui habilidade para convencer que está livre de qualquer tipo de distinção como raça, religião, sexo etc., mas a observação atenta põe em foco as motivações por trás de suas ações. O eu se manifesta de muitas maneiras ao lidar com o mundo ao seu redor. Com a percepção surge a aceitação de que as distinções existem na mente e que têm de ser enfrentadas.
            Krishnamurti afirma que somos responsáveis pelo estado em que o mundo se encontra porque pensamos em termos de raça, religião, casta etc. O indivíduo torna-se responsável pelos problemas enfrentados pelo mundo. Por nossas ações enviamos ondulações através do universo e perturbamos a harmonia quando elas não são de auxílio. É, portanto, um truísmo que o arrancar de uma flor afete uma estrela distante. Quando olhamos para as muitas questões que a humanidade geralmente enfrenta, deveria surgir em nossas mentes a pergunta quanto à nossa responsabilidade em contribuir para tais problemas. Certa vez na Índia perguntaram a Krishnamurti sobre a verdadeira causa da morte prematura do Mahatma Gandhi. Sua resposta foi:

               Os eventos mundiais não são incidentes sem relação entre si; estão relacionados. A verdadeira
               causa da morte de Gandhi está em você. A verdadeira causa é você. Pelo fato de ser comunalista,
               você encoraja o espírito de divisão através da casta, através da ideologia, através das diferentes
               religiões, seitas, líderes.

            Aqui estão resumidos alguns dos problemas que se opõem ao espírito de Fraternidade Universal. A reflexão profunda certamente trará à nossa atenção muitas dessas condições das quais sofremos todos. A estrada que leva à percepção é reconhecer essas tendências dentro de nós e negá-las, dissociando-nos delas. Os objetivos da Sociedade guiam-nos com clareza.
            Outra importante questão com que se depara a humanidade é sua total alienação da Natureza. Certamente que a fraternidade a que nos referimos não está restrita apenas aos seres humanos. Se os animais, as árvores e outras formas de vida não forem considerados de maneira compassiva, então, a verdadeira fraternidade não existe.
            A Mãe Natureza não tem recebido a consideração devida da raça humana. A derrubada de enormes áreas florestais, a mineração excessiva, a poluição de rios e mares resultaram na extinção de muitas formas de vida. A harmonia da Natureza é perturbada e como consequências resultantes temos mudança de clima, tsunamis e terremotos.
            Estarão os valores da sociedade moderna baseados puramente no progresso material? Os seres humanos foram condicionados a acreditar que cada vez mais bens materiais são desejáveis e que isso lhes trará felicidade. No entanto, não é bem assim, como muitas pessoas descobriram após muito sofrimento. A competição excessiva que influencia muitas pessoas e faz com que aspirem por cada vez mais riqueza não traz em seu bojo nem a felicidade nem o contentamento.
            Existe a necessidade de se reavaliar os valores da sociedade materialista atual e reverter a um modo mais natural de vida que permitiria ao homem religar-se à Natureza. O Chefe Indígena Seattle expressou a realidade do moderno modo urbano de viver quando disse que não havia lugar na cidade para se ouvir o som das folhas que se abrem na primavera, ou o som do zumbido das asas dos insetos. O ruído e a tagarelice da vida moderna alienam o homem da Natureza.
            A apreciação da beleza inata da flor, do rio, da montanha etc. restabelece elos com a Natureza. Existe uma bela história de um escultor de uma aldeia já acostumada com o cinzelar, o martelar e o desbastar. Mas certo dia foi diferente. No lugar de um enorme bloco de pedra, havia agora uma deusa viva, bela e brilhante, banhada na luz suave do sol matinal. Os aldeões estavam maravilhados e surgiu a pergunta: Como você sabia que ela estava escondida aí dentro?' O escultor sorriu com um olhar distante e disse: 'Porque eu a via aí dentro'.
            Perceber a vibrante energia oculta, o desabrochar da consciência, nos animais, nas plantas e até mesmo nas pedras, aparentemente inertes e inconscientes, é a estrada que leva à percepção. Compreender os modos infinitos de expressão da Natureza e ver a consciência manifestando-se em tudo é harmonizar-se com toda a vida.

Autor: Bhupendra R. Vora

Extraído de: The Theosophist – Nov. 2010 – Publicado na revista TheoSophia
Tradução: Edvaldo Batista de Souza, Loja Kut Humi, Salvador, BA
Fonte:http://lojateosoficadharma.blogspot.com.br/2016/01/arrancar-uma-flor-afeta-uma-estrela.html