segunda-feira, 28 de abril de 2014

MAÇONARIA NA ARQUITETURA

MAÇONARIA NA ARQUITETURA


- Arte Gótica -

Construção de uma Catedral

Os Pedreiros Livres e as catedrais góticas
A catedral, na tradição cristã, deve ser a casa de Deus na terra e, como tal, “reflexo da ordem e da beleza que resplandecem em Seu trono”.
Os construtores medievais, grupos de Pedreiros Livres que desempenhavam seu ofício em toda a Europa, foram os criadores dos mais fascinantes testemunhos de inteligência e fé no final da Idade Média, as catedrais góticas. Essas obras revelam a genialidade dos mestres construtores e algumas de suas técnicas.
A catedral era, seguindo uma visão hierárquica das igrejas, meramente uma moradia para bispos e sua assembléia religiosa. Porém, com o clima de grande disputa no início do período gótico, essas catedrais assumiram grandes proporções, tornando-se verdadeiros monumentos.
A construção de uma catedral gótica formigava com dúzias de trabalhadores dispostos em times de trabalho e que recebiam por aquilo que faziam. Cada construção era supervisionada por um mestre construtor e por volta de 30 artesãos especialistas. Esses especialistas e alguns de seus mais habilidosos trabalhadores se moviam de função em função, aplicando lições aprendidas e passadas de um a um.
O mestre construtor atuava como um projetista, um artista e ainda como um artesão. Com o auxílio de réguas, compassos, esquadros e outras poucas ferramentas geométricas, ele fazia as plantas da catedral.
Aí está a origem das Lojas Maçônicas modernas, que aproveitaram a estrutura das lojas de construtores medievais, suas ferramentas e algumas práticas e a isto associaram conhecimentos iniciáticos milenares, patrimônio intelectual da humanidade, anterior ao cristianismo.
 
Construção de uma Catedral Gótica


Construção das abóbadas

Amiens Cathedral
A planta básica da catedral gótica pouco diferia das encontradas em catedrais de períodos anteriores. Sob a forma de uma cruz, a catedral se dividia basicamente em: nave, transeptos  e coro.
Na parte inferior da cruz se situava a nave central, circundada por naves laterais; na faixa horizontal existiam os transeptos e o cruzeiro, e na base da nave tinha-se a fachada principal; existiam ainda torres, porém de localização variada.
Legenda:
1. Capela Radial
2. Deambulatório
3. Altar
4. Coro
5. Corredores laterais do coro
6. Cruzeiro
7. Transepto
8. Contraforte
9. Nave
10. Nave lateral
11. Fachada, portal.


A fundação das catedrais tinha por volta de 9 metros de profundidade e era formada por camadas de pedras (blocos de calcário), assentadas com argamassa cuidadosamente dosada de areia, cal e água, sobre a terra argilosa no fundo da escavação.


Fundação da Catedral 

Devido ao custo, os andaimes eram mínimos, assim os trabalhadores confiavam sua alma a Deus e andavam sobre flexíveis plataformas. Um perigoso momento para os trabalhadores ocorria quando as paredes atingiam suas alturas finais e os troncos de madeira para o telhado deviam ser elevados a essas alturas.


Construção dos arcobotantes 

O telhado era colocado antes da construção das abóbadas. Auto-portantes, os telhados serviam de plataforma para a subida do maquinário empregado na construção das abóbadas de pedra.


Construção dos arcobotantes e telhado 

Assim, com o telhado pronto, podia-se iniciar a construção das abóbadas. Uma a uma, as pedras talhadas das nervuras eram colocadas sobre os cimbres de madeira e firmadas pelos pedreiros. Entre os cimbres eram instaladas tábuas de madeira, as quais funcionavam como base para o assentamento das pedras durante a secagem da argamassa. Após a secagem da argamassa, aplicava-se sobre as pedras uma camada de dez centímetros de concreto (buscando evitar fissuras entre as pedras). Estando o concreto seco, as tábuas eram retiradas, seguidas pelos cimbres, finalizando-se a abóbada (vide sistema estrutural).


Construção da abóbada 


Sistema Estrutural de uma Catedral Gótica
As catedrais românicas possuíam um sistema estrutural baseado em espessas paredes e abóbadas semicirculares localizadas logo abaixo do telhado. Dispostas como indicado na figura, as paredes tinham que ser espessas e com poucas aberturas, pois resistiam tanto aos esforços verticais, quanto aos esforços horizontais gerados pelo vento, abóbadas e telhado.


Estrutura de uma catedral românica

De acordo com a finalidade espiritual buscada no estilo gótico, as catedrais deveriam possuir elevadas alturas, grande luminosidade e uma plena continuidade entre o início de seus pilares e o cume de suas abóbadas.


Esquema dos elementos estruturais 





Vista interna de uma catedral gótica 

Assim, em 1180, na construção da Catedral de Notre Dame, um novo sistema estrutural foi projetado, tornando possíveis todos esses requisitos. Formado por um complexo sistema de abóbadas ogivais (diferentemente das semicirculares românicas, eram pontiagudas, mais flexíveis e de maior adaptação), arcobotantes, esbeltos pilares e contrafortes, a estrutura da catedral gótica venceu elevadas alturas e extensos vãos.




Esquema dos esforços em uma catedral gótica 

Como se desejava que as paredes da nave central tivessem pouca espessura e fossem cobertas por vitrais para dar luminosidade à catedral, os esforços horizontais não poderiam ser resistidos por essas paredes. A solução encontrada foi transferi-los por meio de arcobotantes a grandes e pesados contrafortes colocados na periferia da igreja. Os esforços horizontais provenientes do telhado e das abóbadas eram recebidos pelos arcobotantes (já fora da catedral) e transferidos aos contrafortes, que os descarregavam sobre a fundação. Desta forma, com os elementos resistentes aos esforços horizontais colocados longe das paredes, estas não precisavam ser baixas e espessas (como nas catedrais românicas), possibilitando a presença de grandes e belos vitrais (busca da grande luminosidade), grande altura e garantindo a plena continuidade da catedral, desde o início de seus pilares até o cume de suas abóbadas..


Estrutura de uma catedral gótica


Exemplos de vitrais 

Também no “canteiro” da catedral estavam presentes os artesãos especialistas em fazer e juntar pedaços de coloridos e brilhantes vidros para completar os buracos deixados entre as pedras e formar enormes e belos vitrais. Várias cores eram obtidas unindo óxidos de metais e vidro fundido. O vidro era soprado e trabalhado em forma de cilindro e, após resfriado, cortado com a ajuda de um instrumento à base de ferro quente, em pequenos pedaços, geralmente menores que a própria palma da mão. Desta forma, a permanência intacta da maioria das catedrais góticas, sua beleza e grandiosidade atestam o desenvolvido conhecimento de princípios estruturais detidos pelos mestres construtores e, além disso, mostram uma capacidade maior dos mesmos: o ilusionismo, pois até os dias de hoje parecem construções realizadas em outro mundo.
                                                                                 



Embora estivesse preso ao juramento de silêncio em não revelar os segredos de Arte Operativa aos não-iniciados, Matthauss Röriczer, falecido em 1492, quebrou o mesmo publicando muitos detalhes que até então permaneciam escondidos nos livros de anotações reservados dos mestres construtores. Embora a única obra publicada por Matthäus Röriczer fosse um pequeno panfleto, ela tem importância fundamental por ser a única sobrevivente da geometria sagrada maçônica medieval.

Essa obra, intitulada On the Ordination of Pinacles, forneceu a solução de como erigir um pináculo de proporções corretas a partir de uma dada planta baixa. O liberi muratori, equipado com esse esquema e utilizando-se da régua e compasso, podia tomar uma dimensão como ponto de partida e fazer a sua geometria chegar ao plano do tamanho natural.




























Museu do Louvre, em Paris, um Templo maçônico?
Em 6 de Maio de 1791 foi aprovado um projeto-lei determinando que o Palácio do Louvre passaria a funcionar como Museu permanente, graças às iniciativas do Marquês de Marigny, superintendente geral dos edifícios do Rei, e do seu sucessor, o Conde de Angivillier, ambos membros ativos da Franco-Maçonaria em Paris, com papel destacado na Revolução. É aqui que aparece pela primeira vez, após as reformas arquitetônicas do palácio para ser adaptado a museu, a referência singular da planta estrutural do Louvre ser idêntica à planta de uma Loja Maçônica. Isto porque o Louvre está ordenado em três partes distintas, tal qual um templo maçônico, para as quais não faltam inclusive símbolos decorativos exportados da Maçonaria.
Tal como um templo maçônico, que tem o formato dum duplo quadrado ou retângulo, também o Louvre possui estrutura quase retangular e reparte-se em três alas tal qual aquele está ordenado:
– A Ala Richelieu, ao Norte, corresponde ao lugar dos Aprendizes. Representa o vestíbulo exterior da Loja, onde os não-iniciados são recebidos, e que é assim uma espécie de “espaço profano”, tal qual o adro das igrejas onde se reúne o povo.
– A Ala Denon, ao Sul, corresponde ao lugar dos Companheiros. Representa a nave ou “espaço sagrado” da Loja, onde os iniciados se reúnem.
– A Ala Sully, a Oriente, sendo o lugar dos Mestres. Expressa o centro da Loja, o “lugar secreto” correspondendo ao “Santo dos Santos” (Sanctum Sanctorum), onde os iniciadores se reúnem.


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As Colunas que decoram os Templos Maçônicos
Os Templos Maçônicos Modernos são decorados em seu interior por uma série de variadas colunas, mas, antes de descrevermos os tipos de cada uma, vamos primeiro conceituar o que vem a ser uma coluna.
Uma coluna é um elemento arquitetônico destinado a receber as cargas verticais de uma obra de arquitetura (arco, arquitrave, abóbada) transmitindo-as à fundação. Embora tenha a mesma função de um pilar, este é geralmente mais robusto e de secção quadrada, (o que poderia corresponder genericamente ao corpo da coluna). A coluna costuma ser caracterizada por uma estrutura mais esbelta e esguia em prumo (tradicionalmente de secção cilíndrica podendo também ser poligonal) e que acarreta um significado histórico, decorativo e simbólico mais acentuado.
Os materiais de construção podem variar entre a pedra, alvenaria, madeira, metal ou mesmo tijolo atingindo-se uma grande variedade formal e decorativa que se pode observar desde a antiguidade. A presença física das mesmas nos Templos Maçônicos variam conforme o rito ou a potência adotada pela Loja, mas de uma forma geral podemos apresentar os estilos mais usados na construção dessas colunas.
De estilo Grego: As Colunas Dórica, Jônica e Coríntia;
De estilo Latino: A toscana;
De estilo Egípcio: A papiriforme com capitel em gomo florado.

A ordem dórica é a mais rústica das três ordens arquitetônicas gregas. Dentre suas características é possível citar as colunas desprovidas de base, capitel despojado, arquitrave lisa, friso com métopas e tríglifos, e mútulos sob o frontão.


Coluna de Ordem Dórica

A Ordem Jônica é uma das ordens arquitetônicas clássicas. Suas colunas possuem capitéis ornamentados com duas volutas, altura nove vezes maior que seu diâmetro, arquitrave ornamentada com frisos e base simples.


Coluna de Ordem Jônica

A Ordem Coríntia é a mais ornamentada das três ordens arquitetônicas gregas. As colunas de ordem coríntia têm de 9 a 11 vezes a medida do diâmetro da base. Exemplos de templos de ordem coríntia são: Templo de Zeus (Atenas), Templo de Apolo (Olímpia). Foi tendência no final do século V a.C. e o início do século IV a.C.


Coluna de Ordem Coríntia

A Ordem Toscana é desenvolvida na época romana e trata-se de uma simplificação de mesmas proporções do dórico. A coluna dispõe de base e apresenta sete módulos de altura, o fuste é liso, sem caneluras, e o capitel simples.


Coluna de Ordem Toscana

Em relação às Colunas gregas e à Latina toscana, a papiriforme é a que apresenta as diferenças mais gritantes, pois as colunas egípcias tiram em geral suas formas das palmeiras ou dos papiros, com suas nervuras e seu movimento impetuoso para o alto (CHEVALIÉ, 2002).

Capitéis de Colunas em estilo Papiriforme

No R:.E:.A:.A:., por exemplo, se diz que em cada lado da entrada do templo, encostada na parede do Ocidente ficam duas colunas papiriformes, proporcionais à altura da porta, estando as mesmas situadas dentro do Templo. No mesmo Rito, mas só que sendo praticado em uma Loja que esteja filiada ao GOB, as mesmas colunas encontram-se no exterior do templo ao lado da porta de entrada.


Coluna papiriforme em um Templo Maçônico

As colunas em estilo grego encontram-se distribuídas no interior do templo. Nos templos em que se trabalha no R:.E:.A:.A:., as mesmas fazem-se presentes sobre as mesas do Ven:. M:., do 1º Vig:. e do 2º Vig:., sendo assim distribuídas: na mesa do Venerável Mestre fica uma coluneta em estilo Dórico, sendo que na mesa do 1º Vigilante fica uma coluna em estilo Jônico e na do 2º Vigilante uma em estilo Coríntio.
No Grande Oriente do Brasil não se utilizam tais colunetas nas mesas do Venerável e de seus Vigilantes, mas nos demais ritos maçônicos aceitos e reconhecidos pelo Grande Oriente do Brasil, elas são encontradas, os Ritos Brasileiro e Schröeder ainda as utilizam, e que o Rito Adonhiramita, ao invés de se utilizar de colunas egípcias no pórtico do templo, se vale de duas colunas gregas em estilo coríntio.
Por último, a Coluna toscana talvez seja a menos utilizada na decoração de Templos Maçônicos, uma vez que a única referência encontrada sobre a mesma é no R:.E:.A:.A:. praticado nas Grandes Lojas, em que se diz que ao lado do sólio devem estar presentes duas colunas deste estilo, sendo uma à direita e a outra à esquerda.


GRAVURAS


Coluna de Ordem Coríntia


Coluna de Ordem Jônica


Capitéis de Ordem Jônica



Capitéis de Ordem Coríntia




Bases de colunas


Pórticos – Arcadas


Pórtico de Ordem Dórica – Arcada


Pórtico de Ordem Jônica – Arcada


Construção de acordo com a Proporção
          Humana de Diego de Sagredo



ALGUNS EXEMPLOS


Vila Romana com pavimentos mosaicos


Convento de Cristo, Tomar - Vestígio da primitiva Maçonaria Operativa



Mosteiro da Batalha - O Mestre Construtor no canto angular



Edifício em Washington, Estados Unidos da América


Casa Branca, Washington, Estados Unidos da América


Capitólio, Washington, Estados Unidos da América


Casa do Templo, sede da Maçonaria americana,
Washington, Estados Unidos da América


Duomo, Milão, Itália



Capela Rosslyn, Edimburgo, Escócia


A Capela de Rosslyn, ou Catedral de Rosslyn, foi construída em 1446, em Roslin, na Escócia. Foi fundada por William Sinclair, conde de Caithness, com o nome de Collegiate Chapel of St.Matthew. É atravessada pelo meridiano de Paris. Diz a lenda que ela foi construida pelos Cavaleiros Templários para proteger o Santo Graal, que, como se diz, está em baixo da rosa. Rosslyn é a linha rosa original, por isso a tal lenda. Foi popularizada no romance O Código da Vinci pelo autor americano Dan Brown.


Igreja em Michigan, Estados Unidos da América






Museu Imperial em Petrópolis (RJ)


Catedral de Petrópolis (RJ)


Casa em Paraty (RJ)


Praça em Israel



Loja Maçônica Estrela, em Rio Claro (SP)


Igreja a São Manoel, em Piquete (SP)




Túmulo maçônico no cemitério de Almudena

 

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