Atualmente
podemos afirmar que "Ser ou Estar alguma coisa" está se tornando uma
expressão bastante difundida, que é utilizada para identificar se uma pessoa
assumiu ou não seu posicionamento correto com respeito a qualquer organização
da qual participa, como por exemplo - quando se desempenha um cargo público ou
legislativo, tal qual o de "Estar Ministro", entre outros exemplos,
sendo inclusive utilizado com personagens em programas humorísticos. Absorvendo
este conceito e aplicando-o no seio de nossa Fraternidade percebemos que todos
nós "Estamos Maçons" ao procedermos nossa Iniciação.
Estamos Maçons
ao freqüentarmos a Loja e pagarmos as suas mensalidades e taxas.
Estamos Maçons quando participamos de uma atividade organizada pela loja, uma
atividade filantrópica, uma palestra, uma visita a outra Loja. Ou até mesmo
Estamos Maçons quando meditamos sobre o nosso papel e partimos em busca da
meditação interior em busca da verdade.
Mas o que é
Ser Maçom? O verbo SER não poderia ser considerado sinônimo do verbo ESTAR. A
caracterização mais expressiva é de que estar é um verbo que indica certo
estado, portanto, há como que embutido em seu conteúdo certa passividade,
enquanto que o verbo ser é ativo, representa ativação.
Ser Maçom é um
estado de espírito que deve caracterizar o membro presente a toda situação em
que pode ajudar e cooperar para que o mundo torne-se de alguma forma melhor.
Ser Maçom é compreender que por mais poderosas que sejam as forças externas
elas devem ser dominadas pela energia que tem sede em sua própria
personalidade. Ser Maçom é ter consciência que sua presença discreta pode dar
apoio a novos projetos úteis à comunidade e constituir-se num valoroso pilar de
sustentação de valores mais nobres do indivíduo.
Ser Maçom é ser
o eterno estudante que busca o ensinamento diário, tirando de cada situação uma
lição, e aplica com êxito os princípios estudados. Desenvolve em toda
oportunidade sua intuição, sua força de vontade, sua capacidade de ouvir e
entender os outros. Temos que considerar que o Ser Maçom
deve, como livre pensador, questionar o porquê de determinados acontecimentos
entendendo e vivenciando nosso aprendizado que palmilhamos lentamente, com
passos firmes para não tropeçar nos erros e vícios do passado, mesmo que em
momentos saiamos da trajetória para poder compreender o mundo com uma visão
holística de suas nuances.
O Maçom que se limita a ler
ou estudar as instruções dos graus ou a literatura disponível e não procura
aplicar em sua vida diária os conceitos que lhe são transmitidos, na busca do
desbaste da Pedra Bruta, e em erigir o Templo Interno, perde excelentes
oportunidades de ampliar seus conhecimentos e de verificar como o saber do
aprendizado da Arte Real pode ser útil para o seu bem-estar na busca de seu retorno
ao Cósmico.
O Ser Maçom é aquele estado
em que, sem abandonar os hábitos de disciplina racional, a mente busca uma
abrangência do universo, o conhecimento intrínseco dos fenômenos que estão
ocorrendo, procurando desenvolver a sensibilidade e a compreensão das razões de
estudo. O Maçom que desenvolveu sua mente para estar atento e acompanhar a
evolução dos fatos sabe como conhecer as sutilezas que envolvem sua origens, como
um oleiro que dá formas sutis ao barro bruto, enquanto que o Maçom modela sua
própria consciência num confronto com sua própria personalidade.
Vivemos juntos e cruzamos
com diferentes seres humanos que pensam e agem de maneira diversa da nossa.
Isto nos propicia excelentes oportunidades de nos adaptarmos a estas
personalidades e, sobretudo, de aprimorarmos as formas de inter-relacionamento.
A sabedoria do bem viver é despertada quando nos conscientizamos dessas
diferenças e procuramos compreender o indivíduo através de suas
particularidades. Ser Maçom é despertar este sentido de compreensão do
indivíduo e estar preparado para assisti-lo nos momentos de dificuldades. O
exemplo de uma atitude mental moderada, sincera e cooperativa caracteriza muito
o Ser Maçom. E todos notam que sob muitos aspectos, o Ser Maçom diferencia-se
como indivíduo entre todos os outros.
No aprendizado inicial
aprendemos que, além dos SS.'. TT.'. e PP.'., o Maçom deve ser reconhecido
pelos atos e posturas dentro da sociedade e no meio onde vive, traduzindo
de maneira diuturna o nosso aprendizado e a filosofia dos postulados da
Arte Real. Sentimos que temos que desempenhar um papel mais complexo na
sociedade e dar uma contribuição positiva para que ela se torne superior. Ser
Maçom implica em algumas renúncias, mas a compensação que advém deste estado de
espírito especial é muito agradável. Sentimo-nos como se fôssemos os autores da
novela e não apenas os personagens passivos, criados pelos mesmos. Temos uma
participação presente e atuante, embora que, aparentemente o Maçom apresente-se
um tanto reservado. Já se disse que nos colocamos muito mais em evidência,
quando nos mantemos como observadores e damos a colaboração somente quando é
solicitada pelos outros, do que aqueles que procuram apresentarem-se como os
donos da festa. Considerem, sobretudo, que encontramos muitas pessoas evoluídas
e que podem ser consideradas possuídas de elevado espírito Maçom. Têm uma
expressiva vivência das coisas do mundo e utilizam grande sabedoria em suas
decisões, mesmo se nunca se tornaram Maçons.
Nós estamos Maçom ao
entrarmos na Ordem e Somos Maçom quando o espírito dela entrar em nós. A
diferença é muito grande, mas facilmente perceptível. Irmãos unamo-nos na
trilha que leva ao Templo ideal e tomemos o cuidado para não Estarmos Maçons,
para não trilharmos a Maçonaria simplesmente cumprindo Rituais, envergando a
mera condição de um "Profano de Avental". Que todos avaliem como é
bom SER MAÇOM!
FELIZ
DIA DO MAÇOM PARA TODOS.
Texto recebido por email do Ir.'. José Bonato - Secretário Loja Athena
Autoria não indicada.