sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A VIAGEM DO APRENDIZ MAÇOM


É intitulado assim este trabalho, pois, com a Iniciação, realmente se empreende uma viagem, uma aventura, a mais assombrosa que existe para um ser humano, a viagem para o interior de si mesmo, para nosso verdadeiro Ser, nossa pátria da qual, um dia, saímos somente de forma ilusória.

E, para voltar a ela, sendo conscientes do mistério que somos, vamos de mãos dadas com os Mistérios da Maçonaria, reconhecendo em nós mesmos a energia que veiculam os símbolos. Assim, começamos pelos mistérios que correspondem ao aprendiz maçom, iniciando nosso andar pelas águas de nossa psique. Escutando em silêncio, vemos tudo mudando de cor, cada vez mais escuro, até que aparece o "negro mais negro que o negro", capaz de dissolver todas as estruturas do "homem velho", fazendo assim possível que, graças à Luz, nasça o "homem novo", ordenado segundo o sagrado. Que da Pedra Bruta que éramos ao partir, se vá polindo os cantos e se possa ir intuindo as seis faces e o centro da Pedra Cúbica que todos portamos em nosso interior.

Para isso, já no dia da Iniciação, o Irmão Experto nos apresenta o Maço e o Cinzel; com tais ferramentas damos três golpes simbólicos na Pedra Bruta, pois esta não se pode polir de qualquer maneira, necessita da vontade que empunha o Maço, bem dirigida pela inteligência do Cinzel, já que, tendo presente a verticalidade que nos une ao GADU e sob seu influxo e direção, é a maneira como nossa vontade se encontra com a Sua que é possível talhar a Pedra, para tomar parte consciente de Sua Grande Obra.

Também a terceira das ferramentas do aprendiz, a Régua de 24 polegadas, nos vem a recordar que todas e cada uma das horas do dia são sagradas. Que não é possível polir a Pedra apenas por momentos ou metades. Para uma verdadeira transmutação tudo que fazemos tem que estar incluído no Trabalho.

E assim, somente na penumbra do Setentrião, onde se acha o aprendiz e em relação com a Lua (passiva, que não brilha por ela mesma, senão que sua luz é reflexo do astro solar), em silêncio, escutando e aprendendo, é que é possível discernir o que ele é. 

Começando a construção do Templo interior e de seu Altar, despertando o ouvido do coração, invocando as Três Luzes: a Sabedoria, que concebe; a Força que executa, quando realiza segundo a Sabedoria do GADU, e que sua expressão é a Harmonia, é a Beleza, então o Templo que somos poderá ser receptáculo e nosso coração poderá despertar o mistério do homem, o que ele mesmo simboliza, ou seja, a união do Céu e da Terra, e que o Altar do nosso Templo nos recorda as Três Grandes Luzes: o Compasso (o Céu), o Esquadro (a Terra) e a expressão escrita dessa dita união, o Livro da Lei Sagrada.

Assim, podemos caminhar para a dimensão universal do homem, simbolizada em Loja por suas seis direções (Oriente, Ocidente, Norte, Sul, Zênite e Nadir), e tendo sempre presente este ponto imóvel manifestado pela Estrela Polar (Flamígera), de onde descem na forma de prumada as influências espirituais, verdadeiro alimento ao redor do qual gira todo o firmamento.

São, pois, estes símbolos, e todos os demais, que junto a eles conformam um universo onde nem sobra, nem falta ninguém, verdadeiros tesouros na viagem do aprendiz maçom, que por este caminhar recebe o salário que lhe corresponde, já que é morrendo para o que não é real, é que vai tomando Vida e Força nossa verdadeira identidade.

SETE MESTRES MAÇONS 

Or.'. de Porto Alegre, 20 de Agosto de 2015, E.'. V.'. 


Traduzido do espanhol pelo Ir.'. José C. M. Bonato - MM

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