É intitulado assim este trabalho, pois, com a
Iniciação, realmente se empreende uma viagem, uma aventura, a mais assombrosa
que existe para um ser humano, a viagem para o interior de si mesmo, para nosso
verdadeiro Ser, nossa pátria da qual, um dia, saímos somente de forma ilusória.
E, para voltar a ela, sendo conscientes do
mistério que somos, vamos de mãos dadas com os Mistérios da Maçonaria,
reconhecendo em nós mesmos a energia que veiculam os símbolos. Assim, começamos
pelos mistérios que correspondem ao aprendiz maçom, iniciando nosso andar pelas
águas de nossa psique. Escutando em silêncio, vemos tudo mudando de cor, cada
vez mais escuro, até que aparece o "negro mais negro que o negro",
capaz de dissolver todas as estruturas do "homem velho", fazendo
assim possível que, graças à Luz, nasça o "homem novo", ordenado
segundo o sagrado. Que da Pedra Bruta que éramos ao partir, se vá polindo os
cantos e se possa ir intuindo as seis faces e o centro da Pedra Cúbica que
todos portamos em nosso interior.
Para isso, já no dia da Iniciação, o Irmão
Experto nos apresenta o Maço e o Cinzel; com tais ferramentas damos três golpes
simbólicos na Pedra Bruta, pois esta não se pode polir de qualquer maneira,
necessita da vontade que empunha o Maço, bem dirigida pela inteligência do
Cinzel, já que, tendo presente a verticalidade que nos une ao GADU e sob seu
influxo e direção, é a maneira como nossa vontade se encontra com a Sua que é
possível talhar a Pedra, para tomar parte consciente de Sua Grande Obra.
Também a terceira das ferramentas do
aprendiz, a Régua de 24 polegadas, nos vem a recordar que todas e cada uma das
horas do dia são sagradas. Que não é possível polir a Pedra apenas por momentos
ou metades. Para uma verdadeira transmutação tudo que fazemos tem que estar
incluído no Trabalho.
E assim, somente na penumbra do
Setentrião, onde se acha o aprendiz e em relação com a Lua (passiva, que não
brilha por ela mesma, senão que sua luz é reflexo do astro solar), em silêncio,
escutando e aprendendo, é que é possível discernir o que ele é.
Começando a construção do Templo interior
e de seu Altar, despertando o ouvido do coração, invocando as Três Luzes: a
Sabedoria, que concebe; a Força que executa, quando realiza segundo a Sabedoria
do GADU, e que sua expressão é a Harmonia, é a Beleza, então o Templo que somos
poderá ser receptáculo e nosso coração poderá despertar o mistério do homem, o
que ele mesmo simboliza, ou seja, a união do Céu e da Terra, e que o Altar do
nosso Templo nos recorda as Três Grandes Luzes: o Compasso (o Céu), o Esquadro
(a Terra) e a expressão escrita dessa dita união, o Livro da Lei Sagrada.
Assim, podemos caminhar para a dimensão
universal do homem, simbolizada em Loja por suas seis direções (Oriente,
Ocidente, Norte, Sul, Zênite e Nadir), e tendo sempre presente este ponto
imóvel manifestado pela Estrela Polar (Flamígera), de onde descem na forma de
prumada as influências espirituais, verdadeiro alimento ao redor do qual gira
todo o firmamento.
São, pois, estes símbolos, e todos os
demais, que junto a eles conformam um universo onde nem sobra, nem falta
ninguém, verdadeiros tesouros na viagem do aprendiz maçom, que por este
caminhar recebe o salário que lhe corresponde, já que é morrendo para o que não
é real, é que vai tomando Vida e Força nossa verdadeira identidade.
SETE MESTRES MAÇONS
Or.'. de Porto Alegre, 20 de Agosto de 2015, E.'. V.'.
Traduzido
do espanhol pelo Ir.'. José C. M. Bonato - MM