Ingressar na maçonaria, juntar-se a uma Loja 
maçónica não é um ato destinado à obtenção de quaisquer vantagens materiais ou 
sociais. O ingresso na Maçonaria, a permanência numa Loja maçónica traz 
benefícios de ordem espiritual, moral, de aperfeiçoamento pessoal, de 
preenchimento do sentido da vida e plenitude na vivência do tempo que a cada um 
cabe neste plano da existência.
Dito de outro modo: o ingresso na maçonaria não 
se destina à obtenção de vantagens materiais ou sociais, prossegue o objetivo de 
nos ajudar a ser melhores e mais felizes
A vivência numa Loja maçónica é um contínuo e 
inesgotável ciclo de troca, de dar e receber. Cada um dá à Loja o que tem de 
útil para lhe dar e dela recebe aquilo de que ela dispõe, o que recebeu de 
todos, para fruição e aperfeiçoamento de cada um.
É dando a nossa quota-parte que criamos as 
condições para recebermos o nosso quinhão. Desengane-se quem porventura julga 
que o que interessa é "entrar" e depois basta aguardar que aquilo que esperamos 
e o que nos é inesperado nos caia nos braços! A Maçonaria tem uma curiosa 
caraterística: tudo proporciona, mas nada dá. 
Trocando por miúdos: a Maçonaria proporciona um 
meio, um ambiente, um método, uma cultura, um grupo, tudo disponível para que 
cada um de nós utilize em prol do seu aperfeiçoamento, do seu crescimento, da 
sua evolução. Mas faz só isso - e muito é! Cabe a cada um fazer pela sua vida e 
mergulhar no meio, viver o ambiente, utilizar o método, apreender a cultura, 
inserir-se no grupo, e com isso lograr melhorar, desenvolver-se, crescer, viver 
melhor, em suma, ser melhor.
O trabalho, o esforço, a vontade, são sempre 
individuais. O auxílio, a orientação, a envolvência, esses sim, advêm da 
Instituição, da Loja, do grupo.
Assim, a entrada na Maçonaria, a iniciação numa 
Loja, não é mais do que um prelúdio, um momento - marcante, sem dúvida! -, uma 
condição necessária, mas não suficiente para que o objetivo do desejado 
aperfeiçoamento seja obtido. Esse ato marca apenas o começo do trabalho, o 
início da caminhada, o plano de partida. O maçom, a partir dessa base, primeiro 
amparado pelos seus Irmãos, que decidiram acolhê-lo no seu grupo, depois guiado 
e orientado por eles, finalmente por si só, fará depois o trabalho que entender, 
seguirá o caminho que escolher, chegará ao plano a que conseguir chegar. Nada, a 
não ser condições e conselho, lhe é dado. Tudo o que cada um obtém resulta do 
seu esforço, do seu trabalho.
A maçonaria e a vivência em Loja têm ainda uma 
outra interessante caraterística: é dando que se recebe e quanto mais se dá, 
mais se obtém.
Porque sempre que o maçom dá um pouco do seu 
esforço, efetua uma investigação, organiza algo, executa uma tarefa, ajuda um 
Irmão, está a aprender algo, a aprimorar-se nalgum aspeto. Finda qualquer 
tarefa, ultimado qualquer projeto, não é só o que se fez que ficou feito; quem o 
fez também ficou melhor, seja porque aprendeu, seja porque exercitou, seja pelo 
que relacionou ou relacionará e lhe permitirá ir mais adiante, ou aprofundar 
algo mais, em si, no que sabe ou no que investiga ou busca.
O resultado do trabalho de um maçom é por ele 
disponibilizado ao grupo, à Loja, e todos com isso beneficiam, ao menos 
conhecimento ou uma nova visão ou conceção do que já conhecem. Mas o maior 
beneficiário é quem fez o trabalho, que no final dele será sempre, um pouquinho 
que seja, melhor, mais ilustrado, mais conhecedor, mais preparado, mais capaz, 
do que estava antes de iniciar a tarefa.
Quem frequente uma Loja apenas para ver o que 
acontece, o que lá se passa, o que é dito e apresentado, muito pouco rendimento 
tira do seu tempo. Quem participa, colabora, auxilia, sugere, pensa, toma a 
iniciativa de propor ou de fazer, esse, sim, ao fim de cada ano sente que é 
diferente, melhor, mais capaz, do que era no ano anterior. E entende que, 
prosseguindo nessa linha, certamente é, no momento, pior do que será no ano 
seguinte.
O maçom ativo aprende que dar, trabalhar, 
fazer, tomar a iniciativa, ajudar, cooperar, são tudo atos do mais inteligente 
dos egoísmos, pois tudo, bem vistas as coisas, redunda no seu próprio 
benefício.
Claro que isto não é compreendido por quem vive 
(ou sobrevive) apenas para o dinheiro, os bens materiais, a passageira 
consideração social. Por isso a Maçonaria não é para todos. Mas isso não é 
nenhum segredo...
Rui Bandeira
Fonte: http://a-partir-pedra.blogspot.com.br/
Este belo texto de nosso Ir.'. Rui Bandeira dimensiona bem o que foi o amor de nossa Ir.'. Célia Terezinha Paiva Leite à maçonaria. Ela deu às lojas e a nós muito e, certamente, já está recebendo na mesma proporção. Saudade e eterna gratidão à minha Ven.'. M.'.

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