Dia 18 de março, ha exatamente
700 anos, nosso herói-martir Jacques du Bourgogne De Molay foi queimado vivo para
satisfazer o desejo ambicioso de um rei por poder e
dinheiro. A Ordem dos
Cavaleiros Templários foi uma organização sancionada pela Igreja
Católica Romana em 1128 para proteger e guardar as estradas entre Jerusalém e
Acre, um importante porto da cidade no Mar Mediterrâneo. A
Ordem dos Cavaleiros Templários participou das Cruzadas e conquistou um nome de
valor e heroísmo.
Nobres e
príncipes enviavam seus filhos para serem Cavaleiros Templários e isso fez com
que a Ordem passasse a ser muito rica e popular em toda a
Europa.
Aos 21 anos
de idade Jacques De Molay entrou para a Ordem. Em 1298, com 54
anos de idade, foi nomeado Grão Mestre dos Cavaleiros, uma
posição de poder e prestígio. Jacques De Molay assumiu o cargo
após a morte de seu antecessor, Teobaldo Gaudini, no mesmo ano
(1298).
Como Grão
Mestre, Jacques De Molay passou por uma difícil posição, pois as cruzadas não
estavam atingindo seus objetivos. O anticristianismo sarraceno
derrotou as Cruzadas em batalhas, capturando algumas cidades e portos vitais dos
Cavaleiros Templários e dos Hospitalários (outra ordem de cavalaria), restando
apenas um único grupo do confronto contra os Sarracenos.
Os
Cavaleiros Templários resolveram se reorganizar e readquirir sua antiga
força. Eles viajaram para a Ilha de Chipre, lá se reagrupando e
esperando pelo público geral para levantar-se em apoio à outra
Cruzada.
Em vez do apoio público que sempre tiveram, os Cavaleiros atraíram a atenção de poderosos Lordes. Em 1305, Filipe IV "o Belo", rei de França, resolveu obter o controle dos Templários para impedir uma ascensão no poder da Igreja. O Rei era amigo de Jacques DeMolay (um de seus filhos era afilhado de De Molay, o Delfim Carlos, que mais tarde se chamaria Carlos IV e seria rei da França). Mesmo sendo seu amigo, o rei de França, com toda a sua ganância, tentou juntar a ordem dos Templários e a ordem dos Hospitalários, pois sentiu que as duas ordens formavam uma grande potência econômica. Filipe IV sabia que a Ordem dos Templários possuía várias propriedades e outros tipos de riqueza, doados pelos que, um dia, haviam recebido a ajuda da Ordem em várias cruzadas pela Europa.
Sem obter o
sucesso desejado, que era o de juntar as duas ordens e se transformar em seu
líder absoluto, o rei da França armou um plano para acabar com a Ordem dos
Templários. Usando um nobre francês de nome Esquin de Floyran,
o rei deu-lhe como missão denegrir a imagem dos templários e de seu Grão Mestre,
Jacques De Molay e, como recompensa, Esquin de Floyran receberia terras
pertencentes aos Templários logo após derrubá-los.
O ano de 1307 foi o começo da perseguição aos Cavaleiros. Apesar de possuir um exército com cerca de 15 mil homens, Jacques De Molay foi a França para o funeral de uma Princesa da casa Real levando consigo apenas poucos homens, sendo esses todos nobres. Na madrugada de 13 de outubro Jacques De Molay, juntamente com seus amigos, foram capturados e lançados nas masmorras pelo chefe real Guilherme de Nogaret (este era um de seus conselheiros).
Durante sete
anos, Jacques De Molay e seus Cavaleiros sofreram torturas e viveram em
condições subumanas. Enquanto os Cavaleiros não se dobravam,
Filipe IV articulava com o Papa Clemente V para condenar os
Templários. Suas riquezas e propriedades foram confiscadas e
dadas a proteção de Filipe.
Após três
julgamentos, Jacques De Molay continuou sendo leal para com seus amigos e
Cavaleiros. Ele se recusou a revelar o local das riquezas da
Ordem e a denunciar seus companheiros. Em 18 de Março de 1314,
ele foi levado à Corte Especial. Como evidências, a Corte
dependia de confissões forjadas, supostamente assinadas por Jacques De
Molay. Ele desmentiu as confissões forjadas.
Sob as leis da época, a pena por desmentir uma confissão era a
morte. O Papa Clemente presidiu o julgamento de Jacques De
Moaly e, assim como ele, outro Cavaleiro, Guy D'Auvergne, também desmentiu sua
confissão e ambos foram condenados. O Rei Filipe ordenou que
ambos fossem queimados naquele mesmo dia, e deste modo a história de Jacques De
Molay se tornou um testemunho de lealdade e companheirismo. De
Molay veio a falecer aos seus 70 anos de idade no dia 18 de Março de
1314.
Jacques De
Molay durante sua morte na fogueira intimou aos seus três algozes, a comparecer
diante do tribunal de Deus, amaldiçoando os descendentes do Rei da França,
Filipe o Belo.
A
Última Prece de Jacques De Molay :
"Senhor,
permiti-nos refletir sobre os tormentos que a iniqüidade e a crueldade nos fazem
suportar. Perdoai, oh meu Deus, as calúnias que trouxeram a
destruição à Ordem da qual Vossa Providência me estabeleceu chefe.
Permiti que um dia o mundo, esclarecido, conheça melhor os que se
esforçam em viver para Vós. Nós esperamos, da Vossa Bondade, a
recompensa dos tormentos e da morte que sofremos para gozar da Vossa Divina
Presença nas moradas bem-aventuradas. Vós, que nos vedes
prontos a perecer nas chamas, vós julgareis nossa inocência.
Intimo o papa Clemente V em quarenta dias e Felipe o Belo em um ano, a
comparecerem diante do legítimo e terrível trono de Deus para prestarem conta do
sangue que injusta e cruelmente derramaram".
O primeiro a
morrer foi o Papa Clemente V, em 20 de abril de 1314. Logo em
seguida o Chefe da guarda e conselheiro real Guilherme de Nogaret e, no dia 29
de novembro de 1314, devido a um derrame cerebral, morreu o rei Filipe IV com
seus 46 anos de idade, ou seja, os três algozes de De Molay morreram no mesmo
ano da sua morte.
Essa é a
nossa homenagem a este grande herói, que para sempre ficará em nossas lembranças
como exemplo de companheirismo e lealdade
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