Existe um Mistério,
maior do que todos os Mistérios deste Mundo, que é o Mistério da Existência
humana.
Provindo de um Mistério maior,
inconcebível, Incognoscível, o Ser Humano, busca por entre as Florestas dos
Erros o caminho de retorno ao seu local de origem.
Perdidos por entre essas florestas dos
erros e da verdade, nós vamos tateando cegamente, nos apoiando aqui e ali, num
mundo de completa escuridão, onde estamos sujeitos a todo momento cair num
precipício, pois a maioria de nós vive no abdômen, preso aos prazeres deste
mundo, aos desejos e as angústias, repletos de dúvidas e de medos, onde o nosso
local de origem, que os Cristãos e Judeus chamam de paraíso, e os Druídas
chamam de Gwenwed (Mundo Branco), parece estar muito distante de nós, se tornando
um sonho, apenas um desejo distante da humanidade, mas um desejo temoroso, por
não sabermos se realmente este mundo existiu algum dia, ou, se existiu, ainda
existe.
Todo o nosso passado e
nossas lembranças dele se tornou muito distante, e aparentemente inexistente,
por isso nos tornamos presos a este mundo, onde um antigo Druida disse:
“Homem, lembra-te de
que tu és somente um átomo, e que, mesmo que tu pudesses ser o Deus dessa terra
que tu engatinhas e rastejas, mesmo assim, tu ainda serias apenas um átomo, e
um entre tantos outros no Universo.
Na Antiga Rosacruz e
nos primórdios da Maçonaria Legítima, na construção do seu alicerce, os Antigos
Rosacruzes e Templários Maçons, desejosos de trazer uma filosofia que pudesse
ampliar a Luz para as Almas humanas, criaram um sistema de Símbolos que
pensaram tornar os homens ligados a um caminho que os levasse de volta ao Mundo
anterior a este que existimos, e que pensamos existir plenamente.
Embora, os objetivos
iniciais desses Místicos fossem de aperfeiçoamento e de tornar os seres humanos
livres e de bons costumes, pessoas mais perfeitas para atuar neste Mundo, muito
deste antigo conhecimento, que retrata a Criação do Universo e de seus mundos,
e retrata a descida das Almas e o seu retorno, por intermédio do Ritual em
Loja, tem sido modificado ou suas chaves foram perdidas, e apenas alguns poucos
iniciados conseguem penetrar em seus mistérios, mas, existem Lojas que possuem
pessoas com mentes afins, onde a nível
Espiritual lhes podem ser dadas tais chaves de maneira interna.
O que deve ser um
Maçom: “Devemos ser ou nos tornar uma União de Almas afins, com o único
objetivo de nos unirmos para que possamos acessar essas chaves iniciais do
Profundo Mistério da Vida e da Morte.
A Maçonaria, desde o
Inicio, em nossa primeira iniciação, nos confronta com a nossa verdadeira e
inequívoca realidade, ou seja, somos colocamos no Quarto das Reflexões de
frente a uma caveira, para lembrarmos quem realmente somos e o que realmente
nos espera futuramente neste Mundo das Multiplicidades Terrenas.
Com isto, devemos entender
que de agora em diante a Morte não virá mais implacável e terrível como antes
roçar os matos secos deste mundo, pois, no momento de uma Iniciação Maçônica, o
anjo do progresso desprenderá suavemente as Almas da sua cadeia mortal, para
deixa-las subir para Deus, retornando ao seu antigo local de origem. Local
este, que é direito de todas as Almas viventes.
Os antigos Templários
Maçons e Rosacruzes, entendiam que deveriam criar um Ritual e Filosofia, que permitisse
aos seres humano, que, quando eles souberem viver, então, não morrerão mais, e
de pedra bruta passarão para uma pedra polida, como se antes fossem uma lagarta
sem perspectiva, se arrastando por este mundo, e de repente se tornaram uma
borboleta, que agora voa sem mais os limites de outrora, se tornando livres e
de bons costumes diante da Natureza Naturante, voando até Deus.
Os Antigos Maçons e
Rosacruzes, sabiam que os terrores da morte são filhos da nossa ignorância, e
que a própria morte não é tão horrenda, senão pelos restos de que se cobre e as
cores sombrias com que os seres humanos cobrem a sua imagem.
Existe na Natureza uma
força que não morre, e esta força transforma ininterruptamente os seres para os
conservar. Ela é a Razão e o Verbo da Natureza.
E os antigos entendiam
que existe também no ser humano uma Força análoga à da Natureza, e esta Força é
a Razão ou o Verbo Humano. Sabiam os antigos que o Verbo humano é a expressão
da sua Vontade dirigida pela sua Razão.
Sabiam, também, os Antigos,
que este Verbo é Onipotente quando é razoável, porque, então, é análogo ao
Verbo de Deus.
Desse modo, pelo
Rituais e pelos seus Símbolos, e pelo Verbo da sua Razão, os seres humanos
podem tornarem-se aptos para conquistar a Vida e triunfar sobre à Morte.
Os antigos Rosacruzes e
Maçons Templários, entediam que a vida inteira do ser humano é somente
parturição ou abortamento do seu verbo, onde suas palavras se tornaram vãs, sem
sentido, sopradas aos ventos, pois, sabiam que os seres humanos que morrem sem
ter ao menos tentado buscar algo a respeito dos Mistérios da vida, e sem ter
entendido ou formulado a palavra da Razão, sem ter tentando por um único
instante penetrar na Razão do Eterno, acabam morrendo sem Esperança Eterna, e
desse modo, reencarnando continuamente na Roda das encarnações contínuas deste
Mundo.
Entendiam, os antigos
Maçons, possuidores das chaves que podem abrir as portas dos Antigos Mistérios
de Eleusis, que deveriam criar um Ritual que fosse capaz de aperfeiçoar os Ser
Humano, de molda-los como um artesão modela a Pedra Bruta, tornando a sua Arte
uma Beleza capaz de atingir os Corações da Humanidade.
Entendiam, estes
Homens, que para lutar contra o fantasma da morte, é preciso ter-se os seres
humanos identificados com a realidade da vida.
E, para que essa
identificação pudesse ocorrer eles decidiram criar um Ritual que pudesse
expressar o Momento da Criação e o seu recolhimento, que pudesse expressar o
nascimento da Vida Humana e o seu recolhimento, a ida e vinda das Almas.
Desse modo, este Ritual
foi feito de forma que pudesse ao mesmo tempo apresentar o maior Segredo de
todos os Segredos, e ao mesmo tempo pudesse permitir o Aperfeiçoamento do Ser
Humano por intermédio do Justo e do Perfeito, da Liberdade e da Justiça.
Um Ritual que pudesse
desbastar as pedras tornando-as Belas o suficiente para que nossas Almas possam
novamente recordar sua Origem, e com isso despertar nossas Consciências,
trazendo de volta todos os nossos direitos que tínhamos anterior a nossa Queda,
ou, podemos dizer, obter novamente o nosso direito anterior à Descida das Almas
que ocorreu pelo seu Livre Arbítrio.
Foi este o objetivo
inicial de Maçonaria, aperfeiçoar seres humanos para que pudesse ser criada uma
Sociedade mais Justa e mais Perfeita para vivermos, trazendo para a terra um
pedacinho da lembrança de nosso Local de origem, onde éramos perfeitos em
Essência, distantes de todo Mal.
Vinicius dos Santos
1º Vig.'.