quinta-feira, 29 de setembro de 2011

 Sexta  Palestra - Parte 1
 

PARTE  VI – OS MUNDOS FÍSICO, DO DESEJO E  DO PENSAMENTO E O DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL DO SER HUMANO.

  1. INTRODUÇÃO
Em nossas palestras anteriores, visitamos os Mundos Físico, do Desejo e do Pensamento, identificamos suas características, seus habitantes e o relacionamento que estabeleceram com a nossa humanidade. Para completar essa descrição, cabe agora dirigir nosso foco para a evolução como um processo dinâmico envolvendo esses mesmos três mundos de forma integrada e interativa, especialmente durante o Período Terrestre, quando atingimos nossa individualidade e nos tornamos responsáveis por nossa própria evolução. Esse nosso aprendizado, como indivíduos, é orientado basicamente por duas Leis fundamentais, a Lei do Renascimento e a Lei de Causa e Efeito. A Lei do Renascimento nos leva a assumir uma nova personalidade a cada renascimento, contendo a essência da experiência pelas quais passamos em vidas anteriores, sob a forma de virtudes e de consciência. A Lei de Causa e Efeito nos dirige, a cada nascimento, para as condições mais adequadas e necessárias para esse nosso aprendizado. Renascemos para adquirir experiência, conquistar o mundo, sobrepormo-nos à personalidade e atingirmos o domínio próprio. Mas há uma terceira força, além das Leis mencionadas, que emana do próprio Espírito, a Epigênese, que é a capacidade de criar caminhos inteiramente novos e não a seleção entre alternativas já conhecidas.
 Uma das características marcantes do Processo Evolutivo é a recapitulação de condições análogas àquelas já experimentadas pelo indivíduo, porém, em níveis crescentes de perfeição. Por essa razão, o símbolo do processo evolutivo é uma espiral, em que cada passo, apesar de repetir condições já experimentadas, se situa em níveis cada vez mais elevados. Essas espirais se repetem no tempo  e nas diversas fases do processo, como espirais dentro de espirais.  A seguir transcrevemos um trecho da mensagem enviada pelo Centro Autorizado do Rio de Janeiro aos participantes do Sexto Encontro Rosacruz, realizado em 8 e 9 de agosto de 2009 em Assunção, Paraguai, relacionado ao tema.
 “Desde o Período de Saturno, quando recebemos o gérmen do corpo denso na primeira Revolução desse período, esse padrão de recorrência atua como suporte à Evolução. Cada primeira revolução de qualquer período é uma recapitulação do trabalho feito sobre o corpo denso. Analogamente, a segunda revolução recapitula o trabalho realizado sobre o corpo vital, cujo gérmen nos foi dado na segunda revolução do Período Solar. A terceira revolução recapitula o trabalho realizado sobre o corpo de desejo, cujo gérmen nos foi dado na terceira revolução do Período Lunar. Seguimos assim até  a sétima revolução, que desenvolve algum trabalho relacionado com o Espírito Divino, já que esse espírito foi despertado na sétima revolução do Período de Saturno. Na realidade, esse padrão de recorrência pode ser observado nos níveis mais detalhados do processo evolutivo, reproduzindo-se nas espirais dentro de espirais. A primeira revolução de qualquer período, a permanência no Globo A e a primeira época de qualquer globo são uma repetição dos estados de desenvolvimento do Período de Saturno. A segunda revolução de qualquer período, o Globo B e a segunda época de qualquer globo são uma repetição dos estados de desenvolvimento do Período Solar. Analogamente, ocorre o mesmo para todas as revoluções, globos e épocas até a sétima. O trabalho novo de um período, globo e época só se inicia após essa fase de recapitulação do que já foi realizado. Estamos vivendo, no momento, a Época Ária do Globo D do Período Terrestre, que é a quinta época desse globo. Por ser a quinta época, um trabalho está sendo realizado sobre o Espírito Humano. Recordemos que, na quinta revolução do Período Lunar, os Serafins despertaram  o terceiro aspecto  de nossa triplicidade espiritual. E temos então que é na Região do Pensamento Abstrato que o Espírito Virginal se conhece a si mesmo como um Espírito separado dos demais. Essa noção de separatividade ainda está muito forte em nossa quinta época. Ainda vivemos todos os problemas da separatividade causada pelas religiões de raça e todos os outros problemas decorrentes dessa tendência. Somente na sexta época, quando o trabalho da evolução se deslocar para o Espírito de Vida, nosso sexto veículo, despertado na sexta revolução do Período Solar, é que a noção de unidade e de fraternidade se tornará muito mais intensa, pois o Mundo do Espírito de Vida é o primeiro Mundo Universal e o mundo da Consciência Crística. Acreditamos que esse permanente processo de recapitulação objetive a construção de uma base firme sobre a qual possam ser desenvolvidas as atividades novas, resultantes da expressão de nossa natureza divina, que é a Epigênese. Certamente erros são cometidos com a expressão de nossa criatividade, como toda nossa história nos mostra, mas sempre haverá oportunidades para avaliação e correção desses erros. O processo evolutivo, concebido pela Mente Divina, provê meios para essa avaliação e correção, como provê também meios para o gozo de todas as nossas retas ações, sentimentos e pensamentos. Sabemos que após vivermos no Purgatório a expiação de nossos maus atos e hábitos, voltamos em vidas posteriores para sermos testados nessas mesmas falhas e maus hábitos, para que provemos que aprendemos a lição. É uma repetição das mesmas condições nos ajudando a crescer. Uma coisa é reconhecermos que estávamos errados. Outra coisa é provarmos que não erramos mais”.
Esse padrão de recorrência que mencionamos pode ser também observado no ciclo que o Espírito percorre a cada renascimento e morte, nos três mundos a que nos referimos acima, os Mundos do Pensamento, do Desejo e Físico. Esse ciclo é descrito no diagrama ao final do Capítulo 3 do CONCEITO ROSACRUZ, intitulado “UM CICLO DE VIDA”.
2. PREPARAÇÃO PARA O RENASCIMENTO
Após permanecer no Terceiro Céu por algum tempo, vem o desejo de novas experiências, seguido da contemplação de alternativas possíveis para o panorama de uma nova vida. São visões da futura vida em que as imagens são apresentadas na mesma ordem que poderão ocorrer nessa futura vida. O Ego escolhe então uma dessas alternativas e uma vez feita a escolha não poderá mudar de opinião.
Antes de submergir-se na matéria, o tríplice espírito está sem os veículos que formam sua personalidade, tendo somente as forças dos quatro átomos semente do tríplice corpo e da mente.
Iniciando sua submersão na matéria, são despertadas as forças da mente de sua última vida, latentes no respectivo átomo-semente. Esse átomo começa então a atrair matérias da Região do Pensamento Concreto com as quais tenha afinidade, formando-se então, com matéria das quatro regiões do Mundo do Pensamento Concreto, a nova mente daquele Ego.
O processo se repete quando o Ego chega à mais elevada região do Mundo do Desejo,  em que o átomo semente do corpo de desejos começa a atrair materiais com os quais tenha afinidade, continuando o processo até alcançar a primeira região desse mundo.
A seguir entra em atividade o átomo-semente do corpo vital. O material da Região Etérea é atraído da mesma forma que nos mundos superiores pelos quais o Ego passou, ou seja, material com o qual o átomo-semente tenha afinidade. Mas a construção do novo corpo vital e sua colocação no meio conveniente são feitas pelos “Anjos do Destino”, já que o ser humano ainda não está capacitado a realizar essa tarefa. O éter refletor é incorporado no corpo vital em formação de modo a refletir as cenas da vida que o Ego irá viver. Embora ainda não possa ficar inteiramente responsável pela construção de seu corpo vital, há espaço, no entanto, para a participação do Ego, que incorpora a quintessência de seus corpos vitais anteriores e ainda realiza um pequeno trabalho original, como expressão de sua própria epigênese.
Nesse trabalho de preparação para o renascimento, ressalta como de grande importância a escolha do ambiente e da família em que o Ego irá renascer. O Ego traz, de vidas anteriores, inúmeros relacionamentos tidos em outras vidas que irão se manifestar na próxima vida, de acordo com a escolha feita por ele mesmo ao examinar o panorama dessa vida no Terceiro Céu. O Ego então é levado a renascer na família e no ambiente que respeite esses relacionamentos anteriores e a escolha por ele feita. É importante lembrar que parte de sua nova vida será constituída por eventos que irão necessariamente ocorrer, por se tratarem de eventos estabelecidos pela Lei de Conseqüência aos quais não poderá se furtar e que formam o chamado “Destino Maduro”.
O corpo vital, conforme modelado pelos Anjos do Destino, proporcionará a forma do corpo denso, órgão por órgão, e é colocado, como matriz, no útero da futura mãe. O átomo semente do corpo denso, por sua vez, é colocado na cabeça de um dos espermatozóides do pai.
O Ego que renasce executa algum trabalho sobre o átomo semente de seu corpo denso ao incorporar a quintessência das qualidades físicas obtidas em vidas passadas e, quando capaz disso, contribuir com algo de original para seu novo corpo. Nesse trabalho, o Ego é restringido a usar materiais tomados de seus genitores. Por essa razão, o Ego renasce de pais onde possa obter os materiais compatíveis com o arquétipo de sua nova vida.
Uma vez impregnado o óvulo, o corpo de desejos da mãe trabalha sobre esse óvulo de dezoito a vinte e um dias, quando o Ego permanece de fora da matriz materna. Terminado esse período, o Ego entra no corpo da mãe e incuba seu futuro corpo até o nascimento do novo ser. Nas anotações deixadas por Max Heindel e publicadas em 1928 na revista Rays from the Rose Cross nos é dito que durante os primeiros vinte dias do período de gestação, o sangue do feto é nucleado pela vida da mãe, que regula o processo de construção do corpo. Em seguida, o Ego começa a trabalhar, de fora, sobre o feto. Então, a parte inferior do Cordão Prateado, de matéria etérea, começa a surgir do átomo semente do corpo denso, no coração. Paralelamente, a parte do cordão de matéria de desejos começa a surgir do vórtice central do corpo de desejos, aquele que está radicado no fígado, nos momentos em que o Ego está em consciência de vigília. Max Heindel nos diz também que é no quarto mês que o espírito interpenetra os veículos do feto, do mesmo modo que foi na quarta época, a Atlante, que o Ego penetrou seus veículos tornado-se ativo. Essa interpenetração do Ego é simultânea à união das partes etérea e de desejos do cordão prateado, que se dá no plexo solar, na junção dos dois seis. É nesse local do corpo vital que está localizado, durante o período de vigília, o átomo-semente do corpo vital.
  1. O NASCIMENTO DOS CORPOS
O corpo físico é o primeiro a nascer. Os veículos do recém-nascido não se fazem ativos imediatamente e a criança depende inteiramente dos adultos que dela cuidam. Os corpos além do físico, não nascem imediatamente, conforme iremos descrever. Cabe lembrar que o corpo físico está em seu quarto período evolutivo, onde alcançou a maturidade. No período seguinte, o Período de Júpiter, a alma consciente, que é o extrato das experiências obtidas com a utilização do corpo físico, será absorvida por sua contraparte espiritual, o Espírito Divino, durante a sétima revolução desse período.
Esse mesmo padrão prevalece para os demais corpos, o de serem necessários quatro períodos para um veículo chegar à sua maturidade. Assim, o próximo corpo a nascer é o corpo vital, aos sete anos de idade da criança. É interessante notar que o padrão representado pelo número sete é observado para o nascimento do corpo vital e dos demais veículos superiores. Observe-se que esse número de anos é o período em que a Terra percorre, por sete vezes, sua órbita em torno do Sol, à semelhança das sete revoluções de cada Período Evolutivo. Durante o período dos primeiros sete anos da criança, ela funciona com seu corpo vital ainda dentro da envoltória do corpo vital macrocósmico, a mãe natureza. Nesse período até os sete anos de idade, os pólos negativos dos éteres são os mais ativos. Aos sete anos, o corpo vital da criança se libera da envoltória do corpo vital macrocósmico  e passa a atuar independentemente. O corpo vital terá sua maturidade no Período de Júpiter e a alma intelectual, o extrato das experiências com o corpo vital, será absorvida pelo Espírito de Vida na sexta revolução do Período de Venus.
Dos sete aos quatorze anos, se dá o amadurecimento do corpo de desejos, seguindo o mesmo padrão estabelecido pelo número sete. O Corpo de desejos está em seu segundo período evolutivo e precisa de mais dois períodos evolutivos para chegar à maturidade. Em relação ao nascimento do corpo de desejos da criança, a liberação desse corpo do de desejos macrocósmico se dá aos quatorze anos, ou seja, mais dois períodos de sete anos após o nascimento do corpo físico. É durante esse período dos sete aos quatorze anos que se dá o amadurecimento da parte do Éter de Vida do cordão prateado, como preparação para a adolescência, sendo seu crescimento sincrônico com o amadurecimento do segmento de desejos do cordão. Aos quatorze anos nasce o corpo de desejos e, com ele, o Éter de Luz amadurece, o que ocasiona o período de “sangue quente” da adolescência, pois é através do calor do sangue, função do Éter Luminoso, que o Ego faz sentir sua presença no corpo. A criança se reconhece então como um indivíduo. A alma emocional, o extrato das experiências obtidas através do corpo de desejos, será absorvida pelo Espírito Divino, durante a quinta revolução do período de Vulcano.
Depois dos quatorze anos, a mente nutrida pela mente macrocósmica, começa a desenvolver suas possibilidades latentes para permitir a criação de pensamentos originais. O nascimento da mente dar-se-á quando o jovem ser completar vinte e um anos, após três períodos de sete anos. O Éter Luminoso estará então plenamente desenvolvido, o que permitirá a produção de sangue individual e na temperatura adequada, dando condições para que o Ego tome posse completa de seus veículos. Em paralelo ao desenvolvimento da mente individual durante o terceiro período de sete anos, observa-se o crescimento do terceiro segmento do cordão prateado, feito de matéria mental e que liga o átomo semente da mente ao átomo semente do corpo de desejos. Observa-se também, além do amadurecimento da parte de éter luminoso do segmento etéreo do cordão, o crescimento da parte de éter refletor desse mesmo segmento, crescimento esse que, segundo notas de Max Heindel, poderá continuar até a idade de vinte e oito anos. O crescimento da parte do cordão formada por éter refletor, segundo essas notas, acompanha aparentemente o crescimento do segmento mental do cordão, possivelmente pela importância do éter refletor para o processo do pensamento. A mente aperfeiçoada, encerrando tudo o que foi adquirido nos períodos evolutivos, será absorvida pelo Espírito Divino ao final do Período de Vulcano.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

AUMENTO DE SALÁRIO

 
 
Saudações estimado Irmão,
sobre o real sentido do
AUMENTO DE SALÁRIO
Há alguns anos minha esposa presenciou o seguinte diálogo que tive com um Aprendiz.
- Irmão Quirino, sou merecedor de aumento de salário? Eu apenas respondi:
- Esta pergunta sou eu que devo lhe fazer! “Quando o servidor está pronto, o serviço aparece” (Nosso Lar, página 143). Este Aprendiz se transformou em um grande Mestre, mas soube esperar pela Elevação. Minha esposa como toda “goteira maça”, sugeriu com falsa ironia que eu desse a este Aprendiz um pacote de sal e lhe recomendasse: “Este é seu “salarium argetum” quando ele terminar, eu lhe darei um aumento de salário, mas preste atenção você deve consumi-lo todo. Se o fizer rapidamente você perecerá, se fizer em porções muito pequenas não terá o prazer da salinidade.” Iniciada pela vida, a cunhada Heloisa tinha muitas qualidades e um grande defeito: não soube escolher o marido. Mas retornando ao tema, devemos compreender que o salário é a contrapartida dos “serviços” prestados pelos Irmãos. Entendemos “serviços” como a presença, a participação e o comprometimento para com a MAÇONARIA. “- E o trabalho que deve ser apresentado em Loja?” Certamente algum Irmão perguntará. Desculpem-me a franqueza, mas depois que inventaram o “Ctrl+C” e o “Ctrl+V” são poucos os trabalhos que ao além da simples leitura. O Salário ou “pagamento em sal” ultrapassa a compreensão profana, na Maçonaria precisamos estar atentos a detalhes. Quantas vezes você viu o uso do sal na Maçonaria? Para a maioria, apenas uma vez na Câm.’. de Refl.’.. E você se perguntou para que ele estava lá? Estava em oposição a qual elemento? Para aguçar a pesquisa, digo que um é elemento conservante outro nos remeta a putrefação. Mas o sal também é usado nas Sagrações dos Templos Maçônicos, quando o Grão-Mestre o lança ao chão, salienta que os compromissos maçônicos são invioláveis, que nenhuma necessidade deve ficar sem socorro, nenhuma tristeza sem consolação e que não nos esqueçamos das viúvas e dos órfãos. Portanto quanto maior nosso SAL-LÁRIO, maior deve ser nosso comprometimento. Em alguns graus superiores de determinados ritos o sal é símbolo da confiança, da boa-fé e da hospitalidade. Seu uso (tanto do sal como do salário) devem remeter o Maçom a dois princípios morais que o “conservarão”: Ponderação e Equilíbrio. Como Maçom Especulativo, permitam-me algumas divagações que julgo serem interessantes. Usamos o “Sal de Cozinha” que é formado por apenas dois elementos; um átomo de Cloro e um átono de Sódio (NaCl), a “unidade” somada a outra “unidade” gerando a “dualidade”. A primeira figura no início do artigo é a representação gráfica de uma molecular de sal, observe como ela é cúbica e sua intercalação de átomos (pavimento em mosaico). A segunda é uma foto de um cristal de sal (Pedra Polida sobre a Pedra Bruta). O NaCl, que o Cloreto de Sódio é estudado em química inorgânica, como uma espécie iônica formada por um átomo de cloro carregado negativamente, que encontra no sódio uma ligação para a estabilização. Sabe como devemos conquistar um Aumento de Salário? Da mesma forma como o sal é produzido. Todo o PROCESSO É FÍSICO. A água do mar é transferida para grandes tabuleiros e deixada em repouso. Recebe toda claridade e calor emanada pelo venerável astro rei e a ação dos ventos do norte. Lentamente os cristais vão se depositando no fundo. Quando não houver mais água, esta massa é levada para o “outro lado” onde passa por um processo de refino, onde perde suas “asperezas”. Para alcançar a “plenitude” de suas funções falta apenas acrescentar-lhe Iodo (Iodo, do grego iodés, cor violeta). Portanto queridos Irmãos o real sentido do AUMENTO DE SALÁRIO esta diretamente proporcional ao AUMENTO DE TRABALHO. “Quando o discípulo está preparado, o Pai envia o instrutor”. O mesmo se dá, relativamente ao trabalho.” (Nosso Lar, página 143).
Grato pela atenção.
TFA
QUIRINO
Sérgio Quirino Guimarães
ARLS Presidente Roosevelt 025
Segundas-feiras, Templo 801
Palácio Maçônico - Grande Loja
Belo Horizonte - Minas Gerais
0 xx 8853-2969
quirino@roosevelt.org.br
Ano 05 - artigo 39 - número sequencial 321

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A ORIGEM DA MULHER

Existem várias lendas sobre a origem da Mulher. Uma diz que Deus pôs o primeiro homem a dormir, inaugurando assim a anestesia geral, tirou uma de suas costelas e com ela fez a primeira mulher. E que a primeira provação de Eva foi cuidar de Adão e agüentar o seu mau humor enquanto ele convalescia da operação.
Uma variante desta lenda diz que Deus, com seu prazo para a Criação estourado, fez o homem às pressas, pensando "Depois eu melhoro", e mais tarde, com o tempo, fez um homem mais bem-acabado, que chamou Mulher, que significa "melhor" em aramaico.
Outra lenda diz que Deus fez a mulher primeiro, e caprichou nas suas formas, e aparou aqui e tirou dali, e com o que sobrou fez o homem só para não jogar barro fora.
Em certas tribos nômades do Médio Oriente ainda se acredita que a mulher foi, originariamente, um camelo, que na ânsia de servir seu Mestre de todas as maneiras foi se transformando até adquirir sua forma atual.
No Extremo Oriente existe a lenda de que as mulheres caem do céu, já de kimono.
E em certas partes do Ocidente persiste a crença de que mulher se compra através dos classificados, podendo-se escolher idade, cor da pele e tipo de massagem.
Todas estas lendas, claro, têm pouco a ver com a verdade científica.
Hoje se sabe que o Homem é o produto de um processo evolutivo que começou com a primeira ameba a sair do mar primevo, e é descendente direto de uma linha específica de primatas, tendo passado por várias fases até atingir o seu estágio atual - e aí encontrar a Mulher, que ninguém ainda sabe de onde veio.
É certamente ridículo pensar que as mulheres também descendem de macacos. A minha mãe, não!
Mas de onde veio a primeira mulher, já que podemos descartar tanto a evolução quanto as fantasias religiosas e mitológicas sobre a criação?
Inclino-me para a tese da origem extraterrena.
A mulher viria (isto é pura especulação, claro) de outro planeta.
Venho observando-as durante anos - inclusive casei com uma, para poder estudá-las mais de perto - e julgo ter colecionado provas irrefutáveis de que elas não são deste mundo.
Observei que elas não têm os mesmos instintos que nós, e volta e meia são surpreendidas em devaneio, como que captando ordens de outra galáxia, embora disfarcem e digam que só estavam pensando no jantar.
Têm uma lógica completamente diferente da nossa.
Ultimamente, têm tentado dissimular sua peculiaridade, assumindo atitudes masculinas e fazendo coisas - como dirigir grandes empresas e xingar a mãe do motorista ao lado - impensáveis há alguns anos, o que só aumenta a suspeita de que se trata de uma estratégia para camuflar nossas diferenças, que estavam começando a dar na vista.
Quando comentamos o fato, nos acusam de ser machistas,presos a preconceitos e incapazes de reconhecer seus direitos, ou então roçam a nossa nuca com o nariz, dizendo coisas como "ioink, ioink" que nos deixam arrepiados e sem argumentos. Claramente combinaram isto.
Estão sempre combinando maneiras novas de impedir que se descubra que são alienígenas e têm desígnios próprios para a nossa terra.
É o que fazem quando vão, todas juntas, ao banheiro, sabendo que não podemos ir atrás para ouvir.
Muitas vezes, mesmo na nossa presença, falam uma linguagem incompreensível que só elas entendem, obviamente um código para transmitir instruções recebidas do Planeta Mãe.
E têm seus golpes baixos. Seus truques covardes.
Seus olhos laser, claros ou profundamente escuros, suas bocas.
Meu Deus, algumas até têm sardas no nariz.
Seus seios, aqueles mísseis inteligentes.
Aquela curva suave da coxa quando está chegando no quadril, e a Convenção de Genebra não vê isso!
E as armas químicas - perfumes, loções, cremes.
São de uma civilização superior, o que podem nossos tacapes contra os seus exércitos de encantos?
Breve dominarão o mundo.
Breve saberemos o que elas querem.
E se depois de sair este artigo eu for encontrado morto com sinais de ter sido carinhosamente asfixiado, com um sorriso, minha tese estará certa...

A ILUSTRATIVA HISTÓRIA DE KANDATA


Conforme a tradição budista, há cerca de 3 mil anos, um conhecido ladrão e mentiroso chegou ao fim de sua jornada terrena, depois de ter enganado muita gente. Conta a história que sua alma foi então para as regiões onde se aglomeram por afinidade, na parte mais baixa do astral, os seres que viveram na terra um grosseiro materialismo. Ali, durante séculos, o ladrão suportou agonias tremendas, corroído pelos remorsos. Sofria sem esperanças até que, um dia, o Senhor Buda começou a pregar na Terra a doutrina da verdade e da fraternidade.
Segundo a tradição, naquele momento um raio de luz divina iluminou, fugazmente, a humanidade toda e chegou até mesmo à região onde se encontrava Kandata, o delinqüente. Um pressentimento de fé e esperança nasceu então em seu íntimo. Havia percebido amargamente a inutilidade  de sua falsa inteligência. Queria buscar aquela luz. E disse, então: 'Ah, Senhor abençoado, sofro profundamente, porque vejo e revejo sempre todo mal que fiz. Quero melhorar e entrar no caminho, seguindo o ideal, mas não tenho força. Ajuda-me!'
Conforme antiga doutrina, as más ações se autodestroem, enquanto as boas  geram frutos que se multiplicam. Respondendo ao apelo de Kandata, uma voz - que parecia vir de dentro - então lhe perguntou: 'Kandata, será que algum dia, durante tua última vida, fizeste uma boa ação, por menor que seja? Ela pode ajudar-te, agora, a sair do estado lamentável em que estás. Mas para isto, terás também que abandonar, de agora em diante, todo egoísmo'.
Kandata curvou a cabeça e ficou pensativo. Revisou outra vez toda sua vida cuidadosamente, procurando uma boa ação. Foi difícil achar alguma. Até que lembrou de algo e disse: 'Um dia eu andava pelo bosque e decidi não pisar em uma pequena aranha, porque tive pena dela. Pensei que aquele pobre animal era fraco e não fazia mal a ninguém. Para que iria matá-la?'.   
Houve um momento de silêncio, como se um ser compassivo pesasse os sofrimentos de Kandata. Então, como por milagre, apareceu diante dele uma aranha suspensa por um fio. 'Agarra este fio e sobe por ele. Ele te sustentará', explicou a voz. A aranha desapareceu. O homem agarrou-se ao fio, aparentemente frágil, e começou a subir.
Fino, mas forte, o fio da aranha resistia. Kandata seguia subindo. O inferno já estava lá embaixo, quase longe, quando o homem sentiu o fio estremecer. Kandata olhou para baixo e viu, então, que outros homens, ex-companheiros de miséria, haviam agarrado o mesmo fio e começavam a subir por ele. Queriam libertar-se dali também. Kandata ficou aterrorizado. Temia que fio se rompesse.
O fio resistia, agora, ao peso de várias pessoas, e esticava cada vez mais. Kandata já não olhava para cima. Preocupava-se sempre com a resistência do fio que já sustentava tanta gente e olhava para baixo, enquanto se movia para cima. Até que o medo egoísta tomou conta da sua consciência e ele gritou: 'Este fio de aranha é meu. Larguem todos vocês esta esperança de salvação, que pertence apenas a mim'. No mesmo instante, o fio de aranha partiu-se e Kandata caiu de volta ao abismo, junto com o grande cacho de seres humanos que estava pendurado no fio de aranha, na esperança de sair daquela região de dor.
A moral da história é tão clara, que fica a cargo de cada um. O sentido da fraternidade, contudo, ressalta dela, como base da Vida Una, ligando todos os reinos da natureza. No universo somos todos interdependentes - do pequenino átomo às consciências estelares - todos fazendo parte da imensurável consciência divina, dispersa em seus infinitos corpos e em suas infinitas faces. Ou seja, 'ninguém se salva sozinho'.
Autor desconhecido.

SABEDORIA

"OS SÁBIOS FALAM DE IDÉIAS. AS PESSOAS COMUNS DE FATOS. OS MEDÍOCRES FALAM DOS OUTROS."

terça-feira, 20 de setembro de 2011

"TÔ VELHO: QUE COISA BOA."

Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa.  Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos crítico de mim mesmo.  Eu me tornei meu próprio amigo ..
Eu não me censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama, ou para a compra de algo bobo que eu não precisava, como uma escultura de cimento, mas que parece tão “avant garde” no meu pátio.  Eu tenho direito de ser desarrumado, de ser extravagante.
Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.

Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar no computador até as quatro horas e dormir até meio-dia?  Eu Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 e 70, e se eu, ao mesmo tempo,  desejo de chorar por um amor perdido ...  Eu vou.
Vou andar na praia em um short excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulhar nas ondas com abandono, se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros no jet set.

Eles, também, vão envelhecer.
Eu sei que eu sou às vezes esquecido.  Mas há mais, alguns coisas na vida que devem ser esquecidas. Eu me recordo das coisas importantes.

Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado.  Como não pode quebrar seu coração quando você perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro?  Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão.  Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.

Eu sou tão abençoado por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos, e ter os risos da juventude  gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto.
Muitos nunca riram, muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata.
Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo.  Você se preocupa menos com o que os outros pensam.  Eu não me questiono mais.
Eu ganhei o direito de estar errado.

Assim, para responder sua pergunta, eu gosto de ser velho.  Isto me libertou.  Eu gosto da pessoa que me tornei.  Eu não vou viver para sempre, mas enquanto ainda estou aqui, não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será.  E eu vou comer sobremesa todos os dias (se me apetecer).
 
Recebido por email: autor desconhecido

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

RECONHECIMENTO E REGULARIDADE MAÇÔNICA


INTRODUÇÃO
A Loja Maçônica Cel. José Persilva, por ser uma Loja de Pesquisa, dedica-se à produção de artigos que visam contribuir para o esclarecimento de temas importantes, os quais vêm preocupando a comunidade maçônica em geral.
Devido à grande quantidade de lojas e potências maçônicas espalhadas pelo planeta, estabeleceu-se uma discussão sobre quem dispunha de autoridade para reconhecer uma loja ou potência maçônica como regular. Este é um tema realmente importante, que deve ser esclarecido, face as sucessivas divergências que costumam ocorrer entre as diversas Lojas e potências: Quem é regular e quem pode ser considerado maçom?
Estudos neste sentido vêm sendo realizados, e contam com a valorosa contribuição dos irmãos: José Vicente Menezes, Hiroito Torres Lage, Alceny José Mendes, José Wyllen Fontes e Elias Mansur Neto, que elaboraram trabalhos sobre o tema, com palestras apresentadas em reuniões da Loja Maçônica José Persilva.   Com o propósito de apresentar uma contribuição ainda mais efetiva, recorremos a outras fontes, que se encontram listadas na relação de autores consultados, ao final deste artigo.
OBJETIVO
Fornecer informações sobre Reconhecimento e Regularidade maçônica, de modo a permitir que cada membro possa avaliar sua a real importância.
DESENVOLVIMENTO
O mundo maçônico está dividido em dois blocos. De um lado, estão as  potências Regulares, ou seja, aquelas que possuem a chancela da Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI) e, do outro, as Irregulares, potências que não reconhecem a GLUI como instituição reguladora da Maçonaria Universal. 
Dentre as regras de regularidade e reconhecimento que a GLUI tenta impor, algumas têm origem na maçonaria operativa, mas outras  foram criadas após 1717, e tinham por objetivo submeter as potências da maçonaria mundial  sob a tutela daquela instituição. O critério que a GLUI utiliza para reconhecer uma potência maçônica é complexo e, por vezes, até incoerente. As contradições são muitas. Segundo as palavras do ir:. Bartlomeu M. dos Santos, MI, da ARLS Cavaleiros e Antares:
A Grande Loja Unida da Inglaterra vê-se hoje obrigada a aceitar que a poderosa Maçonaria Norte Americana emita Warrants (certificados) de “regularidade”, por tabela. E tem mais: em situação recente, a Inglaterra retirou o reconhecimento do Grande Oriente da Itália (dirigido por Virgilio Gaito), e os EUA ( 1994 ) o manteve. Situação semelhante ocorreu na Grécia.
Tal balbúrdia nos obriga a buscar respostas para as seguintes perguntas: a) o que é Reconhecimento e Regularidade? b) Quais documentos maçônicos abordam este tema, e quais autorizam uma instituição maçônica a reconhecer outras? c) Será que os critérios de reconhecimento e  regularidade estão baseados nos Landmarks ? 
Ao explorarmos este tão polêmico tema, tentaremos responder a estas e a outras questões, analisando com profundidade o porquê desta divisão imposta pela GLUI, de modo a nos certificarmos de sua validade.  
Definição de  regularidade e  reconhecimento  1) Regularidade:  os dicionários fornecem as seguintes designações para  este verbete: “que e ou que age conforme as regras, normas, as leis, as praxes; relativo a regra”. 2) Reconhecimento: também segundo o vernáculo: “declarar (um governo)  reconhecido legitimamente; admitir como bom, verdadeiro ou legitimo; admitir como certo; admitir como legal.” 
Para a GLUI, Regularidade e Reconhecimento são condições distintas: uma potência pode ser regular e não ser reconhecida. Em contrapartida, se uma potência não for regular, ela não poderá ser reconhecida. Desta forma, segundo aquela instituição, a primeira providência para o reconhecimento de uma potência é certificar-se de sua regularidade.
Documentos históricos – Os documentos datados de 1248 a 1782 (Estatuto de Bolonha, Manuscrito Regius, Manuscritos de Cook, etc.) tratam de assuntos importantes, tais como comportamento dos maçons no trabalho e no convívio social, processos e prazos de admissão e permanência como aprendiz, tratamento das viúvas, eleições, assembléias, etc. No entanto, nenhum deles nomeia qualquer loja ou instituição que tenha a incumbência de reconhecer uma potência como Regular. É importante ressaltar que “somente após 1782 é que existem atas e documentos dos quais se tem conhecimento e certeza de data ou ocasião, autor, objetivo e público alvo”, e que em nenhum desses documentos há registros sobre qualquer acordo entre lojas ou potências, informando que uma determinada potência possa ter autoridade para reconhecer outra.
Reconhecimento e regularidade nos dias de hoje - Para um melhor entendimento desta questão, tomaremos como referência a Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI). Estabelecida em 1717, e considerada como a responsável pelo aparecimento da Maçonaria Especulativa, a GLUI se julga no direito de controlar a maçonaria em todo o mundo. Aquela instituição inglesa determinou que o primeiro requisito para o Reconhecimento de uma potência maçônica é que esta seja Regular. Desta forma, em 4 de setembro de 1929, a GLUI declarou os seguintes Princípios de Regularidade:
1- A crença num DEUS revelado; o Grande Arquiteto do Universo. 
2- Fazer juramentos sobre o Livro da Lei.
3- Trabalhar somente na presença das três grandes luzes: o Livro Sagrado, o Esquadro e o Compasso.
4- Abster-se de discussões políticas e religiosas em Loja.
5- Somente admitir membros do sexo masculino.
6- Ser soberana no exercício de sua autoridade sobre as Lojas Azuis e seus graus (aprendiz, companheiro e mestre).
7- Respeitar as tradições. Ou seja, fazer com que em sua obediência sejam respeitados os  Landmarks, os antigos regulamentos e os usos e costumes praticados pela Franco-maçonaria.
8- Ser regular em sua origem, o que pressupõe ter sido obrigatoriamente fundada por uma potência já constituída, que possua pelo menos três lojas regularmente consagradas por uma Potência Regular.
E quanto ao reconhecimento? Quais são os critérios? Parece que não existem critérios estabelecidos para se reconhecer uma loja ou potência. Se existem, não foram divulgados; e se não foram divulgados, não devem ser  transparentes.
Potências maçônicas não reconhecidas pela GLUI – A maioria das potências regulares do mundo não é reconhecida pela GLUI. Por exemplo, no Brasil somente são reconhecidas o Grande Oriente do Brasil e a Grande Loja dos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. As demais Grandes Lojas do Brasil não são reconhecidas pela GLUI. Também não o são todos os  Grandes Orientes estaduais da COMAB no Brasil. A França possui atualmente treze potências maçônicas, das quais somente uma é reconhecida pelo GLUI.  Detemo-nos por aqui, pois a lista é interminável.
Cabe ainda salientar que os critérios estabelecidos pela GLUI são também muito complexos, o que torna quase impossível a sua aplicação. Como exemplo desta complexidade, tomemos o princípio da territorialidade, o qual determina que somente uma potência por país pode ser reconhecida. Sua aplicação, na prática é tão controversa que, no território francês, somente a Grande Loja Nacional da França (GLNF) foi reconhecida, ao passo que nos EUA são reconhecidas  mais de cinqüenta potências estaduais. Diante de tal fato, é inevitável questionar: por que somente a GLNF foi reconhecida na França? Existiria alguma regra especial para os americanos, velhos aliados da Inglaterra? 
Os Landmarks – O Ir. Michael A. Botelho, grau 33, presidente do Conselho de Kadosh de Arkansas, EUA, afirmou em artigo recente que “saber o que é e o que não é importante nos  Landmarks é uma das questões mais debatidas atualmente.” Segundo ele, o termo “Landmarks” foi criado por Albert Mackey, em 1865, quando o eminente
escritor declarou: “os antigos e universais costumes da Ordem, aprovados e implantados pela autoridade competente, vêm de uma época tão distante que não foi possível localizar registros escritos a seu respeito ao longo da história”. 
Assim, Mackey definiu três requisitos básicos dos Landmarks, os quais continuam a ser adotados até hoje: 1) universalidade; 2) irrevogabilidade; 3) existência desde tempos imemoriais.  
Ainda, segundo o ir: Michael Botelho, em 1856, o Dr. Albert Gallatin Mackey, grau 33, tentou implantar os atuais Landmarks conforme a ótica de sua época, definindo um total de vinte e cinco  Landmarks. Sete anos mais tarde, em 1863, George Oliver publicou o livro Freemason’s Treasury, no qual listou quarenta Landmarks. No século passado, algumas Grandes Lojas americanas se lançaram na difícil tarefa de quantificá-los, o que gerou o seguinte resultado: As Lojas do  Estado da Virgínia Ocidental definiram sete; as Lojas de Nova Jersey a Nevada, dez;  e as do Kentuck encontraram cinqüenta e quatro.
O ir: Joseph Fort Newton, em seu livro The Builders, tentou definir os landmarks com uma simples declaração: “ A certeza de que Deus é pai, a irmandade dos homens, a lei moral, a regra de ouro, e a esperança da vida eterna”. Dentro de uma linha de raciocínio semelhante, encontramos os seis Landmarks listados por Roscoe Pound:
1- A crença num ente supremo.
2- A crença na imortalidade da alma.
3- A obrigatoriedade de se manter o Livro da Lei no altar da Loja.
4- A manutenção da Lenda de Iran no terceiro grau.
5- A manutenção do simbolismo herdado da maçonaria operativa.
6- O maçom tem de ser livre e de bons costumes.
Como é possível observar pelo acima exposto, não se sabe com certeza quantos e quais são os verdadeiros Landmarks, ficando, por conseguinte, muito difícil adotá-los como referência para se estabelecer critérios de Reconhecimento e Regularidade.
O componente político do problema -  Algum tempo depois do nascimento da maçonaria especulativa, a antiga e bem conhecida rivalidade política entre a França e a Inglaterra veio à tona. O Grande Oriente da França (GOF), seguindo as tradições progressistas de seu país, e sob a alegação de que não queria discriminar os homens livres e de bons costumes, retirou de sua Constituição a obrigatoriedade de se crer em Deus para que um candidato pudesse ser feito maçom. Como conseqüência, o GOF foi  excomungado pela GLUI.
Segundo as palavras do ir:. Bartlomeu M. dos Santos, da ARLS Cavaleiros e Antares, “a citação da Bíblia como  Livro Sagrado foi um dos obstáculos históricos que provocaram o cisma entre a Maçonaria Francesa e  a Maçonaria Inglesa”. Oswald Wirth complementa-o dizendo que “  os anglo-saxões, ao exigirem a Bíblia, e somente a
Bíblia, negam a universalidade da Maçonaria e, se encararmos o problema desse ponto de vista, a ‘irregularidade’ está do lado deles, e não do nosso”. Wirth afirmava ainda: “Somos obrigados a nos inclinar diante dos fatos. "Os anglo-saxões querem ter sua Maçonaria particular e renunciam ao universalismo proclamado em 1723".  
A maçonaria, não sendo propriedade de ninguém, não pode ser controlada por um poder central mundial. A esse respeito, Morivaldo C. Fagundes ressalta:
Embora a maçonaria seja universal no sentido filosófico e doutrinário, não o é administrativamente, pois não possui uma organização mundial única. Nessas condições, em cada país e muitas vezes, em cada estado membro ela se organizou soberanamente, com ampla e total autonomia administrativa. O fato ensejou, como não poderia deixar de acontecer, o aparecimento do fenômeno político dos reconhecimentos ou tratados de amizade interpotências, em conseqüência do qual surgiu o discutido e discutível conceito de regularidade maçônica.
Voltando à questão do Princípio da Regularidade, analisemos então a sua legitimidade, segundo o estabelecido pela GLUI: Os Princípios 1, 2, 3, 4 e 5, anteriormente mencionados, parecem ser oriundos da Maçonaria operativa; são universais e compatíveis com o que se entende por Maçonaria Universal. O Princípio 7, que exige respeito às tradições, parece ter sido baseado nos chamados Old Charges, e o Princípio 6 trata de uma questão administrativa.
Conforme os critérios unilateralmente estabelecidos pela GLUI, todas as lojas e potências do Brasil, que não aceitam mulheres e atuam em conformidade com os oito princípios estabelecidos por aquela instituição, são regulares. Logo, a pergunta que precisa ser respondida é: Porque a COMAB (GOMG e demais orientes estaduais), a
GLMMG e tantas outras entidades não são reconhecidas?. 
Nos documentos da maçonaria operativa não se encontra nenhum registro onde qualquer loja ou instituição tenha autoridade para reconhecer outras como regulares. Esta conclusão também é válida para os documentos produzidos pela maçonaria especulativa.
Finalmente, vale ressaltar que a GLUI, ao exigir a  adoção da Bíblia como condição indispensável para que uma Loja ou potência possa ser reconhecida, nega a universalidade da Maçonaria. De acordo com a tradição maçônica, é a presença, não somente da Bíblia mas também do Alcorão, ou de qualquer outro Livro Sagrado, que garante a universalidade da maçonaria. Se consideramos a questão por este lado, chegaremos à conclusão de que quem é irregular é a GLUI.
 CONCLUSÕES
Em nenhum dos documentos históricos da maçonaria há registros sobre qualquer acordo entre lojas ou potências, informando que uma determinada potência possa ter autoridade para reconhecer outra. Não sabe com certeza quantos e quais são os verdadeiros Landmarks, ficando, por conseguinte, muito difícil adotá-los como referência para se estabelecer critérios de Reconhecimento e Regularidade.
A maçonaria não é propriedade de ninguém, não pode, portanto, ser controlada por um poder central mundial. Uma vez que nem a GLUI e nem qualquer outra potência tem autoridade para exercer o Reconhecimento, o fato de ser ou não ser reconhecido por ela ou por qualquer outra potência do planeta não é significante. O que importa é que cada loja ou potência esteja ciente de sua idoneidade e espírito maçônico, de forma a poder reconhecer a si mesma como membro da Maçonaria Universal. O restante vem por acréscimo.
Elias Mansur Neto
Past Master Imediato da Loja Maçônica Cavaleiros Templários e membro efetivo da Loja Maçônica 
Cel José Persilva. 

LITERATURA CONSULTADA
1. DA SILVA, José Vicente Menezes.  Regularidade e Reconhecimento
Maçônico - Trabalho apresentado em Loja  
2. LAGE, Hiroito Torres.  A Regularidade e o Reconhecimento
Maçônicos - Trabalho apresentado em Loja. 
3. MENDES, Alceny José.  Reconhecimento e Regularidade:
reconhecendo a certeza da dúvida  - Trabalho apresentado em Loja
em 17/10/06. 
4. FONTES, Wyllen José –  Da Regularização e do Reconhecimento
Maçônico, de acordo com as Normas da Maçonaria Universal  -
Trabalho apresentado em Loja. 
5. BOTELHO, Michael A., gr 32, K.C.C.H., Os Landmarks DOS SANTOS,
Bartlomeu Martins. Irregularidade, um aspecto meramente político.